sábado, 2 de abril de 2011

901

Nada tendo em argumento
Posso ao menos desejar
O que trace num momento
Uma estada constelar.

2

Na verdade o que se enreda
Nos destinos da ilusão
Mesmo quando vejo a queda
Novos dias moldarão.

A palavra carinhosa
Sentimento à flor da pele
O que tanto a vida goza
Ao etéreo nos compele

4

Vejo o sol em teu olhar
E desvendo a claridade
Onde pude mergulhar,
Mas restou só a saudade.

Num instante o que ora anseio
Traz um mundo feito em luz
O que possa sem receio
Ao futuro me conduz.

6

Nada mais se perderia
Quando o todo se aprimora
O cenário a cada dia
Com frescor se revigora.

Natureza traz o sonho
E transformando afinal
O caminho que proponho
Num momento sem igual.

8

Independe do que seja
A verdade não se cala
Quando na alma relampeja
A esperança nada fala.

Neste ledo itinerário
Mal presumo o que viria
O meu canto solitário
Noutro rumo se perdia

910

Veja bem esta promessa
Sem sentido e sem por que
Quando a vida recomeça
Noutro rumo a gente crê.

Onde o sol já se aproxima
Num momento em ilusão
A verdade dita o clima
E propaga esta emoção.

2

O versejo de quem ama
Não diverge de quem tenta
Encontrar perdida chama
Invadindo outra tormenta.

São temíveis os meus dias
E as verdades que me dizes
Entre tantas vozes fias
Nestas velhas cicatrizes.

4

O momento mais atroz
Já não cabe desde agora,
O meu mundo busca a foz
Onde o tempo desarvora.

Nada mais se vendo enquanto
O que canto desafia,
Meu caminho eu mal garanto
Traga o tempo em fantasia.

6

Nada mais se aventurasse
Nos esteios da ilusão,
O meu mundo em desenlace
Traz somente a solidão

Capacitas com veneno
Viperina noite vã
E se bebo este sereno
Já não tenho outra manhã

8

Onde tanto desejei
Um momento feito em paz,
A verdade nega a lei
E o que tento nada faz.

Esperando o que pudera
Traduzir felicidade
A palavra destempera
E renega outra verdade.

920


Jamais pude acreditar
Nos anseios da emoção
Que se fez já sem lugar
Sem sentido ou direção.

Encontrasse num momento
O que vejo tão distante
Onde viva o sentimento
Nada mais já se garante.

2

O perfeito caminhar
Invadindo a noite fia
Sem saber onde encontrar
A já morta poesia.

Num instante se resume
Tudo aquilo que sonhei,
Quando a vida busca o lume
Nesta treva eu mergulhei.

4

A palavra que traduza
A vontade de viver
Na verdade tão confusa
Sem sentido passo a ver.

O final se aproximando
De quem tanto quis a paz,
O momento mais nefando
Mostra o rumo mais mordaz.


6


Bastaria alguma luz
Onde o nada se desenha
O meu mundo traz em cruz
O que tanto não convenha

Cada dia representa
Um instante solitário
A saudade me atormenta
E renega o itinerário.

8

Jamais pude imaginar
Outro sol enquanto vira
A verdade em teu olhar
Nesta imensa e rara pira.

Nos momentos mais cruéis
Ou até nos que procuro
Teço a vida em fartos méis,
Mas sozinho me torturo.

930


Homofóbica que seja
Quem ditasse a clara lei,
Onde se ouve numa Igreja
Que deveras comunguei.


Nada tenho após enganos
Entremeio o verso rude,
Entre velhos torpes danos
Por amar mais do que eu pude

2


Abro as portas do futuro,
Mas não fecho as do passado,
Caminhar em pleno escuro
Traz no medo o seu recado.

Ao sentir o que viera
Noutro tom, divirjo e tento
Procurando a primavera
Mesmo sendo desatento.

4


Na palavra que redima
Quem se fez inutilmente
A verdade se aproxima
Do que tanto agora mente.

Não mereço melhor sorte
Ou talvez até pensasse
No caminho que conforte
Já causando um tolo impasse.

6

Apresento com a voz
De quem tanto se fez crente
O momento segue após
O que quero e me alimente.

Nada resta de uma luta
Sem saber do resultado
O meu passo não reluta
E de mim eu já me evado.

8

Poucas vezes fui feliz
E não quero mais saber
Do que a vida contradiz
E gerasse o desprazer.

Na palavra mais sincera
Outra igual já nos consola
O que foi e não se espera
Traz o quanto a vida imola

940

Inclemente coração
Sem saber do que viria
Bebe a mesma sensação
Feita em dor e hipocrisia

Nasceria dentro da alma
Um momento mais tranquilo,
Mas a vida traz em trauma
O que possa e já vacilo.

2

Ousaria acreditar
No que pude no passado,
Outro tempo a desnudar
Dando agora o seu recado.

Parto para o que se faz
Entre tantos desenredos
O meu mundo mais mordaz
Traz diversos vis rochedos,

4

Nada mais se apresentasse
No que tanto consegui
O meu mundo se mostrasse
Onde apenas me perdi.

Nada mais se resumindo
No que ganhe ou mesmo perca
O meu mundo resumindo
No que traz a velha cerca.

6

Versejando em trova e canto
Nada mais se vendo ou queira
A palavra em desencanto
Traz a luta derradeira.

Navegando contra a sorte
Que jamais eu alentara
O que possa e me conforte
Não traduz esta seara

8

Na palavra sem sentido
Noutro tempo a vida ronda
E o que possa resolvido
Ao final já corresponda.

Na incerteza de outro passo
No final sem mais proveito,
O que tanto ora desfaço
Na verdade não aceito.

950

Um instante se desenha
Entre quedas e terrores
A verdade não contenha
Um momento em tais horrores.
801

Tanta coisa se permite
Sem sentido e sem razão
Quando a vida se limite
Pelas tramas da ilusão.

Quero a vida nos teus olhos
Refletindo o mar em mim,
Superando tais abrolhos
Tão comuns no meu jardim.

Levo os olhos onde um dia
Conheci felicidade
Hoje apenas saberia
Desta turva falsidade,

4

A saudade não resgata
Apenas disfarça bem
O que tanto me maltrata
Não passara de um desdém

Dos jargões que a vida traz
Ruminando cada frase
O que possa ser audaz
Noutro rumo ora se atrase.


6

Ausentando dos meus dias
O que tanto desejaste
Ouso ter nas fantasias
Muito mais que algum desgaste


Tanto quanto possa a vida
Traduzir outro caminho
Já não vejo mais saída
E prossigo em vão. Sozinho.

8

Quem me dera menestrel
Quem me dera trovador
Uma estrela toma o céu
Outra invade em raro ardor.

Entre tantos dias vejo
O que deveras adiaste,
O meu mundo em teu desejo
Teu desejo é minha haste.

10

Tanta coisa ora atormenta
Quem se fez em solidão,
Numa vida tão sangrenta
Vou expondo o coração.

Nada mais se veja enquanto
O que canto nada alcança
No meu mundo o desencanto
Penetrando, fria lança.

Tento ser desta palavra
Um ourives, mas sei bem
O que tanto a vida lavra
No final nada contém

Restaria do meu mundo
Quase nada, mas prossigo
E se possa e me aprofundo
Quero estar sempre contigo.

4

Nada mais pudesse ver
Numa noite tão brumosa
Esperar o amanhecer
Numa sorte caprichosa.

Ousaria até seguir
Onde o mundo se perdera,
Porém sem algum porvir,
O final se apetecera.

6

Tudo existe e até por isto
Hei de ser bem mais feliz,
Na verdade não desisto,
Sigo sempre por um triz.

Na palavra que se rege
Outra tanta se desenha
O meu mundo vago herege
Escalando nova penha.

8

Naufragar entre os rochedos
Da esperança e da desdita
Onde os dias em degredos
A verdade atroz já grita.

Noutro tempo douta vida
A tempesta se aproxima,
Desta estrada em despedida
Renegando a mera estima.

820

Apresento a solução
Muito embora nada reste
Do que fora tentação
Hoje doma feita em peste.

Trovador que não se cansa
Sonha sonhos radiosos
E deveras quando avança
Busca braços generosos.

2

Nada mais se poderia
Ter no olhar quem tanto quis
Novamente noutro dia
Finalmente ser feliz

Ousa a voz em claridade
Outro tom quando se escuta
Além da realidade
Não desiste de uma luta.

4

Cada passo que se dá
Representa uma vitória
E começo desde já
Ultrapasso esta memória.

Um momento delicado
Outro tanto desvendasse
Quando tenho o ser amado,
Nada mais se desdenhasse.

6

Apressar o passo quando
A tempesta se anuncia
E deveras desenhando
Dentro da alma a fantasia.

Nas entranhas deste mundo
Quantas vezes; eu perdi
O que possa e se me inundo
Meu amor em frenesi.

8

Nada resta do que há tanto
Poderia ser melhor,
O meu mundo em desencanto
Cada passo eu sei de cor.

Num anseio sem temor
Desamor em devaneio
Onde planto rara flor
Esperança traça o veio

830

Restaria pouco tempo
Pra quem vive esta emoção
Ao viver em contratempo
Perco enfim a direção.

Um momento após a queda
Noutro engodo, raro engano
Meu caminho se envereda
Onde tanto ora me dano.

2

Nada mais se possa ver
Onde houvera claridade
E negando amanhecer
Redundante tempestade.

Da morena que deixei
Nas entranhas das Gerais
Tanto amor que desejei
Hoje sei que é nunca mais.

4

Apresento cada instante
Bem diverso do que pude
O meu mundo se garante
Num cenário bem mais rude

Noutro canto se anuncia
O que tanto desenhaste
O meu mundo em fantasia
Traz em si tanto desgaste

6

Cabem dentro de minha alma
As diversas dimensões
Do que tanto hoje me acalma
E transforma em ilusões.

Vagamente vejo o quanto
Desta vida se aproxima
Do que possa e quando canto
Noutro engodo a luz suprima.

8

Antevejo o que não venha
E tampouco não conduz
Ao saber da sorte a senha
Jamais tive a mera luz

Na palavra que consente
Outro rumo e dimensão,
Coração tenta a semente,
Mas é árido este chão.

840


Aproveito cada frase
E se entrego o pensamento
Nada mais decerto atrase
O que possa e em dor fomento.

Mais um gole de aguardente
Outro porre em esperança
Tanto quanto a gente sente
No final nada se alcança

2

A verdade não se cala
O que tanto quis um dia
A palavra toma a sala
Invadindo a fantasia.

Nas entranhas deste mundo
Onde o tempo se desnuda
O que possa e me inundo
Já não traz qualquer ajuda.

4

A beleza que procuro
Sensação de mansidão
O meu mundo sendo escuro
Como posso ver verão?

Nas fornalhas deste sonho
O que vejo se descreve
Num momento onde componho
O meu mundo bem mais breve

6

Sendo fraco este argumento
Nada mais quero ou procuro
E dar asa ao pensamento
Nega um passo mais seguro.

Avalio o quanto pude
E quem sabe sendo assim,
Já perdera a juventude
Vejo próximo o meu fim.

8

Quixotesca noite vaga
Onde tanto quis a sorte
A palavra já divaga
E traduz apenas morte.

Repetindo a ladainha
Cada noite outra novena
A verdade não é minha
O passado me condena.

850

Ao sentir o vento intenso
Revolvendo os teus cabelos
Num caminho em paz eu penso,
Bebo em ti diversos zelos.

Nada pude adivinhar
De um passado incoerente
E o que veja em tal lugar
Traz no olhar o que o desmente

2

Bebo a lua em raro brilho
Vendo o céu tão mais diverso
Entretanto este andarilho
Traz no olhar o tom disperso.

Esperava pelo menos
Um momento mais tranquilo,
Mas bebendo teus venenos
Entre as trevas eu desfilo.


4

Resultado deste enfado
Outro fado ou vã fortuna
E se tanto ora me evado
Nada mais deveras una.


Cadencio cada passo
Na procura de um alento
E se tanto quero e faço
Presumível sofrimento.

6

Bebo as tramas do passado
Vejo as portas do futuro
E se vejo o sonho alado
O vazio eu asseguro.

Navegar sempre em diverso
Caminhar sem mais proveito
Onde possa novo verso
Encontrando o quanto aceito.

8


Nos meus olhos, o horizonte
No meu canto a voz macia
O que possa sempre aponte
Dimensão de um turvo dia.

Nada mais se aproximasse
Da verdade sem sustento,
Cada dia novo impasse
Entregando o peito ao vento.

860

Arco mesmo com enganos
E se faço do momento
O que possa em novos planos
Transformar o sentimento.


Abro os olhos, vejo apenas
A verdade mais soturna
A minha alma que condenas
Nesta treva ora se enfurna.

2

Nada mais vejo onde eu quis
Um caminho solidário
Onde quero ser feliz
Sigo em claro itinerário.


Onde houvesse alguma luz
Na verdade busco a sorte
Meu caminho reconduz
Meu anseio para a morte

4

Nas entranhas da saudade
Encontrei o quanto apressa
Esperança na verdade
Tão somente uma promessa.

Já não vejo mais saída
Nem tampouco persistisse
No que possa em distraída
Vida aquém desta mesmice.

6

Arco com meus desenganos
E desenho do arvoredo
Outros ermos, ledos danos
Meu caminho; em vão, procedo.

Nada vejo e quando quero
Cada passo representa
O caminho mesmo fero
Numa sorte violenta,

8

Arco com meu velho engodo
Entranhado em lamaçal
Do meu rumo em podre lodo,
Outro sonho mais venal.

Sem ter travas nesta língua
Nada mais me conteria
Mesmo quando sigo à míngua
Tenho na alma a fantasia.

870

Apascentas o que vejo
No caminho mais cruel
O que dita este desejo
Traz nos olhos, turvo céu.


A verdade não se cala
E nem mesmo se desdita
A minha alma na senzala
Noutra senda ela acredita.


2

Levo aos olhos este encanto
Entre tantos que vivi,
O meu mundo; adianto
Em teus braços, conheci.

Na palavra que redime
Nos anseios mais suaves
Onde amor supera o crime
Também nega tais entraves

4

Arco com meus erros quando
Outro tanto se desnuda
A palavra transmudando
Esperança queda muda.

Ouviria a minha voz
Quem jamais se calaria
O caminho para nós
Noutro tom se moldaria

6

Num instante quando quero
Encontrar e ser feliz
O que possa mais sincero
Noutro rumo contradiz.

A verdade se anuncia
Sem saber da direção
Onde o todo a cada dia
Molda a velha dimensão.

8

Esquecendo algum detalhe
Nada mais se vendo após
Esperança não retalhe
O que resta vivo em nós.

Jamais tive em meu caminho
Qualquer tom que me mostrasse
Quanto possa ser daninho
O tormento em ledo impasse


880


Nos momentos mais diversos
Encontrara o que deixei
Entre sonhos tão perversos
No vazio eu mergulhei

Esperança não resume
O que possa me trazer
Muito além de algum perfume
A vontade de viver.


2

Restaria em desenredo
O que possa ter enfim,
E se tanto ora segredo
Marco aos poucos ledo fim.

Ondas tantas, mar imenso
Inundando em fantasia
O caminho aonde eu penso
Na incerteza de outro dia

4

Esquecendo algum detalhe
Busco apenas novo sonho,
O que tanto nos retalhe
Traz no olhar o tom bisonho.

Parcimônia a cada passo
Ou talvez o que se faça
Na verdade o descompasso
Noutro rumo nada traça.

6

A verdade não se cala
O momento se anuncia
E tomando inteira a sala
Mata com hipocrisia.


Hei de amar e ser feliz
Mesmo quando nada houvera
O meu mundo de aprendiz
Traduzindo a vida austera

8

Arejando em esperança
O que tanto desejei
Voltarei a ser criança
Reinações tramando o rei.

Vivo em volta da incerteza
A nobreza dita o canto
Onde possa em fortaleza
Desenhar em raro encanto.

890

Apresento o que pudesse
Ser diverso do momento
Onde a vida me enlouquece,
Busca inútil, mas eu tento.

Noutro rumo a minha sorte
Não traria novamente
O que possa e me conforte
E deveras não mais mente.

2

Basta mesmo de abandono
Quando a vida não se dera
O que possa e desabono
Gera em vão nova quimera.


Nesta noite enluarada
O que pude perceber
Derramando sobre a estrada
Um delírio a se perder.

4

Não se vendo mais o quanto
Pude crer noutro momento
A verdade que garanto
Não redime o sofrimento.

Preconceito? Uma burrice
Nada traz apenas leva,
O que a vida contradisse
Reproduz a velha treva.

6

Neste instante o que se veja
Nada mais já me traria
A verdade benfazeja
É somente fantasia.


Meu caminho vida afora
Minha sorte não presume
O que possa e me devora
Renegando qualquer lume.

8

Na verdade o que se vê
Expressasse novo dia
O meu mundo traz você
Feita em clara sintonia.

Entre dias mais nublados
Em brumosa noite, eu passo,
Dias turvos renegados
Nos enganos que ora traço.

900

Trovejando dentro da alma
Tempestades vejo agora
A verdade não acalma,
Falsidade nos devora.
701

Toda trova que se faça
Mesmo sendo tão singela
Em quatro versos se traça
O que a vida nos revela.


Não mais tendo o que pensar
Neste mundo tenebroso,
O que possa imaginar
Traga o medo e trame o gozo.


Na verdade o que pudera
Desejar o coração
Amansando qualquer fera
Traz em si farta emoção.

4

Onde quis ter outro rumo
Minha vida se perdeu
Meu caminho quando esfumo
No vazio se verteu.

Nada mais trago no peito
A não ser uma saudade
Vou vivendo do meu jeito
Procurando a liberdade

Não soubera discernir
Entre os sonhos e a razão
E o que tenha inda por vir
Dominando a direção.

7

Ousaria acreditar
Se eu soubesse algum motivo
Nos anseios de um luar
Tão somente sou cativo.

A palavra se perdendo
Onde o tanto diz do nada
O meu mundo percebendo
No vazio a sua estrada.

Tenho fé no que viria
Ou talvez mesmo pudesse
Meu amor em harmonia
Vale mais que qualquer prece.

710

Onde a vida traz o brilho
Deste olhar; felicidade
Esperanças que polvilho
Noutro rumo: liberdade.

1

Aprendendo com o sonho
Ou sonhando com a sorte
Onde quero e me proponho
Tenho o canto que conforte.

Nada mais eu pude ver
Após tanta noite escura
O meu mundo a se perder
No vazio da procura

Nasci desta tempestade
E vivi no temporal,
O meu canto na verdade
Muitas vezes é venal.


Da mortalha que me deste
Deste luto mentiroso
Outro solo mais agreste
Sempre sigo, caprichoso.

5

Nada vejo após a sorte
Desairosa de um poeta
Quem convive vida e morte
Só no fim já se completa

Ousaria acreditar
Nos acordes da emoção,
Tanta vida da se negar
Tanta dor no coração…

Jamais pude ter em paz
O que um dia desejei
Quando amor seja capaz
Renovasse o que encontrei.

Bebo um gole de esperança
Onde o tempo não destoa
Minha vida já se lança
Noutra senda e segue à toa.

Ondas vejo mar adentro
Procurando algum porto,
Neste amor eu me concentro
Mesmo sendo rude e torto.

720

Inda mesmo noutro instante
Percebi nova falseta
O brilhar que amor garante
Não passasse de um cometa.

1


Inda mesmo que se veja
O que tanto desejei
Cada amor nova peleja
Já sem regra norma ou lei.

Nada mais eu poderia
Sendo a vida sempre assim
Vislumbrando noite e dia
O que sinto chega ao fim.

Quando a vida recomeça
Noutro passo mais ligeiro
Nada passa de promessa
Ou de um sonho aventureiro

Minha luta não se cansa
Não me canso de lutar
Meu amor feito esperança
Entranhando o imenso mar.


5

Ouso até pensar na vida
Como fosse alguma sorte,
Mas bem sei que distraída
Já se entrega em fria morte.

Onde tanto te queria
Nada mais vejo senão
O final de cada dia
Numa imensa escuridão.

Quantas vezes vi meu mundo
Desabando sem sentido
Coração tão vagabundo
Sem juízo está perdido.

Ao cair da tarde vejo
Neste céu iridescente
O vagar de algum desejo
Que soturno se pressente.

Nada mais se vendo após
O que tanto desejei
Coração bate feroz
Faz do amor a tola lei.

30

Onde escuto a tua voz
Ou percebo o pensamento
Todo o sonho segue após
O que possa e me apascento


Nada mais pudesse ter
Senão isto, o que ora creio,
O meu mundo a se perder
Perde o rumo noutro veio

O temor que se anuncia
Outro passo determina
A verdade não teria
Da esperança qualquer mina

Quero o gosto desta boca
Junto à minha neste instante
Esperança quase louca
Noutro canto se garante

Nada mais eu saberia
Se não fosse a vida assim
Um momento de alegria
Traduzisse amargo fim,

5


Nos anseios da esperança
Pude apenas presumir
O que tanto não se alcança
Nesta vida sem porvir.

6

Esperando alguma sorte
Onde nada se presume
Sem ter onde me conforte,
A saudade em dor resume.

Nada mais eu tive quando
Imagino novo tempo
O meu mundo desabando
Mais um tolo contratempo.

8

Buscaria algum conselho,
Mas sei bem que não se dá
Onde meto o meu bedelho
Nada encontro aqui ou lá

Ouro puro nos teus lábios
Doce sonho carmesim,
Dias mansos claros sábios
Trazem tudo para mim.

740

A verdade não traduz
O que possa noutro passo
Sonho feito em tanta luz
Refletindo cada traço.

1

Tantas vezes vi saudade
Onde quis a calmaria,
No caminho a liberdade
Se degrade dia a dia.

Jamais pude perceber
A vontade de seguir
Outro passo possa ter
Quem procura resistir

3

Minha vida representa
Muito pouco ou quase nada,
Esperança me alimenta,
Alma sempre esfomeada.

Num momento mais sutil
Outro tanto mais diverso
Onde tanto amor se viu
Hoje o passo é vil, disperso

5

Resumindo o que eu queira
Nas encostas da esperança
Cada sonho cordilheira
Quem procura não alcança.


Jamais tive em minha vida
O que tanto desejei
Nesta senda ora perdida
Tantas vezes me entranhei.

7

Nada mais se poderia
Nem vencer a solidão
Outro mundo em agonia
Revoltoso coração.

Como fosse o sonhador
Que se perde noutro fado,
Vou vivendo o pleno amor,
Tantas vezes enganado.

Nada mais trago no olhar
Nem sequer este horizonte
Onde possa caminhar
Meu caminho desaponte.

750

Aprendendo a dizer não
Tantas vezes; necessário
Ouso crer numa ilusão,
Mas não sou mais esse otário.

Na palavra não confio
Nem no fio da navalha
Incerteza ou desvario,
No final tudo atrapalha



2

Resolvendo o que pudesse
Noutro passo ou noutra sorte,
O meu mundo não merece
Nem ter mesmo o que comporte

Um velhaco sonhador
Emotivo coração?
Traz no fim o desamor
E engalana a solidão.

4

Nada pude acreditar
Nem tampouco poderia
Onde fosse te buscar
Nem o sonho encontraria.

Navegar sempre se deve
Mesmo quando não há cais
Coração seguindo em breve
Não temendo os vendavais.

6

Presumindo o fim do jogo
Nada tenho de mim mesmo
Quando vejo perto o fogo,
Sem defesas ensimesmo.

Na verdade o que consola
Traz no olhar a redenção
Outro tempo quando assola
Causa imenso furacão.

8

Esbravejo, mas no fundo
Não consigo imaginar
Este sonho onde me inundo
Num momento a divagar.


Resultado do que fora
Tanto tempo sem sentido
A minha alma sonhadora
O meu canto desvalido.

760


Bebo a sorte que não veio
Vejo o quanto não suporte
O meu mundo segue alheio
Esperando a minha morte.

Na palavra carinhosa
Ou até na que me fere
O cenário traz a rosa
E a saudade ora interfere


2

Onde visse o que não vejo
Vislumbrando novo tom,
Meu amor viva o desejo
Mesmo rude, ou até bom

Não seria de tal forma
O que possa noutro passo,
A verdade nos transforma
Reparando cada traço.


4

Nada mais eu vejo agora
A não ser o que veria
No momento se demora
Dentro da alma a fantasia


Tramo apenas o que possa
Transformar em alquimia
A verdade outrora nossa
Noutro tom, rara magia.

6

Não soubesse decifrar
O que tento num instante
Caminhando devagar
O final já se garante.

Nada quero ou mais tentasse
Sem sentido e sem proveito
O que tanto venha e trace
Com certeza sempre aceito.

8

Nos sertões da minha terra
Nas angústias de quem ama,
Coração a paz encerra
E desenha nova trama


Merecesse novo sonho
Quem se fez e sempre tente
Mesmo em mundo tão bisonho
Não seria impertinente.

770

Nas entranhas da saudade
Cada ponto representa
Outro rumo e na verdade,
Entoasse esta tormenta.


E se for pausadamente
O que tanto se apressasse
Neste mundo, de repente
Própria vida ultrapassasse

2

Nada quero do que tens
Nem também o quanto vejo
Entre os sonhos tantos bens
Ilusões de algum desejo.

Entremeio com meus sonhos
Atos, lutas, dia a dia
E se tenho olhos tristonhos,
Redimindo: a poesia.

4

Por mais terras e distâncias
Solitário coração
Nos vazios as estâncias
No horizonte, negação.

Cabem sonhos onde um dia
Pude mesmo imaginar
O que fosse e não teria
Onde mesmo descansar.

6

Abre os olhos e a janela
Ouça o vento divagando
Meu caminho se revela
De repente bem mais brando.


No meu passo sem descanso
No cansaço onde repasso
O meu mundo eu não alcanço,
Mas persigo traço a traço.

8

Onde a sorte dita o rumo,
Sem saber do que mereça
Tão somente o quanto esfumo
Pouco a pouco me enlouqueça…

Levo a vida de tal forma
Que não tendo mais sentido
O que possa nos transforma
Noutro passo, desvalido.

780

Ousaria acreditar
Nos momentos mais cruéis
E se possa delirar
Vagarei em carrosséis.

Num momento a vida traz
Outro rumo ou mesmo sorte
O meu passo mais audaz
Cada sonho agora aborte.

2

Nas tramóias da emoção
Outro passo se daria
E seguindo a procissão
Minha vida se esvazia.

Variasse a cada instante
O que pude desejar
E o que tanto se garante
Ocupando este lugar.

4

Apresento tais tormentos
Onde atento quis bem mais
Ouço até nos tantos ventos
Enfrentando os temporais.

Outro gole de café
Esperança toma um porre
Meu amor perdendo a fé
No vazio se socorre.

6

Esquecendo o que se tente
Novamente quis um dia
Procurando impertinente
Quem decerto envolveria.

Jogo feito; a vida passa
Nada tenho em meu futuro
Tão somente a mesma traça
Neste tempo mais escuro

8

Aumentando dia a dia
Esta dívida cruel,
O que posso não teria
Caminheiro sempre ao léu.

Nada mais do que se veja
Ou tentara sinto agora,
Enfrentar nova peleja
Com certeza me apavora.

790

Trabalhosa noite rude
Onde vejo o descaminho
Muito além do que já pude
Prosseguindo então sozinho.

Na calada desta noite
Novo tempo poderia,
Porém vida nos açoite
Destroçando a fantasia.

2

Barco solto sem amarras
Enfrentando este oceano
Onde tanto sinto as garras
Deste encanto mais profano.


Desta lápide que espera
O que um dia já foi gente
A verdade mais sincera
Que deveras se apresente.

4

Ruminando o meu passado
Vou seguindo feito um boi
Imagino lado a lado
O que há tanto já se foi,

Num arcaico palco a peça
Expressasse a valentia
De quem tanto já tropeça
Quando em fim nada traria.


6

Vagamente vejo o brilho
De quem tanto perfilasse
Outro tempo aonde trilho
Quanta luz se desejasse.

Já não tenho a liberdade
De seguir meu sentimento,
Pouco a pouco se degrade;
Resistir? Ainda tento.

8

Vejo apenas o vazio
Estampado em cada olhar
Minha vida por um fio,
Meu caminho a destroçar.

Onde o mar invade a areia
A palavra não cessara
De beber a lua cheia
Bela deusa nua e clara.

800

Na verdade o que se tenta
É vencer com mansidão,
A saudade que atormenta
Quem quer paz no coração.
644

Tantas vezes nesta vida
Procurei felicidade,
Mas a sorte ora perdida
Renegando a claridade.

645

Num momento mais feliz
Ou quem sabe feito em paz
Ao viver o quanto eu quis
Outro sonho a vida traz.

646


Nada mais se vendo além
Do que traz a calmaria
Tanto tempo sem meu bem,
Esta estrada é tão vazia

647


Bebo em fonte caprichosa
Esperança em mansidão
Cultivando em toda rosa
O que possa o coração.


648


Já não tenho mais temores
Nem tampouco a dor me doma,
Onde queres belas flores
Solidão tudo nos toma.


649


Não vivesse o quanto possa
Sem sentir o gosto amargo
Da verdade que destroça
O caminho que ora eu largo.


650
Lavrador em verso e sonho,
Um poeta já cultiva
O que tanto mais proponho
Nesta sorte sempre-viva.


651


Já não pude imaginar
Depois disto outro caminho
Sem as teias do luar
Continuo mais sozinho.


652


A verdade não se nega
A saudade não tem fim,
Quando o sonho me carrega
Destruindo tudo em mim.


653


Nada mais pudesse ver
Quem se fez em plenitude,
O meu mundo em desprazer
Tantas vezes desilude.


654


A palavra que consola
Outro sonho se mostrasse
Quando a vida entra de sola
Desenhando a podre face.


655


O resumo do que vivo
Noutro fato, mesmo engodo,
Posso ser até cativo,
Mas eu fujo deste lodo.


656


Outro tempo diz do quanto
Eu pensara ser diverso,
Mas ao ver em desencanto
Não pretendo e desconverso.


657


Jamais tive nesta vida
O que fora algum aporte
A verdade desprovida
De razão não tem seu norte.


658


Carpinteiro coração
Desentorta e mesmo tenta
Transformar em solução
O que fora uma tormenta…


659


O vencer e ser vencido
Ditam sempre esta emoção
O que posso então lapido
Nas searas da paixão.


660


Nada mais pudesse ver
Onde tento acreditar
Nas tramóias do prazer
Ou nos braços do luar.

661

Todo o verso que inda tento
Contestando o dia a dia
E se posso estar atento
Outro sonho o tempo adia.

662


Nada mais se vendo após
O que trazes num olhar
Quando vejo atados nós
Nos teus braços mergulhar.

663

Nada mais do que se faz
Ou do quanto poderia
Vivo o sonho mais audaz
Nas sendas da poesia.

664

Tanto amor não se traduz
Na palavra mais suave,
E procuro em plena luz
Superar qualquer entrave.


665


A palavra se malsã
Gera tantas heresias
O destroço que amanhã
Noutro engodo me trarias.

666

Nos anseios da saudade
Eu procuro o teu retrato
Onde existe a liberdade,
Tanto amor além constato.

667

O meu verso tenta apenas
Conceber a paz que abrigo,
E se tanto me condenas,
Mesmo assim teimo e prossigo.

668


O que tanto tu me destes
Noutro tempo já deságua
Onde teimo ter celestes
Os caminhos bebem mágoa.

669

Deste rio a sua foz
Com certeza encontra o mar,
Tanta vez; trouxeste após
O que pude desejar.

670

O silêncio na verdade
Não sossega o coração,
A palavra que te agrade
Traz no fundo a traição.

671


Não perdendo o tempo quando
Encontrar algum espinho,
É seguir sempre traçando
Com firmeza o seu caminho.

672


A esperança de um futuro
Sustentando em claro tom
O que possa e configuro
Traz no olhar amor em dom.

673

Meu momento mais feliz
Noutro tempo se desenha
E podendo no que eu quis
Ter o quanto em paz contenha,


674

Nada mais além do brilho
Deste olhar que tanto quero
Traz no fundo o que palmilho
Num desejo mais sincero.

675

Ousaria acreditar
Nos ditames da paixão,
Quando bebo do luar
Tenho exata dimensão.

676

Nada mais já nos conforte
Nem sequer o quanto a vida
Tenta ser deveras forte
Abrandando uma ferida.

677

A palavra mais suave
A vontade se traduz
No que possa e não agrave
O momento em farta luz.

678

Nada pude do passado
Reviver quando eu queria
O meu verso lapidado
Noutro tom se negaria.

679

Outra sorte se deseja
A quem tanto eu quero bem,
Não valesse uma peleja
Tanto amor que a vida tem.

680

O meu dia recomeça
Nos anseios da emoção
Quando a sorte se professa
Nos rincões de uma ilusão.

681

Almejasse pelo menos
Um momento em calmaria,
Venço assim tantos venenos
Que enfrentara dia a dia.

682

Nas montanhas e nos vales
Nos caminhos tão diversos
Onde quer que tanto fales
Vejo ali meus claros versos.

683

Na cidade pequenina
Ou talvez num vilarejo
O que tanto me fascina
Traduzisse o que ora vejo.


684

Nas redomas onde um dia
Escondera cada olhar,
A verdade se faria
Noutro tom a devorar.

685

Ansiedade dita o rumo
De quem tente ser semente
Deste prado onde resumo
O que traz mais viva a mente…

686

Nada mais se vendo quando
O passado vive em mim,
Neste rumo desenhando
Sofrimento não tem fim.


687

Atravesso cada rua
Avenidas, vias, rotas
E se tanto alma flutua
Meu caminho já nem notas.

688

Eu preparo a despedida
E bem sei que é nunca mais,
Onde houvera uma saída,
Já não vejo qualquer cais.

689

O meu passo incoerente
O meu rumo sem proveito
Onde quer que a gente tente
A saudade nega o leito.

690

Pude crer no que talvez
Fosse além de mero sonho,
E o que possa, mas não vês
Traz no olhar passo enfadonho.


691

Dos amores e das sortes
Tão diversos, nada resta
Sem saber do que comportes
Jamais vejo alguma festa.


692

Num momento mais audaz
O meu mundo não traria
O caminho onde se faz
A beleza em serventia...

693


Jamais vejo o quanto tenho
Muito ou pouco, não importa
E se possa em raro empenho
Arrombasse então a porta.

694

Já não tenho esta esperança
Que pudera alimentar
O meu mundo em aliança
Com o tempo a desolar.

695

Embarcando no vazio
Outro canto se apresenta
E descendo o velho rio
Enfrentando outra tormenta.

696

Trovadores, sonhos trago
Nos meus olhos reticentes
Enfrentando sem afago
Dias duros e inclementes.

697


Um acorde que se entoa
Nas cordas do coração
A palavra não ecoa
O que dita esta emoção.

698

Trago os olhos no futuro
Vejo no retrovisor
O caminho mais escuro
Feito em rude desamor.

699

Nada mais se possa ter
Num momento onde se sente
Os terrores do querer
Quando o sonho já se ausente.

700

As verdades que me dizes
Outras tantas refletindo
Ultrapasso velhas crises
Num cenário quase infindo…
545
Eu nasci naquela serra
Nos olhares desta lua
O meu peito sempre encerra
Esta deusa bela e nua...

546


Solidão aqui por perto
Esta vontade de chorar
O meu peito sempre aberto
Nunca mais vai se fechar

547

Vejo a vida neste espelho
Cada ruga é um presente,
Cada traço outro conselho,
Do futuro vou descrente

548

Rasos d’água olhos tão tristes
Procurando por um bem
Eu bem sei que tu resistes
E por isso, sem ninguém


549

Versos faço sem medidas
Não me canso de cantar
Ilusões se estão perdidas
Por meu Deus quero encontrar


550

Fardo pesado carrego
A saudade dolorida
Tanto amor Jamais eu nego
É negar a própria vida...

551

Tua boca framboesa
Cada lábio carmesim,
Teu amor uma riqueza
Rara flor do meu jardim.


552

Faço o canto que quiseres
Em trovinha ou em soneto,
Mas decerto se vieres
Tanto amor eu te prometo.



553


Meu amor uma andorinha
Que a saudade maltratou
Se sonhei que eras tão minha
O meu sonho se arribou


554


Vejo a luz desta saudade
Pela luz dos olhos teus
Para haver felicidade
Tua luz nos olhos meus...

555


Sou apenas um cantor
Que se fez apaixonado
Ao luar um trovador
Canta o amor, inebriado...


556

Trovador que não se cansa
De cantar quem tanto quer
Poesia sempre alcança
Nos teus braços de mulher

557


Minha vida não tem preço
Tanto apreço a vida tem
Cada dia num tropeço
A saudade sempre vem..


558

Bebo a fonte da saudade
Nos teus beijos minha amada,
Não saber felicidade
Nesta vida é não ter nada...


559

Ouço a voz de uma esperança
Canta livre passarinho,
Mas o tempo sempre avança
E me encontra tão sozinho...


560

A saudade é matadeira
Pra matar esta saudade
Eu procuro a noite inteira
Sem ter lua, a claridade


561


Quero o beijo mais garboso
Da morena mais faceira
Coração tão curioso
Não quer mais marcar bobeira


562

Cavaleiro em lua cheia
Esperança em seu alforje
Quando a noite se incendeia
O dragão; mata São Jorge.

563

Coração faz melodia
Com espanto de quem teima
Teu amor em noite fria
Esquentando até que queima.

564






Fazer trovas já me traz
Alegrias e tristezas
Tanto amor não foi capaz
De vencer as correntezas.


565


Bebo a sorte de quem teve
Alegria invés de dor
A minha alma se conteve
Ao sentir um grande amor


566

Navegante sem cuidado
Naufragando antes do cais,
Meu amor sempre ao meu lado
Não te esqueço nunca mais

567


Beijo a fronte delicada
Desta moça tão faceira
A minha alma apaixonada,
Ilusão tão verdadeira.


568


Quero o sal da tua pele
Teu suor, o meu desejo
Teu amor já me compele
Ao destino que ora almejo


569


Medo tenho do futuro
Isso não é novidade,
Sendo claro ou sendo escuro
Busco sempre a liberdade


570


Tantas vezes te queria
Mas jamais tu me quiseste
Pois arar em terra fria
Na colheita não vieste.


571


Vejo a lua e te imagino
Claramente nos meus braços,
Deste sonho de menino
Nosso amor estreita os laços


572



Se das penas tu tens pena
Já de mim nada tu tens,
Sedas plenas, bela cena,
Mas deveras já não vens...


573



Bebo a sorte traiçoeira
Que tragaste por engano,
Meu amor sabe a poeira
Mas decora um novo plano.

574

Talvez veja com teus olhos
Os meus olhos junto aos teus
Num caminho feito abrolhos
Só restando o teu adeus...

575


Alecrim que eu encontrei
Nas campinas das Gerais,
Meu amor eu te entreguei
Mas não me queres jamais....


576

A morena tem seu quê
De carinho e sedução
Vem correndo e logo vê
Que é só seu meu coração.

577

Laço firme tu me destes
E deveras me prendeu
Esperanças que me vestes
Deste amor ser todo meu.

578


Não queria esta verdade
Nem tampouco uma mentira
Meu amor tanta saudade
Nos teus braços já me atira


579


Quero ver se não pudesse
Compreender meu sentimento
Te faria reza e prece
Não te deixo um só momento


580

Vento frio, madrugada
Meu amor já não está
Pela rua, na calçada
Meu amor onde andará?

581

Tanto tempo sem te ver
Tanto quis e nada tenho
Meu amor o teu prazer
Nos meus sonhos não contenho.


582


Poesia fiz contente
Para quem amo demais
Meu amor se fez urgente
Nos teus braços fez seu cais


583

Veio vindo de mansinho
E tomando toda a sala
Coração de passarinho,
Quando vê quem ama, cala..

584


Estrelinhas lá no céu
Vão dizendo de quem amo
Nosso amor em seu papel,
Com certeza o bem que clamo...


585


Tanto quero o teu querer
E não queres meu amor
Sem te ter cadê prazer?
Só restando frio e dor.

586

Passarinho quando canta
Com saudade do seu ninho
Minha voz já se levanta
Já não vou cantar sozinho


587


Beijo a boca da morena
Mas a loura é quem me quer
Meu amor já não tem pena
Faz de mim o que quiser


588


Labaredas do desejo
Se espalhando pela casa
Cada vez que, amor te vejo
Aumentando mais a brasa.

589


Dedilhando na viola
Serenata fiz por ela
A minha alma já decola
Pega o barco, abrindo a vela...

590

Este pobre trovador
Coração analfabeto
Na matéria de um amor
Bobeando locupleto.

591

Tantas vezes quis teu nome
Escrever em poesia
Quando a lua ao longe some
É sinal de novo dia.

592

Lago plácido sonhei
Para poder mergulhar
Nos teus braços eu fui rei
Coração fez coroar.

593

Não persigo quem me odeia
Nem tampouco quem maltrata
No sertão a lua cheia
Se derrama sobre a mata.

594

Trovador que não se cansa
De fazer trovas e rimas
Vai mantendo esta esperança
Mesmo se mudarem climas.


595

Vento bom que me alivia
Quando faz muito calor,
Mas se a noite é muito fria
No teu braço, aquecedor.

596


Calma, calma minha gente
Uma noite não é nada
Mas com esta dor de dente
Penetrando a madrugada?

597

Tanto tempo procurando
Por alguém que não me quis
Meu amor me torturando
Nunca mais serei feliz.


598
Se eu pudesse te daria
Um palácio, mas cadê?
Tão enorme fantasia
Pruma casa de sapê


599


Vejo a luz dos olhos teus
Clareando a noite escura
Não encontro mais os breus
Se a minha alma te procura.


600


Levo a vida deste jeito
Cada qual sabe o que faz
Vou vivendo satisfeito
Teu amor me trouxe paz

601

Sinto o vento no meu rosto,
Uma brisa te chamando
O meu peito agora exposto
Se entregando ao vento brando.


602


A verdade não engana
Quem deseja ter um bem
Minha sorte soberana
Procurando sempre alguém.

603

Tenho os olhos já cansados
De chorar por quem partiu,
Dias tristes, descorados,
Por que amor se fez tão vil?

604

São palavras simplesmente
Não traduzem o que sentes,
Meu amor feito demente
Não sabendo que tu mentes.

605

Neste beco sem saída
Nada faço senão ir
Procurar a minha vida
Noutros tempos, no porvir...

606


Caso venha sem vontade
É melhor ficar de fora,
Meu amor tanta saudade
se não mato, me devora.


607


Tenho os olhos já cansados
De tentar felicidade,
Noutros mares mergulhados
Só marulho é que inda invade.

608


No que posso te contar
Uma estrela matutina
Com saudades do luar
Tanto brilha e até fascina.

609


Não me venha com mentiras
Nem tampouco me iludindo
O amor feito sem tiras
Nem retalhos se faz lindo.

609


Coração de navegante
Timoneiro busca o cais,
Mas seguindo sempre avante
Teu amor não vejo mais.

610


Quando o galo à noite canta
Despertando quem dormia,
De manhã já se levanta
Depenado na bacia...

611

Jacaré virando presa
Se o riacho tem piranha
Vai servir de sobremesa
Pois multidão sempre ganha...


612

Se esta boca fosse minha
Não cansava de beijar
Meu amor não adivinha
Quanto quero tanto amar...

613


Esperança vem chegando
De mansinho, devagar
Meu amor, mas até quando
Eu terei que te esperar

614

Nada além do que pensava
Coração de um violeiro
Que decerto já buscava
Teu amor, o tempo inteiro

615

Vivo sempre perguntando
Como posso ser feliz
A tristeza me tomando
Vou vivendo por um triz

616

Eu sou como um passarinho
Com vontade de voar
Mais distante do meu ninho
Sem ter ninho onde pousar.

617

A saudade, uma gaiola
Que me prende e me maltrata,
No ponteio da viola
Liberdade é serenata...


618

Vou buscando uma alegria
Onde um dia quis amor
Muito embora a fantasia
Só provoque imensa dor.

619

Nos meus olhos rasos d’água
A tristeza é tão presente
A saudade em mim deságua
Novo amor se faz urgente

620

Peço a Deus por um momento
Em que possa me alegrar
Vai girando o pensamento
Carrossel não quer parar...

621

No cansaço desta noite
Alvorada não me quis
Se a saudade é como açoite
Como posso ser feliz?

622

Tenho tanto que aprender
E tão pouco pra ensinar
Aprendendo a te prazer
Nas veredas deste amar...

623


Coração tão vagabundo
Não se cansa de sonhar,
Nos teus braços me aprofundo
Nos teus sonhos mergulhar.



624

Sorte tem quem a procura
Não me canso de dizer
Quando a noite é mais escura
Tua luz me dá prazer.



625

Doce canto, o passarinho
Com beleza quer parceira
Com você fazendo o ninho
Vou brincar a noite inteira.

626

Repentista e violeiro
Um eterno sonhador
O meu peito é mensageiro
Das loucuras de um amor.

627

A trovinha é tão singela
Coração jamais se cansa
De pensar somente nela
Ser feliz, uma esperança...

628

A paixão tem tantas faces
Que não posso mais contar,
Nos teus olhos os disfarces
Não aprendo a decifrar.

629

Vejo a lua iluminando
Meus caminhos pela vida,
De tristezas vou lembrando
Esta noite em despedida.

630

Risco o nome de quem amo
Trago os dedos machucados,
Da saudade não reclamo
Já conheço antigos fados...


631

Sorte tem quem a procura
Não me canso de dizer
Quando a noite é mais escura
Tua luz me dá prazer.


632



Pele com pele dá certo
Alegrias sem limites
O meu mundo segue aberto
Só te peço que acredites.

633


Tanto tempo nesta espera
E ninguém fala meu nome,
Quando penso em primavera
Roseiral, morrendo some...

634

A tristeza é companheira
Minha amiga inseparável
A parceira derradeira
Desencanto interminável.

635

Roda, roda a sorte gira
E não pára de girar.
Teu amor uma mentira
Que aprendi a decifrar.

636

Nada tenho de alegria
Meu prazer já foi embora,
E somente a noite fria
No meu peito se demora.

637

Vai chovendo de fininho,
Tanto barro nesta estrada
Teu amor já sem carinho
Na verdade não diz nada...


638


Rosas trago em meu jardim,
Amarelas e vermelhas
Coração traz dentro em mim
Deste amor, belas centelhas.


639


Lavo os olhos na saudade
Do meu bem que não me quis
A tristeza agora invade
Nunca mais serei feliz

640

Trago os olhos já cansados
De chorar por quem não quis
Os meus beijos vão calados
Coração bate infeliz...

641

As palavras que disseste
Me trouxeram tanta mágoa
Neste solo tão agreste
Esperança não deságua...

642

Trago a marca do abandono
Cicatrizes dentro da alma,
Já perdendo amor e sono
Nem o canto mais me acalma...

643

Ergo os olhos e procuro
Quem outrora quis tão bem
Mas o céu estando escuro
Não me mostra mais ninguém.

644

Barco ao léu, o mar carrega
Sem destino cadê porto?
A minha alma andando cega
Peito sem amor, já morto...

645


Trovejante coração
Faz das suas e me engana
Outros dias sofrerão
Esta sorte desumana



646

Tanto quero que não sei
Se o querer faz bem ou mal,
Meu amor eu encontrei
Noutros bailes, carnaval.


647


A vovó tá bem surdinha
Nada escuta, minha gente
Tá careca e banguelinha
Só não tem mais dor de dente.


648


Lambisgóia de uma figa
Mercenária e vagabunda
Se quiser pensão tem briga
Tem tapão na sua bunda.


649

Beijo o sonho que me deste
Como fosse um bom presente
Desde o dia em que vieste
O final, alma pressente...

650

Bebo gotas deste orvalho,
Já não posso mais sonhar,
Meu amor o meu trabalho
Não me deixa descansar...

651

Risos falsos, fantasias
A que resta, a do palhaço,
Procurando as alegrias
Não encontro nem pedaço.

652

Tempo escorre em minhas mãos,
Sorte foge dos meus dedos,
Os meus cantos sempre vãos
Aumentando cedo os medos.

653

Eu te trago uma mensagem
De quem tanto quis teu bem,
Trago sempre na bagagem
A saudade deste alguém...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

535


A saudade diz de quem
Já se foi pra nunca mais,
Depois dela mais ninguém
Meu amor no peito traz.

536
O meu canto é de saudade
Maltratando em noite fria,
Onde ter felicidade
Se tristeza é quem me guia.

537

Beijo os olhos do passado
Vejo a luz que já não tenho,
Coração apaixonado,
Na saudade faz empenho.

538

Quando a fonte da saudade
Se aflorou no peito meu,
Inundou toda a cidade,
O meu mundo se perdeu.

539

Veja bem como é que pode
Coração de um trovador,
Remexeu, buliu, sacode,
Da saudade é sofredor.

540


Nos anseios da saudade
Tanta coisa já perdi,
Procurei felicidade,
Foi-se embora já daqui.

541

Tenho os olhos rasos d’água
Coração bate depressa,
Da saudade, tanta mágoa
Tanto amor que se confessa.


542

Vivo só por que te quero
Mesmo assim não mais me quer,
De saudade desespero
Onde encontro esta mulher?


543

Levo para a vida inteira
A tremenda cicatriz,
Coração marcou bobeira,
A saudade agora diz.

544

Já não falo da tristeza
Nem tampouco da alegria,
Na saudade esta certeza
De uma tarde mais sombria.
525

Eu preciso te dizer
Deste amor que me domina,
Nele todo o meu prazer,
Minha sorte, minha sina.

526

Vou cantando em cada verso
Tanto amor que Deus me deu,
Coração ganha o universo
Nos teus braços se perdeu...

527

Minha amada, nunca esqueça
Do poder de um grande amor,
Muito mais do que eu mereça
No teu campo colho a flor.

528

Cada dia mais eu peço
E agradeço tanta luz,
Se deveras eu tropeço
Teu amor já me conduz.


529


Não me venha com tristeza
Alegria vale tanto,
Meu amor, tenha a certeza
Nos teus braços meu encanto.

530

Vivo só por que te quero
E te quero por viver
Tanto amor assim sincero,
Flores belas vou colher.

531

Jamais tive uma ilusão
Que doesse tanto assim,
Meu amor, tanta emoção
Nosso amor já não tem fim...

532

Beijo a boca de quem amo
Amo tanto quem eu beijo,
A presença eu já reclamo,
Vem matar o meu desejo.

533

Peço pela nossa vida,
E agradeço a quem nos fez,
Minha sorte estando ungida
Neste amor que também crês.

534

Levo a ti a bela rosa
Que plantei no meu canteiro,
Pra mulher maravilhosa
Meu amor mais verdadeiro...
516


Minha amiga me pergunto
Como posso ficar só,
Sem você aqui bem junto,
A saudade dando um nó.

517

Amizade eu te garanto
Só faz bem e não faz mal,
Sossegando qualquer pranto,
Melhorando o baixo astral.

518

Na amizade verdadeira
Coração bate depressa
Minha amiga e companheira
Seu segredo me confessa.

519


Faço versos de amizade
Para quem desejo bem,
Pois ali felicidade
Com certeza sempre tem.

520

Um amigo se é sincero
Fala tudo e nunca mente,
Teu amigo, eu sempre quero,
Deixa a gente tão contente.

521

Não me deixe mais sozinho,
Minha amiga, por favor,
Passarinho sem o ninho,
Morre só sem beijar flor.

522

Lavo os olhos de tristeza
Nos teus braços minha amiga,
Venço qualquer correnteza
Coração amigo abriga.


523

Cheio de felicidade
Vou cantando num versinho,
Quando encontro uma amizade
Nunca mais ando sozinho.

524

Peço sempre a Deus do Céu
Que me dê muita amizade,
Sem amigos vou ao léu,
Só encontro falsidade...

525

Veja bem querido amigo,
Como é bom ter teu sorriso,
Já não vejo mais perigo,
Tendo tudo o que preciso.
514

solidão maltrata tanto
Quem deseja ser feliz,
Meu amor o desencanto,
Nossa sorte já desdiz...


515


o calor que nos aquece
faz tão bem ao coração,
nosso amor jamais se esquece
nele encontro a perdição
506

Um feliz aniversário
Pra você meu amiguinho,
Trago apenas de presente
Meu amor e meu carinho.



507


Respeitando o seu irmão
O menino é bem legal,
Vai ganhar um presentinho
Bem bacana no Natal.

508

Minha Tia é muito boa
Ela é muito inteligente
Ensinando a ter cuidado
Todo dia com meu dente.

509

A galinha faz cocó
O cachorro faz auau
O menino que é bacana
Respeitando um animal.

510

Eu já sei falar de cor
Um versinho pro papai
Balãozinho sobe, sobe,
Pega fogo quando cai.


511


É por isso minha gente
Que não solte mais balão
Vai fazer muita queimada
Vai causar destruição.
499

A saudade não me deixa
Um minuto mais de paz,
Coração sempre se queixa
Porém ela satisfaz.

500

Ao beijar a tua boca
Encontrei felicidade,
Mas agora a vida é louca
Só restou tanta saudade,

501

A lembrança de quem fora
A mulher que tanto quis,
A minha alma sonhadora
Já não é sequer feliz.

502

Pude ter em minhas mãos
O futuro que esperava
Mas os dias seguem vãos,
Da saudade uma alma escrava.

503

Levo a vida desse jeito
Sem futuro, só passado,
Disparando o velho peito,
Para sempre apaixonado.

504

Se você quiser meu bem
Posso ser seu namorado,
Mas na vida sem ninguém
Continuo abandonado.

505

Peço a Deus em oração
Que ela volte sim senhor,
Eu perdi a direção
Se não tenho um grande amor.


496


Vejo os olhos da lembrança
Maltratando a minha vida,
Mas que faço se esperança
Hoje sei que está perdida.


497


Todo dia sem descanso
Procurando dia e noite,
Meu olhar ao longe lanço
Tanto frio, um duro açoite


498


Minha amada se perdeu
Numa estrada dolorida,
E o que faço se este breu
Dominou a minha vida?
486

Minha amiga me perdoe
Se eu maltrato quem me quer,
Muito mais em mim já doe
A saudade da mulher.

487

Amizade é coisa boa,
Necessária, eu te garanto
Se não tenho, esta canoa,
Afundando em triste pranto.

488



Mergulhando no carinho
De um amigo bem bacana
Já não sigo mais sozinho,
Meu caminho não se engana.

489

Faço versos de amizade
Para quem desejo tanto,
Coração fala a verdade,
Nos seus braços meu encanto.

490

Dura a vida pra quem tem
Amizade triste e falsa,
Tanto espinho que contém
Caminhando já descalça.

491

Sei do quanto tanto quero
Um amigo mais leal,
Coração sendo sincero
Na amizade sem igual.

492

Triste quem não conheceu
Amizade nesta vida,
Seu caminho escureceu
Já não teve mais saída...


493

Eu pergunto a todo mundo
Quanto amigo você tem,
Coração tão vagando
Só responde: sei ninguém.


494

Levo a vida deste jeito
Caminhando contra tudo,
Sem amigo no meu peito,
Coração ficando mudo.

495

Navegando em mar intenso,
Solitário coração,
Numa amiga sempre penso,
Mas só vejo a negação...
476

Meu amor nunca se cansa
De pensar em poesia
Quando vem uma esperança
Reluzindo todo dia.


477


Não me deixe mais sozinho
Eu te peço por favor
Como pode um passarinho
Cantar livre sem amor.

478

Nada faço e nada tenho
Se não vens amada minha,
De que vale tanto empenho
se quem quero nunca vinha...

479

Nada além de uma paixão
Movimenta o dia a dia,
Vai batendo o coração
Parecendo bateria

480

Lavo os olhos nos teus olhos,
Teu olhar é que me guia
Alegria sei aos molhos,
Quando vivo a fantasia.

481

Nas querências de um amor
Encontrei o meu caminho,
Seja lá por onde for,
Já não quero ir mais sozinho.

482

Tanto tempo sem você
Tantas noites solidão,
Eu procuro mas cadê?
Dentro do meu coração.

483

Não me peça mais desculpas
Não precisa meu amor,
Não tivestes tantas culpas
É que sou um sonhador.


484


Da palavra abençoada
Que aprendi, com tanta luz,
A minha alma apaixonada
Tanto sonho reproduz

485

Levo a vida deste jeito
Coração batendo a mil
Ter amor é meu direito,
Tanto amor nunca se viu...
466

Tá chovendo de mansinho
Neste pobre coração,
Sem amor e sem carinho
Eu prefiro o furacão…

467

Se chovesse no quintal
O que chove dentro em mim
Um tremendo lamaçal
Toma conta do jardim.


468


Quando chove faço festa
Na verdade é como um ganho
A patroa; se detesta
Pelo menos toma banho.

469

Cai a chuva em tempestade
Ventania com granizo,
Teu amor tua amizade
Meu amor, o que preciso.

470

Trovejou, relampejou
Vai cair um temporal,
Meu amor já me deixou,
Dentro em mim um vendaval.

471

Moreninha bronzeada
Já não quer chuva mais não
Mas é bem abençoada
Quando cai no meu sertão.


472


O riacho transbordando
Vai haver inundação,
Tempestade desabando
Alagou meu coração.

473

Se eu pudesse, minha amada
Eu gostava desta chuva
Quê que eu faço nesta estrada
Se não tenho guarda-chuva?


474


Lá em Minas nublinando
Chuva fina é muito boa,
O paulista apelidando
A chuvinha de garoa.


475


Serra quando presidente
Não vai ter “bolsa-família”,
Se chover um pouco a gente
Vai ganhar “balsa-família”.
461

Extasiado; pressinto
Maravilha feita em luz,
Tua boca é qual absinto,
Inebria e me seduz.

462

Excitante e delicada
Tanto brilho que me invade,
A minha alma enamorada,
Vai morrendo de saudade.

463

Veja só como é que pode
Este amor que tanto eu quis,
Tanto bole e me sacode
Me deixando mais feliz.


464


Agarrando a lua cheia
Eu te trouxe de presente,
A vontade me incendeia,
Coração nunca desmente...
457

Extasiado; pressinto
Maravilha feita em luz,
Tua boca é qual absinto,
Inebria e me seduz.

458



Excitante e delicada
Tanto brilho que me invade,
A minha alma enamorada,
Vai morrendo de saudade.

459

Veja só como é que pode
Este amor que tanto eu quis,
Tanto bole e me sacode
Me deixando mais feliz.

460

Agarrando a lua cheia
Eu te trouxe de presente,
A vontade me incendeia,
Coração nunca desmente...
447

A saudade diz da roça
Cafezinho sobre a mesa,
Que saudade da palhoça
Moreninha é sobremesa...

448

O meu mundo não cabia
Nas porteiras da ilusão,
Vou vivendo a fantasia
Sob a lua do sertão.

449

Perigosa esta arapuca
Pra pegar um passarinho,
A saudade se machuca
No meu peito faz se ninho

450

Não queria na verdade
Novamente outra saída
A danada da saudade
Destruindo a minha vida.


451


Noite fria, esta fogueira,
Que festança é São João,
Moreninha deu bobeira
Me incendeia o coração.


452


Procurei quem tanto afaga
Nas marés de uma emoção
Enfrentando forte vaga
Mergulhando na ilusão...

453

Sapequinha essa menina,
Beija, beija e nunca cansa
Se esta ruiva me alucina
Fantasia sempre alcança.



454

Sofrimento rói meu peito,
Vivo sempre sem ninguém,
Se este sonho fez seu pleito,
Onde encontro enfim meu bem?


455


A saudade diz daquela
Em que a lua se escondeu,
O destino então se sela,
Ele é nosso, teu e meu...
436


A saudade maltratando
Este amor pensava extinto
Vou assim me apresentando
Eu sou HAGAR ROMEU PINTO.

437

Nasci numa noite fria
Mirai Minas Gerais
Trovador em poesia
Não se esquece nunca mais.


438


Vou vivendo esta esperança
De poder felicidade,
Coração de uma criança
Acelera de verdade.

439

O meu beijo te sacia,
Moreninha toda prosa,
Tanta luz diz a alegria
Cada mão traz uma rosa.

440


O prazer se não cuidado
Maltratando quem deseja,
Meu amor não é pecado,
Venha logo então me beija.


441


Tantas vezes eu procuro
Quem deseja e quem me quer,
Seja no claro ou no escuro,
Tudo em nome da mulher.


442


Eu queria tão somente
Mergulhar no teu prazer,
Colocando esta semente
Nove meses pra nascer.


443


O Brasil tem muita gente
Que só pensa em sacanagem,
Mas eu sigo mais contente
Admirando esta paisagem.


444


Sob a saia da lourinha
Encontrei felicidade
Quem me dera fosse minha
Não teria esta saudade...

445

Uma casinha na roça
Tudo aquilo que se vê
Bate o vento na palhoça
Casa feita de sapê.

446


Com jeitinho faço verso
Serenata na janela
A beleza do universo,
No seu corpo se revela.
401

Trovador que não se cansa
Se apertar já não se arrocha
O meu nome de criança:
Caio Rolando da Rocha.

402

Faço trovas pra senhora
Pro senhor dou a banana
Se cheguei não vou embora
Fico mais uma semana.

403

Eu venci as minhas lutas
Com ternura e com paixão,
Pras mulheres mais astutas
Eu já dou meu coração.


404


Não quero se muito crítico
Com a tal politicalha
Mas conjunto de político
Eu conheço por canalha,


405


Beijo a boca de quem quero
O problema é todo meu
Se este amor é mais sincero
Mais prazer já conheceu.

406

Quantas vezes quis Maria
E Joana é quem me quis,
Uma à noite outra de dia,
Desse jeito eu sou feliz.


407


Faço trovas como quem
Traz amor dentro de si,
Beijo a boca deste alguém
Como fosse um colibri.

408

Não mergulho no vazio,
Nem tampouco quero a morte,
Se prazer eu propicio
Quero amor que me conforte.

409

Nasci numa noite fria
No Sertão de Jatobá
Vou buscando a poesia,
Seja aqui ou seja lá.

410

Trovador com a viola
Madrugada em lua cheia,
Passarinho sem gaiola
Nem amor mais me cerceia.

411

Fiz a casa sem dinheiro,
Não tem telha nem embolso,
O Amor mais verdadeiro
Gosta mesmo é do meu bolso...

412

Tanta luz que tu me deste
Nosso amor nunca se acaba
A saudade é tão agreste
Deste olhar jabuticaba,

413

Meninice é coisa boa
Não me canso de cantar,
A saudade da patroa
Faz a gente delirar...

414

Coração já não se engana
Tropeçou, quebrou nariz,
A mulher quando sacana
Todo o bem que já se quis.

415

Já não vou ficar calado,
Nem tampouco estou na minha,
Quem só vive do passado,
Canta a mesma ladainha...


416

Abandona este cigarro,
Pára de beber, amigo,
Na morena pra que sarro?
Se quiser, deixa comigo...


417


São caminhos diferentes
Para quem quer se encontrar,
Dos teus rios, afluentes
Desaguando no meu mar...


418


Peço a Deus e não me engano,
Sei que tanto merecia,
Por debaixo deste pano
Ela me dando alegria...

419

Sem saber se ainda posso
Perguntar sei, nunca ofende
Se o carinho for um troço,
Tudo bem, se não. Depende...

420

Joga a saia para lá
Quero ver tua calcinha,
No meu colo encontrará
O prazer de ser só minha...

421

Moça boa que me agrade
Já não fica de frescura,
Não controla uma vontade,
Se me deu, já teve cura.

422

Peço a quem puder me dar
As notícias deste bem
Que se foi com o luar
E sem ela o sol não vem...

423

Eu sabia desde já
Tudo quanto caberia
Quem mergulha encontrará
Meu calor em noite fria.

424


A saudade é traiçoeira
Mente, mente, mas reluz,
Do passado é mensageira,
Abençoa em dura cruz.

425

Não me esqueço deste olhar
Nem tampouco do sorriso,
Meu amor veja o luar,
Nele o nosso paraíso...

426


Se a verdade não escondo
Sendo franco; sim senhora
Este mundo é tão redondo,
Pra voltar nunca demora...


427

Bate o sino na matriz
Convidando para a missa,
A moçada vai feliz,
Se exibir com graça, atiça...

428

Pecadora esta menina,
Eu reclamo desde já,
Ela só quer e domina,
Só não sei quando dará.


429


A mulher clareia breus
Nos seus olhos a luneta,
Quando nova ela é de Deus,
Virou sogra? É do capeta!

430

Menininha sapequinha
Toda noite e todo dia,
Só não quero mais na minha,
Senão é pedofilia.

431

A paixão tem tantas faces
Enganando satisfaz,
Bem diverso que tu traces,
Num inferno vejo a paz.


432

Fofoqueira essa menina
Não se cansa de falar,
Sua língua não domina,
Mas só serve pra beijar...

433

Joga fora esta bengala,
Pára de ser indecente,
Quem te vê assim não fala
Que faz pose de doente.


434


Se num beco sem saída
Encontrei meu bem querer,
A razão da minha vida
Não me deixando escolher.


435


Catapora coça tanto
E coçando sigo em frente,
Tanta coisa não me espanto
Tudo muda de repente.
351


Não chorasse em vão meu filho.
Pois a vida é mesmo assim.
Num momento o imenso brilho
Noutro instante o duro fim.


352


A verdade não sonega
O que tanto quis um dia
A justiça mesmo cega
Traz a luz que me irradia.

353

O meu verso não exprime
O que tanto desejei,
O meu canto já suprime
O cenário que entranhei.

354


Bebo um pouco deste sonho
E pudera ter no olhar
Cada verso onde componho
O que possa desejar.

355

Na incerteza de algum verso
Na verdade mais temida
O que possa no universo
Trás além da própria vida.

356


Num janeiro da esperança
Outro dia se redime
O caminho aonde alcança
Novo tempo em paz se prime.

357

Beba o sonho e mansamente
Navegasse no infinito
Desenhando em clara mente
Muito mais que eu necessito.

358


Já não pude acreditar
Nos desmandos da paixão
Onde quis algum luar
Vejo além a escuridão.

359

Entregando à própria sorte
O que tanto desejei,
O que possa e me conforte
Na verdade não tem lei.

360

O meu mundo se desenha
Sem motivo e sem proveito
Onde possa e já convenha
Bebo o sonho e me deleito.

361

Na saudade que ora levo
No momento mais sutil,
O caminho aonde o cevo
Traz o quanto amor previu.

362

Bebo em fonte maviosa
O que tanto quis em paz,
No cenário a bela rosa
Deixa o sonho mais audaz.

363


Nada além da imensidão
Num momento em plenitude
Novas sortes mostrarão
Muito além do que já pude.

364

O meu rumo se desenha
Nos teus passos, meu amor,
Quando a vida nos convenha
Expressasse em campo e flor.


365

Poderia muito mais
Do que tanto acreditei
Enfrentando os temporais
Transformando o sonho em lei.


366

A verdade se comprova
Quando o sonho se aproxima
Para ter no olhar a trova
Necessita sempre a rima.

367

Nenhum medo ora se apossa
Do que pude e tento além
A verdade nega a troça
E o caminho sabe bem.

368

O meu canto seja em paz
O meu verso em mansidão.
Se este passo é mais audaz
Vejo nele outra estação.

369


Quando esta insensata mente
Toma as rédeas do viver
O que tanto agora mente
Renegasse algum prazer.

370

Trago os olhos já cansados
De lutar sem ter sequer
Novos sonhos desenhados
Nos anseios da mulher.

371

Vendo o quanto me restasse
Do momento mais feliz
A verdade traz na face
O que tanto a sorte quis.

372

Pouso além do que se queira
Marco as tramas com ternura,
A verdade corriqueira
Traz no olhar mansa brandura.

373

Meu caminho eu agradeço
O que possa ser assim,
Na verdade o que mereço
Expressasse cedo o fim.

374

Navegando contra a fúria
Da verdade mais audaz
Trago apenas a penúria
Onde o nada já se faz.

375

Abandono a velha guerra
E jamais pudesse ter
Onde o coração encerra
Marcas vagas de um prazer.

376

O meu canto sem sentido
O sentir em desencanto
O meu tempo consumido
No vazio em ledo pranto.

377

Onde quero ser feliz
Pouso apenas meu olhar
O caminho nada diz
Do que eu possa desejar.

378

O meu verso sem proveito
O meu tempo não resume
O que tanto agora aceito
Traduzindo este queixume.

379

Ao abrir inteiro o peito
O que pude não viera
O meu canto insatisfeito
Traz o bote da pantera.

380

Na palavra que se veja
O que tanto desejei
A saudade traz peleja
Destroçando inteira a grei.

381

Bebo um gole de esperança
E jamais nada eu pudera
Onde o tempo não avança
Espreitando a sorte, fera.

382


Morto desde quando quis
Outro tempo sem sentido.
O meu sonho ora desfiz
Neste mundo desprovido.


383

Nada mais se vendo quando
Outro tempo se resume,
Na palavra derrubando
O momento em tal queixume.

384

O meu medo se aproxima
Do que possa ser assim,
A verdade não redima
O momento em ledo fim.

385

O propósito se faz
No vazio da esperança
E o que pude é mais mordaz
E meu passo em vão se cansa.

386

Ouso mesmo acreditar
Ou quem sabe necessite
Do que possa no luar
Onde amor tem seu limite.

387

Ando sem ter esperanças
De chegar aonde pude
Entre as faces as mudanças
Não trariam plenitude.

388

O meu mundo se anuncia
Outro tanto me redime,
A verdade mais sombria
Traz no olhar o que suprime.

389


Nada mais se aproximando
Nem o tempo aonde veja
O que possa em contrabando
A verdade malfazeja.

390

Onde vejo a trovoada
Numa revoada trago
O meu canto aonde o nada
Desenhasse o tempo vago.

391

Mergulhando neste abismo
Onde o tempo reproduz
O temível cataclismo
Renegando a própria luz.

392

Vivo apenas o que busco
Busco apenas liberdade
O caminho sendo brusco
Traz o quanto se degrade.

393

O meu canto se anuncia
Onde o verso se desdenha
A verdade em agonia
Traz o quanto nada tenha.

394

Acredito na promessa
Que pudera noutro fato
Traduzir o que começa
E no fim já não constato.

395

Ouço a voz de quem pudera
Ter nas mãos outro momento
A saudade traz na fera
O que possa em desalento.

396

Trago os olhos no horizonte
E bebendo cada gota
O momento traz na fonte
A palavra boquirrota…

397


Um versar onde se tente
Outro mundo sem igual,
O caminho imprevidente
Traça um rumo rude e mau.

398

Esquecendo o meu passado
Sem futuro sigo em vão
Outro tempo desenhado
Traz somente a solidão.

399

Apresento novo passo
E se o tempo se transforma
No que possa em descompasso
O meu mundo muda a forma.

400

Neste tanto que se quer
Outro tanto se desenha
Nos quadris desta mulher,
Fogo acende agora a lenha.
301

No balanço da canoa
Noutro rumo desenhado
Minha sorte não ecoa
No caminho desejado.

302

Jamais pude acreditar
Nas palavras que disseste
O que possa desejar
Traz em si teu tom agreste.

303

Violeiro na seresta
Feita à lua na varanda,
Coração agora empresta
O que tanto em luz desanda.

304

Trovejando esta esperança
Onde o verso se completa
No que possa e sempre avança
Coração exposto à seta.

305

Onde a sorte se aproxima
E o caminho se traduz
Devagar em rara estima
Meu momento em paz eu pus.

306

Nas entranhas dos sertões
Nas estradas mais distantes
Invadindo estes grotões
Os meus sonhos delirantes.

307

Apesar de ter no olhar
Tão somente bruma e medo,
Onde eu possa caminhar
Tanto amor quero e concedo;

308

No horizonte em claridade
Vejo o sol que tanto eu quis
E me entrego em liberdade
Procurando ser feliz.

309

Sem razão que me calasse
Sem vontade de perder
Onde quer e ali mostrasse
O divino bem querer.

310

Amanheço nos teus braços
E persigo a luz que trazes
Nestes sonhos nossos traços
São decerto mais audazes.

311

Aprendendo a cada dia
O que tanto desejei
O amor em fantasia
Tem poder mesmo de lei.

312

Na palavra que redima
Na vontade de viver,
Meu amor enfim se prima
Pelo claro alvorecer.

313

Nada mais eu poderia
Sem sentido e sem razão
Onde existe a fantasia
Vejo lá meu coração.

314

Nada pude contra o vento
Mais feroz em tempestade,
Mas meu mundo segue atento
A buscar felicidade.

315

Da verdade cada frase
Da esperança o que virá
Meu amor jamais atrase
O sol nasce e brilhará.

316

Meu amor não tem medida
Nem também quem o cerceia
Vale inteira, a minha vida
Nesta lua sempre cheia.

317

Não desisto e mesmo até
Não me canso de sonhar,
Sendo amor composto em fé
Tanto possa sempre amar.

318


Mais um dia terminando
Sem saber qualquer notícia
De quem fora desde quando
Me tortura em vã sevícia.

319

Nada sobra do que tento
Mesmo quando sigo além
Dominando o pensamento
Sem você, não sou ninguém.

320

Já num beco sem saída
Minha sorte destempera
A verdade traz na vida
A palavra mais sincera.

321

Aprendendo esta lição
Onde o mundo traz o sonho,
Vivo em plena sensação
Cada verso que componho.

322

Já não tenho sequer medo
Do que venha em tempestade
Quem conhece este segredo
Traz no sonho, a liberdade.

323

Ouço a voz de quem se fez
Muito mais do que podia,
Entre tanta insensatez
Teu carinho ora me guia.

324

Nada mais se tendo após
O que tanto se perdeu,
O momento em viva voz
Traz o mundo teu e meu.

325

Nada mesmo já condena
Quem amou e sem temor,
Traz em clara e bela cena
Os ditames de um amor.

326

Nego o medo que conduz
Ao temor em inclemência
O meu mundo busca a luz
Em suave fluorescência.

327

Bebo um gole de conhaque
Tomo um copo de cerveja
Quando amor se faz de araque
Maldição é o que se veja.

328

Noutro passo sigo a vida
E não vejo uma razão
Onde trazes despedida
Deixei lá meu coração.

329

Apressando o passo eu sigo
Sem temer o que viria,
O meu mundo tem abrigo
No sonhar da poesia.

330

Procurando algum recanto
Onde eu possa descansar
Meu amor que eu quero tanto
Traz no colo este lugar.

331

O palácio que criei
Na certeza sempre traz
O momento onde fui rei
Num cenário feito em paz.

332

Beijo a boca desta Musa
E não temo qualquer corte,
Onde a vida sempre abusa
Qualquer dor peito suporte.

333


Navegando em mar imenso
Sem ter medo do que venha
Noutro passo me compenso
E a verdade me contenha.

334

Ouço o vento no arvoredo
Repetindo a tua voz,
O carinho que concedo
Reafirma nossos nós.

335

A palavra não se traz
Sem sentido e sem proveito
O meu mundo pede a paz
Em teu colo agora deito.


336

A morena cor de jambo
Noutro sonho mais sutil
Traz o mundo onde descambo
Procurando o que previu.

337


Na verdade o que se quer
É bem mais do que ora digo
No desejo da mulher
Cada sonho em paz abrigo.

338

Não me deixe mais sozinho,
Por favor, por piedade
No teu corpo se me aninho
Vivo só felicidade.

339

Trago os olhos no horizonte
Onde a lua se desnuda
A verdade agora aponte
Meu olhar não mais desgruda.

340

Acordando quem dormia
Coração já sem cuidado
Onde viva a poesia
O meu tempo em luz traçado.

341

Nada pude contra a sorte
Que jamais a renegasse
O meu mundo no teu norte
Expressando a mansa face.

342

Bebo em ti o que desejo
Muito mais do quanto pude
O meu sonho a cada ensejo
Renovando em plenitude.

343

Nas montanhas, cordilheiras
O meu tempo se anuncia
E também quanto mais queiras
Sei maior a fantasia.

344

Onde possa ser feliz
E jamais temer a luz
O meu canto sempre diz
Do que em sonhos me conduz.

345

Enalteces este fato
Onde amor se faz inteiro
E contigo eu já constato
A florada em meu canteiro.

346

O meu canto não termina
Quando o teu já recomeça
A verdade determina
O que eu quero, mais depressa.

347

Empenhado em te saber
Junto a mim na eternidade
Tanto amor traz o prazer
Que se expande em liberdade…

348


Nada mais pudesse enquanto
O meu verso não traria
Nem sequer o raro encanto
Feito em luz e poesia.

349

A palavra que traduz
O que sinto, amor por ti,
Na verdade reproduz
O calor que recebi.

350

Na fartura em sentimento
Num momento em qualidade
O que tanto experimento
Traz real felicidade.
261

Das entranhas da saudade
Encontrando quem me leve
O meu mundo em liberdade
E negar ninguém se atreve.

262

Ausentando do meu erro
Sem saber do que virá
Vou além deste desterro
Onde o sol me tocará.

263

O meu verso sem temor,
Um canteiro em primavera
Onde possa em raro amor
Ter a luz que tanto espera.

264

Não pudesse ter no olhar
Outro dom que não a luz
Nos teus braços mergulhar
Coração aonde o pus.

265

No caminho que se veja
Outro tanto em afluência
A verdade sem peleja
Traz a sorte em consciência.

266

Não queria ser assim
Nem tampouco poderia
O meu mundo traz enfim
O que possa em alegria.

267

Apresento a minha luta
E se beijo qualquer sonho
O meu passo não reluta
E o caminho em paz componho.

268

Bebo em goles fartos, vida
E não posso mais calar
A certeza construída
De mansinho, devagar...

269


Já não tive melhor sorte
Ao tentar felicidade
O que possa e me conforte
Não trouxera a liberdade.

270

Vento traz a tua voz
Tua imagem; já carrego
O que possa ser de nós
Quando em sonhos eu me entrego.

271

Nada mais se aventurasse
Em caminhos mais diversos
E vencendo algum impasse
Ouso em paz suaves versos.

272

O meu canto se desenha
Na vontade de te ter
Onde a vida sempre tenha
O sentido do prazer.

273

Nada mais quisera aonde
O meu canto não permite
O meu verso corresponde
Ao que tanto em luz palpite.

274

Na palavra salvadora
Na verdade mais sublime
Esperança sempre fora
O que em paz já nos redime.

275

Da viola cada corda
Representa uma saudade
O meu mundo já recorda
Desta tal felicidade.


276

Acordando esta vontade
De te ter a cada instante
Vivo enfim felicidade
Que este amor tanto garante.

277

A miséria se desenha
Nalgum beco, numa esquina
E decerto o que contenha
Tantas vezes desanima.

278

Para quem quer navegar
Ondas, barcos; soltas velas
E pudesse neste mar
Onde o cais tu me revelas.

279

Ao beber um gole a mais
Da aguardente feita em vida,
Enfrentar os temporais
Não temer sequer ferida.

280

Ouso apenas no que possa
Sem tentar novo caminho
A certeza sendo nossa,
Já não sigo mais sozinho.

281

O meu verso se aproxima
Do que tanto desejei
Em suave e manso clima
Esperança dita a lei.

282

Nas palavras que me deste
No momento mais gentil,
Onde o mundo fora agreste
A colheita se previu.

283

Não fraquejo enquanto luto
E mergulho nos teus braços
Tantas vezes sei que escuto
Meu carinho em raros traços.

284

Vencedor em nova esfera
O meu mundo se traduz
No que possa e já tempera
Com beleza em farta luz.

285

Trago o sonho em minhas mãos
E jamais o perderia
Cultivando nestes chãos
A colheita em garantia.

286

Entoando uma canção
Que pudesse noutra sorte
Trazer mesmo esta emoção
Que decerto me conforte.

287

Desta infância tão distante
Da lembrança ainda viva
O que tenha doravante
Nada mais leva ou me priva.

288

Acolhendo em tal resposta
O que pude ter por certo
A palavra já proposta
Traz o mundo onde desperto.

289

Mais um dia, num repente
Noutra trova em madrigal,
O caminho se apresente
Neste imenso vendaval.

290

Tendo os olhos no horizonte
Tendo a voz em mansidão,
Onde possa a mesma fonte
Traz a rara imensidão.

291

O meu mundo que caíra
Nos enredos mais ferozes,
Já não cabe onde a mentira
Traz momentos tão atrozes.

292

A palavra que liberta
Traduzisse esta verdade
E se possa, esteja certa
Desvendasse a claridade.

293

Nos anseios mais sutis
Nas verdades onde pude
Ser deveras tão feliz
Mesmo em mundo amargo e rude.

294

Nada disto poderia
Ser diverso do que eu sei,
A verdade em alegria
Traz no sonho o que esperei.

295

O meu canto se desnuda
Onde a luta não termina,
A verdade tanto ajuda
Quanto mais tanto fascina.

296

Tudo deve ser contido,
Mas é lícito o viver
Num momento presumido
Traga assim manso prazer.

297

Tanto quanto pude um dia
Imagino o meu futuro
Envolvendo em fantasia
O que eu quero e te asseguro.

298

Os anseios dizem sonho
E meu canto não se cansa
Onde quer que e já proponho
A verdade sempre alcança.

299

Nas fazendas e nos rios,
Toda tarde a pescaria
Traça novos desafios,
E com eles, fantasia.

300

Somo os dias onde tenho
A verdade como meta,
E bem sei que de onde eu venho
A vontade se completa.