segunda-feira, 4 de abril de 2011

Eu bem fiz minha morada
Desse peito sofredor
No final, não deu em nada
Pouca coisa que restou

Foi somente essa saudade
Que me faz seguir em frente,
Amar, amei de verdade,
Me curei? Fiquei doente!

Quis um outro barracão,
Fiz de zinco, meu castelo,
Em você, a solução,
Amor batendo o martelo...


Manda as crianças pra cama,
Depois não vem reclamar.
Quando a gente acende a chama,
A censura vai pegar!

Pois tem gente que reclama
Quando a gente quer amar.
Misturando nossa trama,
Vai querer nos censurar.



Vi teu nome rabiscado
Marcado pela paixão.
Foi nesse tempo passado,
Onde tinha o coração

Um bater desesperado
Descompassado afinal
Tanto tempo já marcado,
Na árvore desse quintal...

Do quintal de minha história
Do tempo que fui feliz,
Se emoldura na memória
De um coração aprendiz

Que busca felicidade
Que é tudo o que sempre quis
Dar cabo desta saudade
Trazendo um novo matiz.

Mas ao ver teu nome ali,
Escrito num arvoredo
Foi então que eu entendi
A vida não faz segredo

Felicidade eu vivi,
Rabiscado na lembrança
Por tanto tempo esqueci
Esse amor de minha infância!


Eu bem sei que a vida passa
E com ela esse perigo,
De virar tudo fumaça,
Mas tratamento eu prossigo,

Com toda essa paciência
Que parece uma maldade,
Mas faz parte da ciência
Gotas dessa tal saudade.

O que importa no momento,
É preciso que convença,
Não é o medicamento,
Mas a cura da doença...


Não se esqueça que o remédio
Tem a dose e seu momento,
Não quero que vire tédio
A beleza e o sentimento.

Não se preocupe tanto
Com a falta deste vento,
Não é pra causar espanto,
Vou vivendo sempre atento.

Aos sintomas da doença
Que bem sei que traz tortura
Mas que boa a recompensa,
Quando o mal logo se cura.

O cuidado que se tem
Com a chuva e tempestade,
Ajuda muito também,
Precisa tranqüilidade.



Caleidoscópio diverso,
Amor muda seu matiz.
Cantando assim cada verso
Procurando ser feliz...

Porém no fundo, o poeta,
Finge mais que se imagina.
Mesmo quem fora profeta
Sabe a que amar destina.

Minha querida parceira,
Amar é mais que vontade.
Dor é também companheira,
Se juntar vira saudade.


Nada mais quero da vida
Senão ter o teu amor.
Venha logo aqui querida
Sem você tudo acabou.

Faço trovas, faço rima
Canto a lua e a poesia.
Meu amor tanto te estima
Ele é feito em fantasia.

Tua boca, amor, procuro
E não canso de beijar.
Clareando o céu escuro,
Nos teus raios de luar.

Moça bela, tão prendada
Vem comigo namorar,
Jogo de carta marcada,
Meu amor irás ganhar...



Tesoura cortando pano,
Me faz lembrar de você
Quando inda tinha esse engano
De nossa vida viver.

Mas tudo foi simplesmente,
Mentira sem serventia,
Hoje sei, completamente,
Que foi tudo, fantasia.


Amor batendo na porta
Vem fazendo estardalhaço,
Coração já não se importa
De ser feito de palhaço

No mar do amor, vida torta
Vai buscando o teu regaço.
Não queria naufragar
Nestas ondas, tanto amar.

Coibindo esta saudade
De chegar perto de mim,
Meu amor é de verdade,
Vai sangrando até o fim


Se trouxer felicidade,
Florescendo este jardim,
Os espinhos? Vou deixar,
Meu desejo é te encontrar...

Meu amor, tanta loucura
Se procura noutro amor.
Se no amor, encontro cura,
Quero amor, meu salvador...

Não se esqueça, de repente,
Quanto é preciso dizer.
Desse amor que é só da gente,
Que nos ajuda a viver...

Se caminho ou se flutuo
Meu amor sempre me ajuda.
De tanto amor, já me suo,
Se sou teu, amor me acuda...

Vivo sempre procurando
Este amor que amada tem.
Meu amor vou adorando,
Sem te ter, não sou ninguém...

Mas não deixe que me falte,
Tanto amor, tanto carinho.
Meu coração que se esmalte
Com teu brilho, passarinho...

Bem te quero, bem te vi,
Sempre espero teu amor.
Tanto amor tenho por ti,
Nosso amor, o meu senhor.



Só quem ama de verdade,
Sabe, deste amor, pintura.
Nosso amor, sem falsidade,
Merece qualquer loucura!



Vou falar uma verdade
Meu amor nunca se espante
Mineiro na realidade
Não quer nada num instante

É melhor tranqüilidade
Do que ter algum quebrante
Com total felicidade
Quero ser amado amante


Da mulher em liberdade
Coisa muito interessante
Se o amor agora invade
Não resista, siga adiante

Só não use qualquer grade
Um erro desses; gritante
Nunca ao amor desagrade
Ele é quase que um gigante


Belinha é muito bacana,
Todo mundo sempre diz;
Eta garota sacana!
Mas bem sabe ser feliz...

Não sou mais que cercania,
Quem me dera ser divisa;
Não consigo ver o dia,
Quero sentir doce brisa...

Poemas. não sei fazer,
De rimas não sei falar;
Meu amor, cadê você?
A procuro no luar...

A lua que brilha aqui,
Não é a mesma de lá;
Pois na terra onde nasci,
Rouba luz do teu olhar...

Quando nasceste, Ritinha,
Toda terra festejou;
Relampeou, de noitinha,
Até Deus comemorou!

Meu amor não tem segredo,
Nem precisa de recado;
Com você perco meu medo,
Coração descompassado...


Vi meu barco na calçada,
O meu carro foi pro mar;
A minha mulher amada,
Vive escondida ao luar...

O que quero sei de cor,
Mas não sei se isso é verdade;
A catinga da Loló,
Apaixonou o compade...

Aninha, quando menina,
Andava sempre fagueira;
Tentava dobrar esquina,
Banho de sol? Na fogueira...


Cabem tantos pesadelos,
Nos sonhos da minha amada,
Quem dera pudesse vê-los
Não sonharia mais nada...

A viola ponteada,
No canto do boiadeiro,
Viajando, corta estrada,
Nesse sertão brasileiro...

Rosa vermelha seduz,
A branca acalma o sentido,
O meu amor já reluz,
Sem ele, sigo perdido...

Trovas faço sem parar,
Meus versos trago n’ alforje,
Quero montar, no luar,
No cavalo de São Jorge...


Mariana passa leve,
Leve Maria pro mar,
Maria, a vida tão breve,
Mais breve, quero casar...

Temporal tem tempestade,
Raio, corisco e clarão,
O amor tem tempestade,
Faz tremenda confusão...

Quero beijar sua boca,
Mas você não quer mais não,
Minha amada ficou louca,
Maltratou meu coração...

Trago a tesoura do tempo,
Para cortar a paixão,
Não posso ter contratempo,
Vou cortando de raspão...

No meio da capoeira,
Caipora se escondeu,
Meu amor, na vida inteira,
Caipora já fui eu!

Me disseram, que maldade,
Que não posso mais amar,
Me negaram claridade,
Se esqueceram do luar...

Espada corta fundo,
Machucando de mansinho,
Tanta espada nesse mundo,
Mas me inundo de carinho...


Meu amor aqui tão só,
Espero por teu carinho;
Canta triste curió,
Tenta fazer o seu ninho...

No cantar duma graúna,
Encontrei meu bem querer;
É forte como braúna,
O meu amor é você!

Na viola canto primas,
Minhas primas, vou cantar;
Vou brincando com as rimas,
‘Té o tio reclamar!

Sei o gosto da tristeza,
Agostos quase setembro;
Maria foi a beleza,
Que eu encontrei em dezembro...


As marcas do meu passado,
Ficaram no que vivi;
Meu amor foi encontrado,
Jogado no CTI...

Amor que me traz saudade;
Isso digo, e ponho fé,
Doce coceira que arde,
Parece bicho de pé...



Quando o vento venta lá
Vento também venta aqui.
Sintonia vai pelo ar
Da forma que concebi.

Versejando noite e dia
Dia e noite versejando
Na completa sintonia
Estou te sintonizando.

Minha luz sem luz não brilha
Minha trilha é tua luz.
Todo amor que maravilha
Noutro amor se reproduz.

Tanto amor, tanta alegria
Que se faz neste compasso,
Vou vivendo noite e dia
Procurando passo a passo

O calor que prometia
A firmeza deste abraço
Nosso amor, pura magia
Estreitando cada laço.

Não quero mais um inverno
Que me traduza saudade
Meu amor se for eterno
Viverei eternidade;

Mas nada mais que enlouqueça
Que a dança que te propus
Não sai da minha cabeça
Reflete tanto esta luz.

Que espelhando o meu desejo
Tramando nestas areias
Seja meu salgado beijo
Na maciez das sereias.

A noite traz essa lua
Que guarda tantos segredos
Da mulher tão bela e nua
Dançando nos meus enredos.


Gerando os filhos que trago
Saídos da fantasia
Nas horas mansas de afago
Derramando poesia...



Amor intenso eu garanto
Que incendeia a noite inteira
Fazendo de ti meu manto
Na paixão mais verdadeira...


Amor não se determina
Somente é pra se viver,
No teu corpo encontro a mina
Porejando bem querer.


Amor não precisa rima,
Eu te garanto querida,
Muito mais vale uma estima
Que estimule a nossa vida...

Meu amor não tem mais jeito,
Enganou meu coração,
Quem falou de amor-perfeito
Nos jardins de uma paixão?

Amor que espera por rima,
Não tem muita serventia,
Amor não precisa clima,
Namora, assim, todo dia...


Minha amada já me disse
Desse amor que se escondeu,
Eu queria que tu visse
Claridade neste breu..


Amor que veio do mar
Do mar de amor que carrego
No mar que sei amar
Amar que quero mais não...

Se tanto amor que não nego
Não posso mais navegar
No mar que nunca navego
Mas que me ensinou a amar...

Galo cantando, manhã,
O sol vem devagar, manso,
Meu amor sem amanhã,
Maremoto no remanso...

Tanta vontade de ter
Teu carinho junto a mim,
Espalhando o teu prazer
Neste amor que não tem fim,

Encontrando em tua pele,
Em teu corpo esta alegria,
O querer que se revele
Esbaldando todo dia.

Toda a noite namoramos,
Com desejo e com tesão,
Pois assim comemoramos,
Nosso amor, nossa paixão.

Que é feito em tanta loucura,
Mil prazeres sem limites,
Eu te peço, na ternura
De nosso amor, acredites...


Eu te quero aqui comigo
Toda noite meu amor,
Teu amor é meu abrigo,
Contigo vou pr’onde for...

Eu só quero o teu carinho,
O meu desejo é só teu,
Vivo como o passarinho,
Amor-gaiola prendeu.

Eu te peço não te ausentes,
Nem me deixe mais tristonho,
Nos teus braços envolventes
Tanto amor, calor risonho...

Mas te peço minha flor,
Por favor e caridade,
Nunca minta ao seu amor,
Use só sinceridade!

Meu amor usa pantufas
Toda noite, é delicada,
Sua flor noutras estufas
Ela deixa bem guardada

Eu plantei minha saudade
Nos jardins do coração
Encontrei tranqüilidade
Espalhada pelo chão

Vagamundo, vagabundo
Coração sem serventia,
Rasgando rasgo profundo
Morrendo um pouco por dia

Cada dia sem Maria
Sem magia e sem valor
Trazendo tanta folia
Transbordando esse calor


Amor, palavra bendita
Mostra pra nós a saída,
Onde há um mar que reflita
Rajadas plenas de vida...


Minha sorte tá lançada,
Nos dados da solidão.
Amor é carta marcada,
Sempre sofre o coração...

Meu coração sofredor
Procurando o teu regaço
Vai vivendo sem amor
Vai secando sem abraço.

Todo o tempo que passei
Procurando o meu cantinho
Depois disso me entreguei
Ao teu calor e carinho.

Não me deixe mais à sorte
Deste sentimento ingrato,
Coração batendo forte
Apaixonado de fato.

Venha ser minha menina
Deixa eu ser seu bem querer,
Tua luz já me ilumina,
No teu fogo me aquecer.

Mas a noite que passou,
Tanto tempo te esperei
Teu amor se demorou
Outro amor eu encontrei.


Um caipira lá de Minas
Ao sonhar com a morena,
Procurando tocas, minas,
Mas ausência já me acena

Com vazio destas noites,
Que pensei tu fosses minha,
Bem sonhara com pernoites,
Muito embora nunca eu tinha.

Sou um pobre seresteiro
Um vadio trovador,
Que durante o tempo inteiro
Vive em sonhos, tanto amor...

Vou calar minha viola,
Que esta lua não virá,
A viola na sacola,
O que me resta? Guardar...

Os meus dedos digitando
Bem queriam percorrer
O teu corpo, eu não sei quando,
Poderei ter o prazer

De contigo namorar,
Obedeço ao teu aceno,
Bem queria te tocar,
Mas te falo, ele é pequeno

Não chega nem a um metro,
Tantas milhas nos separam,
Eu decerto perco o cetro,
Os teus versos desamparam...

Meu amor eu te confesso
Que gostei desta surpresa
Teu carinho eu já te peço,
Mas venha sem ter lerdeza


Todo dia de manhã
Na nossa cama, que festa,
Depois disso, nosso afã
Muito trabalho é o que resta


Já faz tempo que te quero
Muitos anos que te adoro,
No teu amor me tempero,
Sem o teu amor eu choro

Vou correndo te dizer
Desse amor que trago aqui
Tanta coisa por fazer,
Nesse amor eu me perdi

Tanto amor que encontro em ti
Não me cansa de encantar
Acalanto que esqueci
Eu lembrei no teu cantar.

Minha vida que era pranto
Nunca mais eu pranteei
Desde que me vi no encanto
Que em teu canto eu encontrei.

Se viver fora um espanto,
Espantei o mal querer,
Neste canto me agiganto,
E jamais irei sofrer.


Meu amor, eu te adianto,
Te quero tanto pra mim,
Minha voz eu já levanto,
Vou cantando até o fim.

No telhado de amianto
Cobertura de sapê,
Qualquer que seja o recanto,
Em me encanto com você;

Minheirinha eu me levanto
E te tenho tanto amor,
Fica aqui, chega pro canto,
Deixa eu ser teu cantador!


Amor bate no meu peito
Faz bagunça e me abandona.
Será que tem o direito
De fazer tamanha zona?

Eu sou quase um passarinho
Que prefere uma gaiola
Já não sei viver sozinho,
O teu canto me consola.

Vem comigo, moreninha,
Vamos fazer arruaça,
Tua boca sendo minha,
O teu corpo, uma cachaça.


Viciado no teu beijo,
Não me canso de beijar,
Vem matar o meu desejo
Venha logo namorar...

Amor comanda a minha alma
E sempre me desengana
A minha alma soberana
Já está perdendo a calma.

Amor sempre sem razão,
Não me deixa um só segundo,
Vou me perdendo, no mundo,
Em busca de um coração.

A minha alma tem pavor,
Pois sabe que nunca vejo
Esse amor do meu desejo.
Que livre essa alma do amor!


Tanto amor que a vida trouxe
Mas amor se foi, morreu...
Acabou-se o que era doce,
Mas antes ele do que eu...

Amor, palavra bonita,
Que tanta luz sempre traz.
Amando, a gente acredita,
Que esta vida satisfaz.

Eu plantei um pé de amor,
Fui colher felicidade,
Mas fui tão mal lavrador,
Que, no fim, colhi saudade...


Se Maria não me quer,
O quê que posso fazer?
Nos teus braços de mulher,
De tanto amor vou morrer.

Quero o gosto dessa boca
Nesta boca mergulhar.
A saudade dói, é louca,
A saudade quer matar!

Vivo em busca do futuro,
Não esqueço meu passado,
Presente em cima do muro,
Coração desembestado...



Saudade é no feminino,
É assim que a vida quer.
Desde o tempo de menino,
Esperei, você, mulher...

Você veio devagar,
Devagar tomou assento.
De tanto que quero amar,
Nesse amor já me arrebento...

Mas não deixo de tentar
Ser feliz por mais um dia...
Não canso de imaginar,
Montado na fantasia...


Vou buscando nos teus seios,
A delícia sem recato,
Devorando meus anseios,
Nos teus seios me retrato,

Vamos nessa que a vontade
De matar a sede, a fome,
De engordar felicidade,
Pois senão a dor nos come.

Sou teu par, o teu parceiro,
Companheiro de viagem,
Meu amor é verdadeiro,
Nunca foi uma miragem.

Vasculhando os meus caminhos,
Encontrei teu coração,
E bebi destes teus vinhos,
Teu perfume: sedução.

Hoje embriagado estou
E num vício tão divino,
Coração já te buscou
Deixe eu ser o teu menino!



Versifico com cuidado
Não pretendo magoar
Aquela que foi passado,
Nunca mais irá voltar

Não procuro por saudade,
Nem cheguei a perguntar.
Vago ruas na cidade
Esperanças de voltar.


Teus braços são meus descansos
Nas estradas que passei.
Os olhos são os remansos
Onde enfim eu descansei.

Quem quisera ser saudade
Dos meus braços sairá,
A canção da liberdade,
Todo pranto cantará.

Minha senda é sempre leve,
Meu caminho pesa cruzes.
Meu amor passou tão breve;
Nos espinhos e nas urzes.


Quem não quer ser mais sereno
Trovejando vai passar
Amor que não tem veneno
Serenatas ao luar.


Minha luta é sem destino,
Os meus olhos negam sol.
O amor desse menino,
Ilumina qual farol

Todo tempo que não tenho,
Nada fiz que não valia.
Quando em tristezas me lenho,
A noite não traz o dia.

Toda minha fantasia,
Se perdendo num abismo.
Quem souber da poesia
Esquece do fanatismo.

Quadro que pinto não nego,
Tenho as tintas que encontrei.
Toda dor que não carrego,
Nas espadas dessa lei.

Vi meus barcos naufragando,
Vi meu tempo sem remédio.
Meu amor já foi mudando,
A vida não quer mais tédio.

Toda trama me envolvendo,
Nunca pude revelar,
Minha dor pede remendo
Nas espreitas do luar.

Vacinei a tempestade,
Encampei a solidão
Esqueci felicidade
Fechei porteira e portão.

Menina não tenho prenda,
Não me prende teu amor.
Vestido de chita e renda
Nos cabelos, uma flor.

Na mão a rosa vermelha,
Certezas no coração.
A vida pede centelha,
Não terá mais solução.

O meu verso de repente,
Volta e meia não tem fim.
Todo amor que se sente,
Emana dentro de mim.

Quero o tempo sem certeza
Sem ontem nem amanhã
Tudo que tiver na mesa
Procurei com muito afã

A geléia e sobremesa
Vieram lá do quintal.
Só restou esta certeza,
Minha vida no varal

Quarando qual fosse sina,
Que não deixa seu recado.
A mão que cedo assassina
Não permite um belo fado

Recado que não foi dado
Às expensas da paixão.
Quando foi, foi malcriado
Esperando teu perdão

Navego por sete mares,
Oceanos sem penedos.
Minhas noites sem luares,
Meus pesadelos, segredos.

Na rosa que tu me deste,
Espinhos fincaram fundo.
Amor que tens não empreste
Meu coração viramundo

Sabe das horas sem rumo
Quem não sabe não deseja
Amor que não mede prumo
Nunca nega nem me beija.

Sempre vaga estrela morta,
Sempre rouba no final
Minha vida morre torta,
De tristezas, festival.

O canto do passarinho,
Na gaiola não se ouviu.
Buscando seu velho ninho,
Muitas saudades pariu.

Minha mão não tem as linhas
Nem da sorte nem da morte,
Migrando qual avezinhas
Procurando pelo norte.

Somos versos reversos,
Inversos e inversões
Não quero mais universos
Nem quero rebeliões

Quero o canto mais sensato
Da vida que não me leva.
O meu medo é do regato,
Alma triste já neva.

Sofreguidão traz demência
Não pode servir de alento.
É tudo coincidência
A mão da sorte no vento.

Um remendo sem sentido,
Um vaso que não se quebra
Um amor mal resolvido
Nunca nas danças requebra

Me empurrando do penhasco
Amor que não deve nada
Se no final me sobra asco
Amor de carta marcada.

Revezando meu barraco,
Sai Joana entra Maria
Na vida sei que sou fraco
Vivo errando pontaria

Meu descanso é trabalhando
No suor já fiz a cama.
Muito tempo procurando,
Esqueci como se chama.

O monte que não divide
A terra que não concebe
O medo que nunca tive
O resto não se recebe.

O dedo que não aponta,
A faca que nunca corta
Estrela que não tem ponta
Minha esperança é morta

Vizinho não sei o nome
Mortalha que não me cabe.
Se vou comendo sem fome
Meu mundo que não se acabe

Se viver virou meu mote,
Se não posso mais cantar
Enchi de fel esse pote,
Encharquei água do mar

Fiz desejo minha luta
A força que nunca tive.
A mão se anuncia bruta
O pranto que não contive.

O resto levo na vida
Na vida que não me resta
Liberdade sei perdida,
Observando pela fresta.

Vivendo sem ter juízo,
Não tenho medo ou saída
Vou morrer no paraíso
Preparando a despedida

Não quero choro nem vela
Nem discursos de mentira
A fita que tenho amarela
Não restou sequer a tira.

No velório que se preza
Defunto que não se enfaixa
Não quero nem mesmo reza
Derrame muita cachaça.

Quero dança e rapapé
Quero riso da viúva
Depois de ter rastapé
Que me caia muita chuva.

Mordida de jararaca
E de formiga saúva.
A sobra deixo de inhaca.
Pra sogra mostro essa luva.

O parto que nunca parte
Pois o resto fica aqui.
Molambo por toda parte
Dessa terra onde nasci.

Um gosto de rapadura
Um cheiro de café fresco
A noite que seja escura
Já pintei o meu afresco.

“Aqui jaz quem não jazera
Se jazesse a medicina”
Minha casa foi tapera
Minha morte, minha sina.

Defunto não fala nada
Minha voz já não tem força
Vai chegando a madrugada,
Por mais que torça e retorça

No final quase não sobra.
Vencida minha batalha,
Vestido couro de cobra,
Na ponta dessa navalha.

Eta corpo mais pesado,
Como pesa esse presunto.
Que pena não ser alado,
O danado do defunto...

A seca que aconteceu
Logo, cedo vai passar,
A chuva se prometeu
Lá do céu vai despencar

Trazendo muita alegria
E beleza pra essa flor,
Que se abrindo um belo dia,
Por falta d’água murchou.

Mas o tempo de estiagem,
Vai passar, vem invernada,
Chovendo em toda paragem,
Bela flor revigorada.

Primavera vai chegando,
Depois dela vem estio,
Eu bem sei que vai passando,
Bem depressa o tempo frio.

Jardineiro não se esquece
Da flor que um dia plantou,
Todo dia reza prece,
Pra essa flor que ele cuidou.

Mas a gente mesmo sabe
Que tudo na vida tem vez,
Toda a alegria se cabe,
Onde a tristeza se fez.


A vida se recupera
Em cada nova esperança,
Todo amor que se tempera
Nas forças desta aliança

Não pode temer mais nada,
Nem o frio nem a dor,
Depois desta madrugada,
O belo sol acordou.

Trazendo no vento breve
O perfume desta flor,
Deixando minha alma leve,
Este cheiro encantador!

Voa, voa passarinho
Procurando o seu descanso
Encontrando logo o ninho,
Na delícia de um remanso

Vai deitando de mansinho,
Nos teus braços eu me lanço,
Se me cobres de carinho
Meu amor eu te afianço...


De amar tanto e amiúde
De sofrer por tanto amor,
Sem ter amor que me ajude
Cada mulher uma flor...

Nos canteiros que esta vida,
Me ensinou a cultivar
Cada flor era querida,
Em cada cor quis me achar...

Mas não reclamo da sorte
E me dou por satisfeito
Se amar foi o meu norte,
Eu vou morrer desse jeito.



Passando pelo jardim
Das esperanças perdidas,
Que existe dentro de mim,
E que me mostram feridas


Amo-te tanto, querida;
É sublime, amar-te assim,
Não concebo despedida,
Te quero sempre, pra mim.

A vida não negaria,
Pois, tanta felicidade,
Minha maior alegria,
Poder te ter, de verdade...

Minha amada, doce canto,
Em tua boca traduz,
Tanta luz e tanto encanto,
Tudo, em ti, já me seduz...

Quero um momento contigo,
Pra poder me confessar,
Não quero mais o perigo
De viver sem te adorar.



Meus segredos? Sabes todos...
As esperanças também,
Não me permito os engodos
De viver sem ter alguém.

Quero, portanto teu beijo,
Quero carícias sensíveis...
És, portanto, meu desejo.
Meus prazeres mais incríveis...

Contigo, não temo a morte,
Nem a espero, contudo
Não quero perder a sorte,
Te perdendo, perco tudo...

Minha pobre namorada,
Minha rica companheira,
Companhia nessa estrada,
Minha paixão derradeira...



Agradeço tanto brilho,
O que emites para mim,
Te persigo, lindo trilho,
Perfumado de jasmim...

Nos cabelos tão macios,
Nos teus olhos tão bonitos,
Eu me prendo nestes fios
Dos amores infinitos...

domingo, 3 de abril de 2011

A palavra dita o quanto
Imagino ou mesmo busco
O meu mundo em desencanto
Num cenário atroz e brusco.

Ousaria acreditar
Nos momentos mais doridos
Entre os ritos procurar
Os meus dias presumidos.


Trovador apaixonado
Não se cansa de dizer
Com você sempre ao meu lado
Minha vida é só prazer


Meu bem fiz minha morada
Desse peito sofredor
No final, não deu em nada
Pouca coisa que restou

Foi somente essa saudade
Que me faz seguir em frente,
Amar, amei de verdade,
Me curei, fiquei doente...


Amei moça delicada,
Não deu jeito, deu no pé
Nessa vida não sou nada,
Eu levo a vida na fé!


Por onde caminharemos
Sem temores ou receios
Qualquer dor enfrentaremos,
Destemidos, sem anseios.

A cabeça vai erguida
Coração se desfraldando,
Todo o bem de nossa vida,
Nas estradas espalhando,

Roseiral de uma alegria
Vencerá tal tempestade,
Aliados, na magia
No poder desta amizade.

Minha amiga, não te nego
O meu colo e meu abrigo,
Todo amor que assim carrego,
Tendo o peito tão amigo

Mostrará que a cada dia
Esta amizade mais forte,
Nos trará tanta alegria,
E será, decerto, o norte


Minha amiga estou feliz
Por que sou amigo teu.
Todo amor que sempre quis
Nesta amizade se deu.

Quando brilha, forte, a lua,
Plenilúnio de esplendor.
A minha alma lá flutua,
Indo em busca deste amor.

Este amor que tanto brilha,
E me traz felicidade.
Coração seguindo a trilha
Da mais perfeita amizade..



Mas eu te peço, querida,
Em nome dessa amizade
Que essa dor tão dolorida,
Feita de tanta saudade

Não te impeça a claridade
Não consuma tua vida
Pois a tal felicidade
Nunca esteja, enfim, perdida...


Amiga, quanta saudade!
Quanto tempo não a vejo.
Tu sabes que, na verdade,
Tua amizade desejo.

Não apenas ser fiel,
Nem apenas te adorar,
Conceber um novo céu
Muito mais que sei amar.

Quero a tua mansidão
E teu companheirismo,
Amiga, em meu coração,
Não permite nunca abismo.


Nos passos mais complicados
Que a vida nos prometeu
Nossos laços mais atados,
Tanta dor já se venceu...

Eu quero ter a certeza
Que te ofereço, querida,
De não haver maior beleza
Nem amor, na nossa vida

No meu canto mais sereno,
Vontade de agradecer
Este amor deveras pleno
Que tanto ajuda a viver.

Encontro-me satisfeito
De saber deste carinho
Transbordando no meu peito
Não me deixa andar sozinho...

Minhas alegrias são poucas
A minha tristeza é tanta,
As minhas noites vãs, ocas,
A voz da saudade canta...

Mas depois que a alma lagrima
Amargando a solidão,
Eu relembro tua estima,
Meu porto de salvação...

Por isso não me abandone
Nunca mais querida amiga,
Não quero mais noite insone.
O teu colo, a vida abriga...


Um coração sertanejo
Faz a festa em euforia
Quando vê que seu desejo
Explodindo em alegria


Feita de tanto querer,
Aguardando um só momento
Para poder te dizer
Deste imenso sentimento


Minha amiga; estou dizendo
Verdade nunca se nega
É melhor sair correndo
Do diabo que carrega

Pois senão; ele vencendo,
Minha vida fica cega
Vou cantando e vou vivendo
Violeiro é coisa brega

Mas a gente protegendo
Não tem nada que nos pega
De mansinho obedecendo
A vontade não se esfrega

O que dela se escorrendo
Nem um barco mais navega
Quando a tarde está morrendo
A minha alma em ti se apega

É só estar aqui te vendo,
Coração bobo se entrega,
Venha logo me aquecendo
Pegue um vinho lá na adega

Às vezes mal percebemos
Que a vida sempre nos traz
Tanta coisa que perdemos,
Te lembrar nunca é demais.

O amor que desperdiçaste
O carinho que não viste,
A sorte que tu lançaste...
Isto já me deixa triste

Saber que a vida me trouxe
Disfarçada em amargura
Toda a delícia do doce
Que já me salva e me cura.


As chances se sucederam,
Nem de perto percebi,
Meus caminhos se perderam
E com eles, me perdi.

A flecha que foi lançada
Sem ter rumo ou sem ter nexo
Sei que foi desperdiçada,
Num caminho mais complexo.

A palavra que feriu,
E jamais recuperei
Amor que tinha e fugiu,
Por mais que me desculpei...

Oportunidades tive
De fazer ou ser feliz,
Já se foram. Aonde vive
Esse bem que eu tanto quis?


Meu amigo, como é bom,
O saber que estás aqui.
Na nossa amizade, o dom,
De vencer o que venci.

Amigo, na adversidade,
Nos momentos mais cruéis,
Precisamos, na verdade,
Dos amigos mais fiéis.

Obrigado, então, amigo,
Pelo abraço companheiro,
Caminhando assim, contigo,
Eu desvendo o mundo inteiro.

Canto sem ter sofrimento
Se vier, não temo não.
Amizade é forte vento,
Que assopra no coração.

Eu te peço, sem temor.
Eu não minto. Na verdade,
Bem mais sólida que amor.
É a força da amizade!

Meu amigo eu te revelo
Nestes versos tão singelos
Sonhos aonde eu me atrelo,
De outros dias, caros, belos.

Navegantes da ilusão
Passageiros da esperança
Bem distante solidão
Nosso peito não alcança.

Vamos juntos, nesta vida,
Procurar felicidade,
Já sabemos que a saída
É feita numa amizade.

Que dá forças para a luta,
Não permite nossa queda,
Alegria se desfruta,
Paga na mesma moeda.

Amizade se sincera,
Nos ajuda a navegar,
Reflorindo, primavera,
Mostra um firme caminhar...

Eu sou livre passarinho
Que não gosta de prisão,
Tantas vezes o meu ninho
Decora teu coração.

Não sei medo nem disfarce,
Não sei dor que me enlouqueça
Te oferece uma outra face,
Se não gosta, já me esqueça!

Meu cantar, ultrapassado,
Procura dar fantasia,
Vou vivendo, sei, de lado,
Brincando de poesia.

Porém não gosto do cheiro
De cadáver que se emana,
De quem vive o tempo inteiro
Crendo ter voz soberana.


Meu amigo me desculpe;
Se não te trago oferenda,
Se meu verso já se esculpe
Em velha seda, de renda...

Poderia te contar
Da dor intensa que trago,
Da vontade de cantar
A dor que me fez estrago.

Ou falar sem ter sentido
O sem sentir o que falo,
Um canto mais distraído
Que não sei, logo me entalo.

Tantas vezes fui escravo,
Amarrado na senzala
Cativo de rosa e cravo,
Ferido por dura bala.

Mas agora, mil perdões,
Esqueci como se faz
Respirar podres porões,
Prefiro cantar a paz!


Meu amigo e companheiro,
Eu devia te falar,
Deste chão que é o derradeiro
Aonde irei cultivar

Esperança que restou.
De tanta dor que passei,
Já nem sei para onde vou,
Nem meu nome mesmo eu sei.

Mas percebo o teu afeto
Teu abraço firme e forte,
Nesta amizade completo,
E agradeço a Deus tal sorte.

Uma amizade sincera,
São poucas em nossa vida,
São flores na primavera,
Não conhece despedida.

É por isso que eu te falo
Da alegria de poder,
Aproveitando o embalo
Eu venho te agradecer.

Amizade verdadeira
Uma jóia muito rara,
Acendendo uma fogueira
Cuja chama nos ampara.

O meu verso sertanejo
Vem depressa agradecer
Aproveitando este ensejo
Vem falar do meu prazer

De ter a tua amizade
Meu dileto camarada,
Te louvando, na verdade,
Em cada palavra rimada

Pois bem sei da claridade
De teu braço irradiada,
E nessa oportunidade,
Vem em forma de toada

O poder desta amizade
Que não tem carta marcada.
Com certeza, realidade,
Por Deus ela foi criada...

Minha amiga, na verdade,
Eu preciso te dizer,
Do poder desta amizade,
Que é feita no bem querer.

Não conhece tempestade,
Somente nos dá prazer,
Pelo campo ou na cidade,
Difícil reconhecer.

Amizade verdadeira
Só se sabe no momento,
Onde sorte traiçoeira
Vem trazer o sofrimento.

Resistindo a tais tempestas,
Solidária na tristeza,
Quem participou das festas
Ajuda a limpar a mesa...


Minha amiga, estou feliz
Por que sou amigo teu.
Todo amor que sempre quis
Nesta amizade se deu.

Quando brilha, forte, a lua,
Plenilúnio de esplendor.
A minha alma lá flutua,
Indo em busca deste amor.

Este amor que tanto brilha,
E me traz felicidade.
Coração seguindo a trilha
Da mais perfeita amizade...

Tanta vontade de ter
Teu carinho junto a mim,
Espalhando o teu prazer
Neste amor que não tem fim,

Encontrando em tua pele,
Em teu corpo esta alegria,
O querer que se revele
Esbaldando todo dia.

Toda a noite namoramos,
Com desejo e com tesão,
Pois assim comemoramos,
Nosso amor, nossa paixão.

Que é feito em tanta loucura,
Mil prazeres sem limites,
Eu te peço, na ternura
De nosso amor, acredites...


Eu te espero minha amada,
Do jeitim que Deus criou.
Na nudez enluarada,
O meu peito se encantou...

Venha logo sem receio,
Que eu vou te fazer feliz,
Na beleza do teu seio
Todo amor que eu sempre quis...

Do teu lado meu amor,
Minhas noites são eternas
No carinho sedutor
Na maciez destas pernas...


Nossa noite é bem gostosa
As horas passam mais frouxas,
Na sedução desta rosa,
Formosura destas coxas...

Todo o canto que eu fizer
Vai falar das maravilhas,
Seja lá o que Deus quiser
Minha mão, tuas virilhas...

O resto eu não vou contar,
Nem dizer eu não preciso.
Se quiser adivinhar...
É porta do paraíso...

Meu amor vê se vem logo
Eu espero por você
Na saudade já me afogo,
Tô doidinho pra te ver.

Todo final de semana
Meu amor vai passear,
Meu coração desengana
Esperando ela voltar,

No domingo tô sozinho,
Pé de cachimbo quebrou,
Volta logo pro seu ninho,
Passarinho avoador.

Minha casa não tem cama
A gente dorme é na esteira,
Coração ficando em chama
Chegando segunda feira.


Tô doidim pra dar um beijo,
Na morena mais formosa,
Tanto amor tanto desejo
Todo o espinho vale a rosa.


O meu corpo minha amada
Nunca foi, eu sei formoso,
Mas durante a madrugada
Teu amado é mais fogoso

Não precisa falar nada,
Eu sou muito carinhoso,
Veja a noite enluarada
Com carinho e caprichoso

Caminhando pela estrada
Chegaras ao rumo, o gozo,
Não te falo da invernada
Nem do estio rigoroso

A mulher tão desejada
Um caminho prazeroso,
Devagar; mas caprichada,
Cê vai vê como é gostoso

Se saudade tira o prumo
E nos traz tanta tristeza
Eu vou perdendo meu rumo
Já me leva a correnteza

E me traz uma vontade
De contigo namorar,
Meu amor, por caridade,
Não me deixe te esperar.

Quero a flor deste desejo
No sorriso delicado,
Meu amor quando te vejo
Fico logo apaixonado!

Tens o gosto do ciúme
Tens o cheiro do pecado
Da alegria o teu perfume,
Ouça bom o meu recado.

Menina moça faceira
Que ensinou como se quer,
Vou querer a vida inteira,
Venha ser minha mulher!

Quando o vento venta lá
Vento também venta aqui.
Sintonia vai pelo ar
Da forma que concebi.

Versejando noite e dia
Dia e noite versejando
Na completa sintonia
Estou te sintonizando.

Minha luz sem luz não brilha
Minha trilha é tua luz.
Todo amor que maravilha
Noutro amor se reproduz.


Eu te quero, não discuto,
Coração vai disparado.
O vento que bate bruto,
Deixa o tempo assim nublado.

Mas não tema a tempestade
Pois terás o colo meu,
O carinho é de verdade,
E este canto é todo teu.

Venha logo, assim, querida,
Que eu te quero uma menina,
Na mulher doce atrevida,
Que de noite me alucina.

No meu colo, uma fogueira,
No teu corpo, brasa pura,
Nesta chama já me queira
Com desejo e com ternura.

No teu corpo, o meu altar,
Tua boca me sacia
Aprendendo o que é amar,
Vou singrando a fantasia.

Tua pele sobre a minha,
Na nudez tão desejada,
A minha alma que se aninha
Quer a tua, tatuada.

Venha ser o que tu queres,
A menina ou a mulher,
Da maneira que quiseres,
E do jeito que eu puder...

Vou contigo e não discuto
Minha vida te pertence
Mesmo que pareça bruto
Meu amor já te convence

Coração batendo forte
Não se cansa de querer
Teu amor. Mas não se importe
Nos teus braços vou morrer.

Eu te trago a lua cheia
Eu te dou casa e comida,
Sangue corre em minha veia
Só por ti mulher querida...

Somos feitos deste sonho
Ser feliz é nossa sina,
Tanto amor eu te proponho,
Venha ser minha menina...

Não se esqueça de que o tempo
Passa sempre sem parar,
Eu não quero passatempo,
Contigo o tempo a passar...


Minha adorada te digo
Nesses versos mal traçados
Vou buscando o meu abrigo
Nos teus braços confortados.

Fiz de tudo nesta vida,
Fui peão,fui jogador,
Minha sorte foi perdida,
Quando perdi meu amor.

Mas depois de certo tempo,
Não pensava em ser feliz,
Amor era passatempo,
Muito falo e nada fiz.


Somente quando encontrei
Aquela bela morena,
Foi aí que vi que a lei
Nova sorte já me acena,

A rainha do cerrado,
Moça bela do planalto,
Coração apaixonado
Jogando tudo num salto

Mas a noite que chegava
Não deixava o sol nascer,
De tanto amor que lhe dava,
Que o amor pôs-se a morrer.

Depois de tanto sofrer
Aprendi uma lição
Desse amor irei morrer,
Vou morrer nessa paixão

Que me fez um jardineiro
Louco para amar a flor,
E te busco o mundo inteiro
Seja lá por onde for.

Tu és toda minha glória
Não se esqueça disso não,
O meu gosto de vitória
Passa por teu coração.

Teu vestido esfuziante
Dançarina predileta,
Quem me dera num instante
Se eu pudesse ser poeta

Pra cantar em versos livres
Esta beleza infinita
Que rodando nesta noite,
Faz a vida ser bonita.

Fugidios, os teus passos,
Delicada silhueta,
Coração ganhando espaços,
Na procura do cometa

Que brilhando em noite imensa,
Agitando o coração,
Transbordando em raro brilho,
Entornando sedução...

Sondo em versos, teu caminho,
Na procura de teus rastros,
Vou buscar devagarinho
Os teus seios, alabastros.

Sou teu par, teu companheiro,
Vou seguindo cada passo
Que me enleve, verdadeiro
Balanço este compasso.

Verso feito, rumo certo,
Nos cantos, enamorado,
Vem aguar o meu deserto
Vem matar o meu passado...

Meu amor tu tens o brilho
De uma estrela, lua e sol,
O teu caminho é meu trilho,
Teu amor; o meu farol.

Menina sempre venero
Este amor que tu me dás,
Toda noite eu sempre espero,
Teu amor e quero mais.

Eu te juro, minha amada,
Que vou ser teu companheiro,
Toda noite, madrugada,
De manhã, o tempo inteiro...

Passa boi passa boiada,
Na porteira de um amor,
A minha alma apaixonada,
O meu peito sonhador.

Vem comigo, vem depressa,
Meu amor,venha ligeiro,
Coração anda com pressa,
Doidim pra te dar um cheiro.


De Haicai ou cai-cai-cai
Nada entendo meu amor,
Coração quando se esvai
Traz espinho e mata a flor.

Por herança do meu pai
Fui nascer um trovador
A saudade quando vai
Não deixa vingar a dor

O balão dos sonhos cai,
Maltratando o sonhador.
A lembrança; às vezes trai
Vou por isso te propor

Sem temor e sem um ai
Fogaréu no troço por,
No amor em istandibai
Na verdade é desamor

Quem dera se eu pudesse
Ser o amor que tu sonhou,
Coração nunca obedece,
Solidão, o que restou

Mergulhando neste poço
Que tu trazes dentro em ti,
Expondo-se em alvoroço
No abismo que conheci.


Mas não consegue ferir
Refreando esse desejo,
Deixando tudo fruir
Na doçura do teu beijo...

Nosso amor que se completa
Toda noite nesta chama,
Faz a vida ser repleta.
Nossa cama já nos chama

Nos inflama e nos comporta
De desejos vai repleta.
De alegria, abrindo a porta
Ao coração do poeta...

Bela lua continua
Espiã, se delicia,
Tua silhueta nua,
Num delírio, me extasia...

Vou sorvendo cada gota
Que completa o nosso amor,
Nossa fonte não se esgota
Sem temor, dor ou pudor.

Depois de tudo o descanso
Deitadinha no meu colo,
Novamente vou e danço,
Em nosso amor me consolo

Das dores que a vida trouxe
Dos medos que conheci,
Neste mar imenso e doce,
Neste amar, eu me perdi...

Quero a boca tão molhada
Desejosa, pede um beijo.
Minha mulher adorada,
Já é nosso o meu desejo...

Vem rodando numa aurora,
Lua procura por sol,
Eu te quero, vem agora.
Deixa eu ser teu girassol!

Coração bate no peito,
Com vontade de voar,
Contigo vou satisfeito,
Tanto amor quero te dar...

Teu coração tem melado,
Clareando a noite escura,
Nosso amor adocicado
Parecendo rapadura...

É do mel deste teu beijo,
É da doce dessa boca,
Minha mulher, te desejo,
A vontade nunca é pouca;

Venha me fazer carinho,
Quem quer amor, só repete,
Não me deixe mais sozinho,
Vou morrer de diabete!

Tanto quero o teu querer,
Teu querer eu quero bem,
Nos teus braços me perder,
Por isso, morena, vem...

Vem curar essa amargura
Que carrego no meu peito,
Teu amor, tua ternura
Foi feitinho pro meu jeito...

Sou um cabra meio triste,
Que não cansa de esperar,
Todo amor que eu sei, existe,
E que pode me curar.


Eu te quero com certeza
Tanto amor que não tem fim,
Como forte correnteza
Que bateu dentro de mim

Vejo agora com clareza
Tanta flor no meu jardim,
Minha vida, uma beleza
Desde que disseste sim

Com carinho e com destreza
Sou feliz até que enfim,
Meu amor tem a fineza
Como fosse um querubim

Já não liga pra pobreza,
Minha vida é tão chinfrim,
Pois amor já pondo a mesa
Banqueteio sempre assim

Tanta festa com presteza
Vou tocando o meu clarim
Com vontade e com firmeza
Nada mais se fez ruim

Com tamanha boniteza
Comemoro vinho e gim,
Neste amor tanta grandeza
É princípio, meio e fim...


Seu moço me dê licença
Tenho muito pra contar
Não quero dor que convença
Nem tristeza vou te dar.

Vou somente com meu canto
O meu espanto espantar.
Meu amor que eu amei tanto
Fugiu com este luar,

Me deixando uma saudade
Machucada pra valer,
Com toda sinceridade;
Deu vontade de morrer!

Mas a flor lá do cerrado
Que brotou no coração,
Me deixando apaixonado,
Novo amor, a solução.

Quero o gosto desta boca
Que adivinho, só pra mim,
A minha paixão tão louca,
Esse amor que não tem fim.

No meu mundo, com certeza,
Outra flor não quero ter,
A rainha da beleza,
Minha rosa; vi nascer.

Vem pro colo de quem ama,
Por favor, demore não,
Meu amor sempre reclama,
Teu amor no coração!

Frutos deste amor bendito
Tantas coisas para amar,
Nosso canto mais bonito,
Nas areias deste mar...

O sol girando no céu,
Traz o dia entrega a lua
Meu barquinho de papel
No meu peito já flutua

Vem trazendo a mocidade
Que pensei já ter morrido,
Esquecida na saudade,
Tanto tempo já vivido.

Tem cheiro de juventude
Esse amor que quero bem,
Revigorando a saúde,
E me faz sentir-me alguém.

E os astros me revelaram
Nesta santa astrologia,
Que meus olhos encontraram
Motivos para alegria.

As águas não rolam mais
Dos meus olhos sonhadores,
Solidão? Aqui, jamais!
Também morreram as dores.


Pelos vales mais risonhos,
Eu agora vou passar,
Se já vivo belos sonhos
Por que é que vou sonhar?

Moça bonita te quero,
Não me canso de querer,
Toda noite aqui te espero,
Vou te dar muito prazer.

Seguindo essa correnteza
Que me leva pro teu mar,
Oba prima com certeza,
Minha cama a decorar..

Se este acaso não houvesse
Toda sorte eu perderia,
Se no amor é como prece
Me apressando, não teria

O que peito agora tece
Em forma de poesia,
A minha alma te agradece
Por tamanha cortesia

Na beleza que se tece,
Procissão e romaria,
Meu amor sempre obedece
À princesa fantasia...
Vou fazendo a minha festa
Quero te dizer, querida,
Coração abrindo a fresta
Encontrou sua saída,

Labirinto da saudade
Maltratou meu bem querer,
Meu cantar em liberdade
Vai buscando o seu prazer.

“ Sou caipira, Pirapora”
Mas eu gosto de arrelia,
Meu amor aqui e agora,
Vou brindar à fantasia.

Alegria, na verdade,
É um bem que não tem fim.
Conhecer felicidade,
Que no fundo, trago em mim.



Fingiste que me querias
Em ti fui acreditar
Agora em todos meus dias,
Não me canso de penar...

Se tu quiseres conselho
Poderei te dar algum,
O mundo é um grande espelho,
No final terás nenhum.

Minha amada porque foste
Ser tão cruel deste jeito,
Por mais que a gente te goste
Nada pra ti é perfeito.

Mas inda resta a saudade
Das nossas noites de amor.
Toda luz e claridade,
Foi demais. Encantador...

Por isso não sei se choro
Ou se rio de verdade,
Às vezes eu rememoro,
Tivemos felicidade?

Me entreguei aos teus cuidados,
Tu foste meu grande amor,
Já paguei os meus pecados,
No teu braço enganador.


Almejei uma saída
Mas amor não deixa brecha,
Minha alma distraída,
O Cupido acertou flecha.

O teu canto sempre encanta
Quem contigo quer cantar,
Toda a tristeza se espanta
Quando vem me namorar.

Tua boca em doce mel,
Em ternura que se quis,
Com você eu trilho o céu,
Com você sou mais feliz.

Roda mundo em carrossel,
Não me canso de rodar,
Vem comigo em meu corcel,
Tanto mundo pra rodar...


Eu bem sei quanto é que dói
Esta negra solidão,
Todo tempo se destrói
Nas entranhas da paixão.

Mas prossigo pelejando
Por um dia bem melhor,
Contigo vou namorando
O teu beijo sei de cor.

Mas talvez já não me queiras
Talvez queiras, nem percebes,
As tuas flechas certeiras
Invadiram minhas sebes

Tomaram a direção
Que previas, meu amor,
Flechado no coração,
Eu estou a teu dispor...


Vagamundo coração
Na procura de encontrar
Tanto amor, santa emoção,
No meu sonho a galopar.

Nos meus vasos, sangue pulsa
Vou ritmando uma alegria,
À tristeza, tal repulsa,
Pois o bem eu te queria.

Marceneiro que na prensa
Dos retalhos fez um sonho,
Tanto amor; sei que compensa
Faz o mundo ser risonho..


Amar cura uma amargura
E não deixa nem resquícios,
Um amor nunca é loucura,
Embora traga seus vícios.

Faço deste verso meu
Um carinho que te toque,
Tanto amor se concebeu,
Inda tenho mais no estoque.

Passageiro da esperança
Caminheiro sem ter tréguas,
Meu amor sempre te alcança
Na distância, tantas léguas.



Esperança diz teu nome
Cada dia mais distante,
Tua imagem me consome,
Perdida, tão inconstante...

Mas, a cada dia vejo,
Que amar mais do que pude,
Faz viver esse desejo,
Amar-te muito, amiúde...

E mesmo assim, minha amada,
É muito pouco, garanto,
Creia: não é quase nada
Nunca bastante nem tanto

Tanto é grande o que mereces
Bem mais que posso fazer,
Agradeço a Deus, em preces;
O poder te conhecer.

Como amar é doação,
Do muito que, certo, eu te amo.
Nada resta ao coração,
Por isso tanto te clamo.

Grande amor de minha vida,
Sem te ter, morro de frio.
Por tanto te amo querida,
O meu peito está vazio...

A porca de tão pesada
Já não anda, meu senhor
A vida desconsolada,
Nada serve sem amor.

Todo o pó da minha estrada
Alimenta o sonhador
Na noite, na madrugada,
Na tua cama, o calor...


Quem cultiva tantas rosas,
Jardineiro cuidadoso,
Deixa todas orgulhosas,
Um jardim lindo e viçoso.

Quero o beijo de quem amo
De quem amo, quero sim.
Toda vez que, amor, te chamo,
Vem pra pertinho de mim...

Somos vidas desta vida
Que com Deus fica melhor.
Se minha alma foi perdida,
Caminho sabe de cor.

Tenho o gosto da esperança
Neste beijo que te dou.
O sentido da aliança
Só conhece quem amou!

Se Maria quer meu ninho,
No meu ninho pode vir.
Eu sou como passarinho
Meu cantar vem te pedir.

Nos meu verso tão sincero
Minha amada, minha flor.
Tanto amor eu sempre espero
Vou vivendo por amor...

Nas curvas deste caminho
Capotei meu bem querer
Procurei, achei carinho,
Não consigo te esquecer...

Meu amor quando se entrega
Tem poder de sedução.
Minha amada nunca nega
Que é só meu seu coração.

Canto um canto que me encanta
Se te canto, canto bem.
Tanto encanta quando canta
Coração tamanho trem.


Nosso amor vou desfrutar
Em lençol de seda e ninho
Vou chegando devagar
Te beijando de mansinho,

Um beijinho em tua nuca,
A lambida no pescoço,
Você diz: Fico maluca,
Mas amor, é um colosso!

Sem ter medo vou audaz,
Em teus cabelos, meneios
Minha boca mais voraz
Vai pousando nos teus seios.

Meu amor não tem pecados,
E não suporta uma intriga
Tantos beijos serão dados
Com cosquinha na barriga

Depois disto amor, querida
Pode falar que eu não ligo,
A minha língua atrevida
Vai chegando em teu umbigo.


No teu pé tão delicado,
Mil carinhos; vou fazer,
Nosso amor, sabe o recado
Tanta coisa por dizer.

Nossas noites são eternas
E gostosas como o quê
Vou beijando as suas pernas
Paraíso então se vê

Os caminhos que percorro,
Vão ficando mais vermelhos,
Meu amor pede socorro,
Ao chegar aos teus joelhos.

A paixão tem muitas flores,
Vermelhas brancas e roxas,
Mas eu sei dos seus pendores
Quando chego em tuas coxas.

Amar é seguir decerto
Toda a beleza das trilhas,
O caminho estando aberto
Quando alcanço estas virilhas...

O resto bem que eu queria
Nestes versos declamar
Mas a censura esvazia
Já não deixa eu mais falar.

O que importa, minha amada,
Nos versinhos que eu te fiz,
É saber que nesta estrada
Eu te faço mais feliz!!!!

Nos campos dessa saudade
Plantei a minha esperança
Não brotou sequer verdade,
Só restou uma lembrança;

Do jardim da minha vida,
Do rosal do meu caminho.
Minha alegria esquecida
Marcada por cada espinho.

Os teus beijos tão amenos
Os carinhos, meus remansos,
Os teus olhos mais serenos
Teus belos seios, tão mansos...

Nada mais aqui ficou
Só a dor de não te ter.
Pelos caminhos que vou,
A vontade de morrer...

Minha vida vai passando
Pelos campos, devagar.
Tantos verbos conjugando,
Viver, sofrer e lutar...

Vivendo na poesia
Sofrendo por teu amor
Vou lutando todo dia
Pelo caminho que for

Não te vi, nem pretendia
A noite não traduz dia...
Versejando fantasia,
Esqueci da melodia...

Amar demais a Maria,
Que sei, jamais, amaria...
Todo amor que se cumpria,
A dor que no peito estia...

Não te vi, nem pretendi,
Jamais pude estar aqui,
Por tanto tempo vivi,
O teu amor esqueci!

No teu livro tanto li,
Depois de tudo perdi
O prumo. Meu souvenir,
É saber que estás ali...


Não te vi nem pretendia,
Jamais pude estar aqui,
Versejando fantasia,
Por tanto tempo vivi!

A noite não traduz dia,
Não te vi, nem pretendi,
Esqueci da melodia
E prumo, meu Souvenir...

A minha amada Maria,
Depois de muita conversa,
Todo dia me exigia,
Casamento assim depressa...

Por um motivo banal,
Não pude nem ofertar,
Sem dinheiro, o principal,
Como vou poder casar?

Maria me disse sentida,
Isso né motivo não,
As coisas boas da vida,
Moram no meu coração...

Pensando nessa verdade,
Olhei pra cima, pro céu,
Reparei na claridade,
Maria, bela com véu...

Ofereci pra beldade,
Um lugar para morar,
Falei, sem falsidade,
O que dava pra comprar...

Lhe disse: que tal Mercúrio,
Ela olhou bem diferente,
O lugar é bem espúrio,
Eta lugarzinho quente!

Sem dinheiro, o que é de menos,
Eu falei em procurar,
Um terreno lá em Vênus,
Nem me deixou completar...

Cheio de carinho e arte,
Belo tom avermelhado,
Eu fui falando de Marte,
Me disse não, é gelado...

Olhei um olhar soturno,
Minha voz, coloquei mel,
Como é lindo esse Saturno!
Nem Saturno, nem anel...

Falei, agora com medo,
Júpiter é maioral!
Foi me contando um segredo,
Muito grande, passo mal...

Pensei, mudando de plano,
Num terreno mais distante,
Fui pensando em Urano,
Me disse: passe adiante...

De nós dois virarmos uno,
Tanto sonho nessa vida,
Nem pude dizer Netuno,
Me falou em despedida...

Mas agora estou ferrado,
Não posso falar Plutão,
Tal qual como estou, rebaixado,
Não é planeta mais não!

Não vejo se vais ou ficas
Apenas quero teu mar
Nas luas que edificas
Nos raios deste luar

Vencido pelo cansaço
Espero noite chegar
Deitando no teu abraço
Até de novo, sonhar.

Não quero teu gesto amargo
Nem lendas que não contei
Amor avança num trago
No canto que escolherei

Na cama te peço afago,
Se me deres, viro rei...
Amor invado teu lago
Tanto amar, a nossa lei...

Cativas e não percebes
Que quanto mais me cativas
Mais carinho tu recebes
As flores são sempre vivas

Viajando nossas sebes
Por tantas noites altivas
Amor tu nunca concebes
Em nossas doces salivas...

Mas se quero o teu amor,
Teu amor eu necessito,
Vivendo tanto calor
Se não vier, estou frito!

No tabuleiro da serra
Seguindo pelas estradas
Vou trilhando pelas terras
Nas noites enluaradas.

Estrelas por companhia
Em busca do meu descanso
As três marias por guia
Em Maria o meu remanso...

Amar Maria me trouxe
O peito novinho em folha
Tanta tristeza acabou-se
A vida permite escolha

Por isso que eu quero tê-la
O mais depressa comigo
Com Maria, a boa estrela,
Eu não corro mais perigo.

Vou correndo tão ligeiro
Procurando seu carinho
Coração sempre matreiro
Encontrou o seu caminho.

No colo dessa morena
Que não me deixa mais só
O final da estrada acena,
Minha alma cheia de pó.

Coração botafoguense
Já cansado de ser vice
Quer amor que recompense,
Tanto desamor desdisse.

Trago estrelas no meu peito,
São medalhas de um guerreiro,
Muita vez insatisfeito;
Mas dos sonhos, mensageiro.

Riscos: corro todo dia
Procurando por alguém
Que não seja fantasia,
Mas; distante nunca vem.

Chego mesmo a imaginar
Se existe felicidade.
Cultivando sem parar.
Só colhendo uma saudade...



Um gosto que a vida trouxe
Do jeito que sempre quis
Calmo, manso, quieto e doce
Pronto pra fazer feliz...

Morena que bom que veio,
Fica deitada comigo,
Não precisa ter receio
Te juro, não tem perigo,

Tanto amor tenho por ti,
Moreninha, minha vida,
Nesse amor já me perdi,
Vamos viver nossa vida.

Eu te preparei a cama
Perfumada de alecrim,
Meu amor sempre te chama,
Vem moreninha... Pra mim...

Quero o mel do teu prazer
Quero amor que não tem fim,
Minha abelha; vou viver
Nosso amor que é sempre assim

Mal sabias que em tormentos
Andava triste e marcado,
Aflorando os sentimentos,
Querendo estar ao teu lado.

Mas voltei como de um sono,
Sem ter sequer cicatriz,
Rainha; volte ao teu trono,
Comigo serás feliz!


Nosso amor é bem gostoso
Todo o dia te beijar.
Tá me deixando orgulhoso,
O prazer de namorar

Não sou cabra vaidoso
Mas não canso de falar,
Teu pescoço é tão cheiroso,
Minha flor quero cheirar.


Se o meu verso assim, pudesse
Te falar tudo o que sinto,
Coração fazendo prece,
Na verdade eu nunca minto

Eu sou teu, e nada importa,
Tu és minha companheira,
Venha logo abrir a porta,
Balançar esta roseira.

Meu afago eu te proponho,
Teu carinho é todo meu,
Com teu corpo eu sempre sonho,
Teu amor me convenceu

De que a vida só se dá
Pra quem sabe o que é amor.
Nossa estrela brilhará,
Seja lá por onde for.


Colibri beijando o lábio
Da menina melindrosa,
Beija-flor é bicho sábio
Reconhece a bela rosa.

Moça traz no seu perfume
Alegrias e calor.
Meu amor seguindo o lume,
Vagalume e beija a flor.

Sabe o gosto desta moça,
Reconhece seus encantos,
Numa casa, uma palhoça,
Vai rondando pelos cantos



Até chegar ao jardim
Mais bonito em arrebol,
Coração dentro de mim,
Te procura, um girassol.


Coração não tem juízo
Perde logo o rebolado
Quando vê o Paraíso
Bem juntinho aqui do lado

Teu amor é o que preciso
Senão morro apaixonado,
Tão gostoso o teu sorriso
Com jeitinho bem safado

Se o amor vem sem aviso
Para quê ser avisado,
Tendo tudo o que preciso,
Ando bem acompanhado

Nesta terra agora piso,
Com firmeza e bem guiado,
Se o terreno for mais liso
É preciso ter cuidado

Meu amor desejo e biso,
Ser ter por ti sempre beijado...
Sem teu beijo o prejuízo
Fica sempre assinalado

No teu corpo climatizo
Só calor nunca gelado,
No teu cheiro, aromatizo
Beijo bom e perfumado.

Não vejo mais a saída
Tudo, tudo não me importa.
Esperando noutra vida
Encontrar a velha porta.

E sair devagarinho
Em busca do novo sol,
O meu amor, coitadinho,
Transformado em girassol.

Nas penas do passarinho
Minhas penas batem asas.
Procurando por um ninho,
Queimou as asas nas brasas...

E de novo sem sentido
Meu amor pesa de lado.
Por isso está resolvido
Entre nós, tudo acabado...

Um dia passa depressa
Um mês demora a passar
Trair é qual sarna, começa,
E nunca mais quer parar.

Por isso, moça bonita
Acorde e bem ligeiro
Pois de outro laço de fita
Comecei sentir o cheiro.

Meu amor não faz mais isso
Eu te peço, por favor,
Amor que tanto cobiço
Cobiçando um novo amor...


Menina que bom te ver,
Sempre estou apaixonado
Contigo quero viver,
O resto, deixa de lado...

A chuva foi apertando,
E eu ficando aqui com medo,
Meu amor foi se acabando,
Que pena, que era tão cedo...

Mas espero sua volta
Cada dia mais espero
A mão do coração solta
Tanto amor que já venero.

Quero viver um amor
Sem cobranças, sem passado
E que vá por onde eu for,
Sempre, sempre do meu lado.

A vida me trouxe o sonho
E depois, cedo, cobrou,
Amor que fora risonho,
Era vidro e se quebrou...

De papel, a fantasia,
Qual balão de São João,
Acabou com alegria,
Entristeceu coração.

Chove chuva pequenina,
Vai molhando o meu quintal
Todo amor dessa menina
Enchendo o meu embornal.

N’ embalo da minha vida
Eu deixei muita saudade.
Na subida e na descida,
Foi tanto amor de verdade...

Esperança diz teu nome
Cada dia mais distante,
Tua imagem me consome,
Perdida, tão inconstante...

Mas, a cada dia vejo,
Que amar mais do que pude,
Faz viver esse desejo,
Amar-te tanto, amiúde...
Abelhinha faz seu mel
Espalhando a floração,
Mas inverte o seu papel,
Quando mostra o seu ferrão...


O moço no tatame
A moça no quintal
A vida traz enxame
De abelhas no bornal.


Acendendo o fogaréu
Da paixão que nos domina,
Encontrando em ti meu céu,
Da alegria a fonte, a mina.


Acendendo o meu cigarro
Nos olhos do furacão
Voltarei ao mesmo barro
Retornando ao velho chão...


Acendi esta lareira
Para o frio se aplacar;
Mas sem minha companheira
A lareira faz nevar...


Meu amor, minha morena
Como eu gosto de você,
Mas, por favor, tenha pena
Eu já cansei de sofrer...

De tanto amor que te tenho,
Moreninha minha flor,
Toda noite amor, eu venho,
Procurar o teu calor.

Eu te dou minha varanda
Eu te dou minha emoção
Vem logo meu amor, anda;
Pois é teu meu coração...

Meu coração não se cansa
De querer o teu carinho,
Eu te dou uma aliança
Já não vamos ser sozinho...

Sei que um dia vou morrer
Mas te peço, por favor,
Não precisa nem sofrer,
Eu não quero sua dor.

Mas me enterre bem ligeiro
Nem espere o sol raiar,
Sem teu amor verdadeiro,
Como é que eu vou ficar?


Após tanto procurar
Entre céus vagos, distantes
Mergulhei no teu olhar
Bebi luzes fascinantes...

Todo dia eu não me canso
De querer amar você
Coitadinho deste ganso
Afogado, vai morrer...


Meu amor, muito carinho
Só traz carinho pra mim,
Não quero viver sozinho,
Por isso te trato assim,

Quem semeia tanto vento
Colhe muita tempestade,
Tanto amor no pensamento,
Só traz amor de verdade...

Eu te beijo todo dia,
Toda hora se quiser,
Não há melhor melodia,
Pra se cantar pra mulher...

Meu amor, eu te amo tanto,
Nunca canso de te amar,
Tanto amor trazendo encanto
Tanto amor vou te cantar...

Toda manhã bem cedinho,
Antes de eu ir trabalhar
Não me esqueço do carinho,
Para sempre eu vou te amar!



Meu amor vê se vem logo
Eu espero por você
Na saudade já me afogo,
Tô doidinho pra te ver.

Todo final de semana
Meu amor vai passear,
Meu coração desengana
Esperando ela voltar,

No domingo tô sozinho,
Pé de cachimbo quebrou,
Volta logo pro seu ninho,
Passarinho avoador.

Minha casa não tem cama
A gente dorme é na esteira,
Coração ficando em chama
Chegando segunda feira.

Tô doidim pra dar um beijo,
Na morena mais formosa,
Tanto amor tanto desejo
Todo o espinho vale a rosa.


Meu amor reclama tanto
Nunca pára de falar,
Eu bem sei que não sou santo,
Pra que tanto reclamar?

Desde que casou comigo,
Eu agüento a ladainha,
Às vezes sei que não ligo
Deixo falando sozinha

Da minha mãe fala mal
Me chama de vagabundo
Sou pior que um animal,
Não descansa um só segundo.

Quando acordo já começa
Quando durmo nem termina,
É sempre a mesma conversa,
Será essa a minha sina?

E me chama de corisco
De diabo e Satanás,
Eu já tô ficando arisco,
Meu amor só peço paz.

Tô querendo me casar
Venha cá mulher faceira
Já cansei de namorar,
Eu te quero a vida inteira...

Todo dia vou pescar,
Minha rede tá na praia,
Eu só quero adivinhar
O que se esconde na saia...

Por isso minha morena,
Dona do meu coração,
Vamos agora, não tem pena
Celebrar nossa união!

Tanto amor quando deseja
Não precisa confissão,
Abasta ter uma Igreja,
Um padre e um sacristão.

A gente deita na rede,
O teto é constelação,
Na boca matando a sede,
Areia virando chão...

A tua boca tem mel
Gosto de cana caiana,
Estrelinha lá do céu,
Ilumina e não se engana...

E nós vai viver do amor,
Do jeito que Deus quiser,
Só te peço: por favor,
Venha ser minha mulher!



Eu nasci lá no sertão
Das mineiras cercanias
Minhas noites de verão
Com certeza são vazias

Vou tocando um violão
Serenatas/ fantasias
Procurando uma paixão
Enrolando assim meus dias.

Aluguei meu coração
Pra dezenas de Marias,
Mas ouvindo sempre o não
Sem ter outras melodias

Alaguei meu barracão
Nestas águas, mágoas frias.
Sou teimoso, mas então
Esqueci nas poesias

Já não quero nem o pão
Quanto mais as carnarias
Só me resta o duro chão
Nele vejo serventias

Sete palmos e enxadão
Sem amor e sem gurias.
Ariano em tentação
Vai morrendo das sangrias

Do amor em sedução
Esqueci as melodias.
Meu destino: escravidão
Minha sina assim cumprias.

Meu amor não me maltrate

Eu só quero o teu carinho...

Passei a vida a adorar-te

Agora estou tão sozinho...


Minha amada, é minha flor

Que perfuma o bem querer,

Eu só quero o teu calor,

Sem ele não vou viver...


Tanta tristeza me traz

Um amor que não deu certo,

Vou perdendo a minha paz

Meu coração tá deserto...


Tantas vezes eu chorei

Esperando a tua volta,

Por estrelas procurei

Meu pensamento se solta,


Não achei nem o teu cheiro

Nem teu rastro, nada teu...

O meu amor verdadeiro

Nos teus braços; se perdeu...


Sorte tem quem a merece,
Eu não nego essa verdade,
Meu amor, jamais se esquece
Dessa tal felicidade...

Toda noite no meu canto
Meu amor eu quero ter,
Vivendo sem ter espanto,
Coladinho com teu ser.

Beijo a boca e beijo a nuca,
Devagar, não me provoca
Se essa barba te machuca,
O tatu corre pra toca.

Minha amada meus receios,
Acho que tem jeito não,
Mal toquei nos belos seios,
Disparou o coração.

Se brigar, amor comigo,
Vou acendendo este facho
Te carinho lá no umbigo,
Cê me diz que é mais embaixo.

Meu amor que coisa boa,
Você diz que é maravilha,
Pensamento logo voa,
Vai chegando na virilha...

Depois disso, nada falo,
Fica quieta e me prometa,
Meu amor assim me calo,
Quando chega.. a carrapeta!


Devorando a madrugada,
Da poeira, companheiro,
Seguindo esse mundo inteiro,
Sem ter medo, sem ter nada!
Nas estradas desta vida
Outras tantas; atalhei,
Mas não vendo uma saída
No vazio eu me entranhei.


O perdão se consagrando
Num amor que nos liberta
A verdade se mostrando
Na porteira sempre aberta

Vendo os olhos de quem amo
Entendi a solidão,
O que possa e não reclamo
Trama as sanhas da ilusão.


Do meu mundo sem proveito
Da esperança noutra face
Quando solitário eu deito
Nem a lua me banhasse.

Ouso acreditar em ti
Muito embora tanto mentes,
Se este amor não percebi
Sigo em passos descontentes.

Cortesia de quem tenta
Outro canto em tom qualquer
O que adoça e me atormenta
Tem a forma da mulher.

Nada mais eu tive quando
O castelo desabara
Novo dia me guiando
Transbordando em tal seara.

São diversos os sentidos,
Rumos vários, direções
E se possam resolvidos
Outros sonhos; não propões.

Acordar e perceber
O que o sol já me traria
Com certeza amanhecer
Renovasse a fantasia.

Mergulhando no passado
Bebo as fontes do futuro,
O caminho ora traçado
Não se mostra mais seguro.

Esquecendo o que se faz
Outro dia na verdade
O que fora mais capaz
Desviando a realidade.

Na palavra que redime
Noutro encanto se presume
O que possa ser sublime
Traz no olhar o raro ardume.

O caminho se mostrando
Onde a vida desengana
O temor me devorando
Minha sorte, uma cigana.

Do que fora salvação
Nem sequer qualquer sinal,
Outro tempo desde então
Traz o torpe ritual.

Bebo a vida de tal forma
Que jamais me calaria
Outro sonho se transforma
Noutro tempo dia a dia.

Resumindo o que interessa
Em palavras mais diversas
Onde possa mais depressa
Noutro rumo desconversas.

A verdade não se faz
Onde tudo tem seu preço,
O meu mundo mesmo audaz
Só garante o desapreço.

Cada vez que te procuro
E não vejo nem teu rastro,
O meu mundo segue escuro,
O meu barco perde o mastro.


Um mineiro coração
Já não sabe controlar
Outro rumo e direção
Procurando sempre o mar.

Inda vejo no teu rosto
Esta imagem mais sutil,
O meu tempo sem desgosto
Tantas vezes se previu.

Derrubando o que inda resta
Da floresta da esperança
A verdade mata a festa
E o vazio então me alcança.

Tento crer no que pudesse
Mesmo quando não havia
O momento onde se esquece
Outra luz em poesia.

A palavra não permite
Novamente o que mais queira
Onde vejo este limite,
Esta sorte, derradeira.

Mesmo quando se procura
Desta forma ser feliz,
A saudade já perdura
E não traz o quanto eu quis.

Um momento mais diverso
Outro rude caminhar,
Onde possa em novo verso
Meu cenário desenhar

A verdade não se esgota
Numa só palavra tua
Coração perdendo a rota
Sem ter base já flutua.

Entoasse uma canção
Que pudesse libertar
E de toda esta emoção
Nada resta em seu lugar.

Noutro tempo se fizera
A verdade mais sutil,
Quando vejo a primavera
Meu outono ressurgiu.

Num anseio sem proveito
Num momento delicado,
Quanto mais amor aceito
Mais me sinto derrotado.

Nesta praia, uma sereia
Já desnuda traz no olhar
O que tanto me incendeia
Ateando fogo ao mar.

Nas encostas da emoção
Entre rocas e rochedos
Outros dias mostrarão
Da esperança os seus segredos.

Na palavra que se atente
No momento mais feliz,
O meu canto impertinente
Traz o quanto não mais quis.

Ondas vejo em pleno mar
Nesta utópica loucura
Que pudesse desenhar
Todo amor que se procura.

Restaria dentro em nós
Tão somente esta ilusão,
Quando amor aumenta a voz
Ensurdece uma razão.

Uma luta que não cessa
Outra sorte não se veja,
O que possa na promessa
Traduzisse esta peleja.

O momento mais cruel
Atormenta quem procura
Flutuando em pleno céu
Muito além de uma amargura.

Arco com meus desenganos
E procuro ter suave
O que mude nossos planos
E supere algum entrave.

Bate o sino na matriz,
Convidando para a missa,
A palavra que bendiz
Segue alheia ou mesmo omissa.

Numa sorte que se trama
Na cidade pequenina
Quanto mais a gente se ama
Mais a dor vem e domina.

Num anseio sem resposta
Mesa posta, sem proveito,
Tanto faz esta proposta,
No final eu sempre aceito.
Nada mais pudesse ver
Quem deseja solidão
Meu amor a se perder
Desperdiça uma ilusão.


Trago os olhos no horizonte
Na verdade sigo só,
Onde fora doce fonte
Reduzida a seca e pó.

Abro os olhos e não vejo
Outro sol que me tocasse
A vontade, este desejo
Só permite um velho impasse.

No meu canto sem proveito
No momento mais cruel
Quando em solidão me deito
Deste inferno busco o Céu.

A verdade mais dorida
Faz de mim um girassol,
Sem certezas, minha vida
Busca a tua qual farol.

Rescindindo este contrato
Nosso amor fora ilusão,
O que tanto ora constato
Toma inútil dimensão.

A palavra que redime
Noutro tempo se entranhara
Tanto amor claro e sublime,
Uma imagem sempre rara.

Nas montanhas verdejantes
E nos vales mais sutis
O que quer e não garantes
Todo o tempo contradiz.

Esperasse mais um pouco
E quem sabe poderia
Caminhando feito um louco
Sem saber da fantasia.

Na palavra que permita
Outro rumo em vida atroz,
Onde a sorte diz desdita
Nada mais existe em nós.


Meu versar sem ter segredos
Trama a dor onde concebo
Os caminhos, desenredos
Só a dor enfim recebo.

Quero ter algum direito
De viver felicidade,
No que possa e sempre aceito
Cada passo me degrade.

A verdade se escondendo
No sorriso em ironia,
Cada dia me perdendo
Onde nada mais havia.

Vejo o olhar de quem pudera
Desejar alguma luz,
Mas a vida nunca espera
E o vazio reproduz.

Ânsias tantas, novo sonho
O que pude ter em mente
Num momento mais tristonho
Outro igual já se apresente.

Organizo meus arquivos
E procuro alguma luz
Dos antigos lenitivos,
Nada mais ora conduz.

O vencido caminheiro
Andarilho vai sozinho
Quando ceva o seu canteiro
Só cultiva dor e espinho.

A verdade não me cansa
Mesmo assim nunca convence
A palavra em temperança
Sempre traça este non sense.

Cada luta que se trava
Numa sorte sem proveito
Onde a vida demonstrava
Este rio além do leito.

Rastros vejo vida afora
E procuro quem seguira
O que tanto me apavora
Traz no olhar a fria mira.

Trovas tantas, fartas provas
E os anseios costumeiros,
Quando a vida tu renovas,
Os meus sonhos, derradeiros.

Um momento e relembrasse
Do que tanto desejei
Minha vida se mostrasse
Onde nunca imaginei.

O veneno mais atroz
Esperança dita o fato
E se tenho em ti o algoz
Cada passo, outro maltrato.

Uma noite solitária
Nova sorte não se vendo
A presença imaginária
De quem quero e não desvendo.

Trovador que não se cansa
De buscar algum apoio
No final sem esperança
Mata o trigo e ceva o joio.

O meu mundo descaindo
O meu tempo se findando
O que fora outrora lindo
Já não vejo como e quando.

Resumisse a minha história
Neste pouco que me resta
Todo amor traz na memória
O começo feito em festa.


Nada mais eu represento
Para quem tanto queria,
O meu dia em desalento
Tão distante da alegria.

Merecesse melhor sorte
Quem procura ser feliz,
Mas sem nada que conforte,
Sigo a vida por um triz.

O verbete mais usado
Por quem tanto quer a luz,
Já não fala do passado
Ao futuro nos conduz.

Mergulhando nos teus braços
Dias claros, sol intenso,
Realçando nossos laços,
Nesse encanto eu sempre penso.

Neste mar duro e bravio
Feito em tantas tempestades
Onde outrora fosse um rio
Hoje frias realidades.

Reparando o que respaldas
E desejas noutro tom,
As bandeiras que desfraldas
Melodia em torpe som.

Acordando o que adormece
Dentro da alma, mais ligeiro
Tanto amor que a vida tece
Traz o sonho derradeiro.

Já não pude ser feliz
E tampouco o desejava
A palavra que mais quis
No meu peito se calava.
951

Não quero mais valentia
Nem tampouco tempestade,
No tanto que me cabia,
Só cabe nossa amizade

Meu amigo já te conto
De tudo o que já vivi,
Sofrimento foi desconto
De toda amor que perdi.

Companheiro não me esqueço
Das palavras que dizia,
Esse amor eu não mereço,
Mas custou a teimosia.

Moço pobre, moça rica,
Num dá certo não senhor,
Quando a coisa se complica
O dinheiro tem valor.

O seu pai é proprietário,
Eu sou simples cantador,
Na hora desse honorário
Toda a conta me sobrou.

Quando a moça viu a casa
Com telhado de sapê,
A paixão que fora brasa
Começou a arrefecer.

E depois de rachar lenha
Com a mão tão delicada,
Por mais amor que me tenha,
No final não sobrou nada.

Arroz e feijão na cuia,
Beber água lá do poço,
Guardar milho lá na tuia
Piorou este alvoroço.

Mas te falo camarada,
Cada beijo bem cheiroso,
Valeu toda esta jornada,
Eta bichinho gostoso!


960


Mas agora que findou,
E voltei à realidade,
Graças a Deus, me sobrou,
O bão de tudo, amizade!

Meu amigo, como é bom,
O saber que estás aqui.
Na nossa amizade, o dom,
De vencer o que venci.

Amigo, na adversidade,
Nos momentos mais cruéis,
Precisamos, na verdade,
Dos amigos mais fiéis.

Obrigado, então, amigo,
Pelo abraço companheiro,
Caminhando assim, contigo,
Eu desvendo o mundo inteiro.

Canto sem ter sofrimento
Se vier, não temo não.
Amizade é forte vento,
Que assopra no coração.

Eu te peço, sem temor.
Eu não minto. Na verdade,
Bem mais sólida que amor.
É a força da amizade!

Minha querida, a alegria
É um bem que nos domina
Ajudando a fantasia
Pena que, cedo, termina...

Mas não anda assim sozinha
Essa alegria danada,
Senão fica miudinha
Pois quer ser compartilhada!

Alegria logo encanta
E nos faz, amor, tão bem,
Mas se alegria se espanta,
Não nada sobra ou ninguém.

Se comemoro, querida
Uma alegria sem fim,
Venha comigo e decida,
Dobrará, amor, enfim...

970

Porém se nada sentir
Do que sinto com certeza,
Nada mais vai impedir
De chegar uma tristeza...


A minha grande alegria
É poder ser teu amigo
Nesta amizade sadia
Reconheço um bom abrigo.

Por mais que siga sozinho
Meu caminho pelo mundo,
No teu peito encontro ninho
Deste carinho profundo.

Alegria de encontrar
Apoio que precisava
Certeza de navegar
Onde sonho naufragava.

Fazendo minha ancoragem
Neste braço benfazejo
Criando tanta coragem
Sem temer da dor bafejo

Em tantas horas festivas
Como nos momentos maus,
Trazendo as forças tão vivas
Organizando meu caos.

Amigo te canto loas
E te faço tantos versos.
Amigo das horas boas
Dos momentos mais diversos...

Trazendo risada franca
Admoestando também
No breu ou na lua branca
Meu amigo sempre vem.

Meu amado camarada
Teu sorriso radiante
Me ajudando nesta estrada
Prosseguir, vou adiante!


A cambista da saudade
Esta lua tão ingrata,
Sonegando a claridade
Boicotou a serenata.

A calcinha da Maria
Tem um furo bem por baixo,
Pra acertar a pontaria,
Com cuidado eu já me abaixo...


o amor é uma cachaça
que não canso de beber,
nem em todo canto se acha,
quando vejo é só você



a cachaça é minha amiga,
disso falo e faço fé,
mas quando começa uma briga,
minha amiga dou no pé.


A casinha é de sapé,
Mas, garanto é um tesouro,
Meu amor quer cafuné
O meu barco, ancoradouro...


Não se esqueça que o remédio
Tem a dose e o momento,
Não quero que vire tédio
A beleza e o sentimento.

Não se preocupe tanto
Com a falta deste vento,
Não é pra causar espanto,
Vou vivendo sempre atento.

Aos sintomas da doença
Que bem sei que traz tortura
Mas que boa a recompensa,
Quando o mal logo se cura.

O cuidado que se tem
Com a chuva e tempestade,
Ajuda muito também,
Precisa tranqüilidade.

Eu bem sei que a vida passa
E com ela esse perigo,
De virar tudo fumaça,
Mas tratamento eu prossigo,

Com toda essa paciência
Que parece uma maldade,
Mas faz parte da ciência
Gotas dessa tal saudade.

O que importa no momento,
É preciso que convença,
Não é o medicamento,
Mas a cura da doença...


Mas não consegue ferir
Refreando esse desejo,
Deixando tudo fruir
Na doçura do teu beijo...



Quis a fada que eu tivesse
Um amor que não me quis,
Rogo a Deus em tanta prece,
Quem me dera ser feliz..

Meu amigo, como é bom,
O saber que estás aqui.
Na nossa amizade, o dom,
De vencer o que venci.

Amigo, na adversidade,
Nos momentos mais cruéis,
Precisamos, na verdade,
Dos amigos mais fiéis.

Obrigado, então, amigo,
Pelo abraço companheiro,
Caminhando assim, contigo,
Eu desvendo o mundo inteiro.

Canto sem ter sofrimento
Se vier, não temo não.
Amizade é forte vento,
Que assopra no coração.

Eu te peço, sem temor.
Eu não minto. Na verdade,
Bem mais sólida que amor.
É a força da amizade!



Morena moça bonita
Conterrânea das Gerais
A minha alma andava aflita
Procurando enfim ter paz

E chegaste com carinho,
Com ternura, rara flor,
Aos poucos cortou espinho
Fez brotar o meu amor.

Eu sou teu nunca neguei,
Tu és minha, rosa e leme,
Tanto amor te dediquei
Alicerce eu sei que treme

Ao saber que estamos juntos,
Ocorrem calamidades,
Ressuscitam os defuntos,
Enchentes têm de verdade.

Até gente sai correndo
De tremendo furacão,
O nosso amor vai vencendo
Tem a força da paixão!


A formiga não se cansa
De morder meu velho pé.
Uma pergunta me alcança
Como agüenta este chulé?


A maré que se faz cheia
Já recheia de saudade
Quem há de dizer sereia
Quando anseia a liberdade.



A Maria diz que tem
É mentira da Maria
Eu não gosto de ninguém,
Só namoro a poesia...

A Maria é mentirosa
Não dê crédito, querida,
Fui buscar a bela rosa,
Minha mão saiu ferida...

A Maria tem gogó,
Fala grosso sim senhor,
Mas não anda assim tão só
Arranjou um jogador...


A melhor coisa da estrada?
Bicho de pé e mulher!
A mulher vale de nada,
Se o bicho num fica em pé!


A melhor parte de mim
Ficou pelo caminho
Já deu seca no jardim
Agora vou sozinho.

Você foi a criatura
Que me fez sofrer demais
A cortar a ditadura
Nunca mais fiquei em paz

A melhor rima que eu sei
Encontrei nos lábios teus
Pois se nela amor rimei
Solidão já deu adeus...


A menina quando cresce
Pensa logo em namorar,
Esperanças ela tece,
Só deseja assim beijar...

A mentira que contaste,
Na verdade me ajudou,
Sol e lua num contraste
Tanto fez que até nevou...


No meu canto mais sereno,
Vontade de agradecer
Este amor deveras pleno
Que tanto ajuda a viver.

Encontro-me satisfeito
De saber deste carinho
Transbordando no meu peito
Não me deixa andar sozinho...

Minhas alegrias são poucas
A minha tristeza é tanta,
As minhas noites vãs, ocas,
A voz da saudade canta...

Mas depois que a alma lagrima
Amargando a solidão,
Eu relembro tua estima,
Meu porto de salvação...

Por isso não me abandone
Nunca mais querida amiga,
Não quero mais noite insone.
O teu colo, a vida abriga...

A minha alma que era aflita
Agora não sofre mais,
Ao ver a moça bonita
Vai seguindo amor em paz...


Um canto na madrugada,
Traz um gosto de tristeza...
Saudade da minha amada,
Levito nessa beleza...

Silencio sobre tudo,
Não quero falar mais nada...
Vou calado, sigo mudo,
Esperando minha amada...

Não sei falar mais de dor,
Caminho sempre n’estrada,
Estrada do meu amor,
Estrada da minha amada...

Na curva dessa saudade,
Capotei, curva danada...
Vou viver felicidade,
Nas curvas da minha amada...

Trago meu peito cansado,
Minha mão, no peito, atada...
Peito bate des’perado,
Saudades da minha amada...

Menina quero teu colo,
Deixa de ser tão levada;
Vou te deitar neste solo,
Te fazer a minha amada...

Eu nem sei de valentia,
Nem quero cair da escada;
Seja noite ou seja dia,
Eu só quero minha amada...

Vergalhão cortou bem fundo,
Sangria desesperada;
Quer dor maior nesse mundo?
Distância de minha amada...

Vento ventou no telhado,
Chuva caiu na calçada.
Triste sina, triste fado,
Procuro por minha amada...

Toda fumaça que eu trago,
Vai subindo espiralada.
No pulmão faz tanto estrago,
Volta pra mim, minha amada!

Não quero nem mais viver,
Vida vai descontrolada.
Procurando, por você,
Sem encontrar; minha amada...

Quero poder noutro dia,
Estar co’alma lavada.
Oh! Meu Deus, como eu queria,
Saber de ti, minha amada!

Tanta maldade na terra,
Voa então, minha alma alada,
Sobe morro, desce serra,
Procurando a minha amada...

Lavei meus olhos tristonhos,
Na poça d’água parada.
Vou sonhar todos os sonhos,
Até sonhar minha amada...

Amor me pegou de banda,
Escondido, de empreitada;
Lua daqui, de Luanda,
Traz para mim, minha amada...

A moça bonita dança.
Moça da saia rodada;
Coração traz esperança,
Da dança da minha amada...

Pedra faz onda no rio,
Depois de ter sido lançada;
Vou vivendo o desafio
De ondear minha amada...

A safira dest’anel,
Aonde foi encontrada?
Olhei pra terra e pro céu,
Encontrei a minha amada...

Diamante traz riqueza,
Jóia muito procurada;
Mas muito maior beleza,
Nos olhos da minha amada...

No sertão cantando primas,
Tem viola enluarada;
Encontrei todas as rimas,
Nos lábios da minha amada...

O que presta nessa vida,
Nunca foi coisa comprada;
Minha alegria perdida,
Encontrei na minha amada...

Tanta verdura gostosa,
Delas fiz uma salada.
Vida vai maravilhosa,
Nos beijos da minha amada...

Serpenteia minha sorte,
A vida é carta marcada.
Jogo pesado, de porte,
Aposto na minha amada...

Vaso duro não se quebra,
Nem fica a casca arranhada;
Tão lindas, quando requebra,
As ancas da minha amada...

É de Deus a escolhida,
Foi, por ele, abençoada.
Nunca mais quero outra vida,
Nos seios da minha amada...

Canto cantiga de roda,
Samba, bolero e toada.
Planta crescendo na poda,
Quero colher minha amada...

Cantor que canta forró,
Canta xote e embolada;
Nada no mundo é melhor,
Que os braços da minha amada...

Quando cheguei lá de Minas,
“Truce” queijo e até coalhada.
“Truce” coisas tão divinas,
Só num “truce” minha amada...

Da chuva eu sou só um pingo,
Mas você quer trovoada.
Quando choro, esse respingo,
Vai molhar a minha amada...

Toda essa reza que eu rezo,
Na Igreja ou na orada.
Tudo que eu deveras prezo,
Encontro na minha amada...

Na vida perdi o freio,
Capotei numa guinada.
A vida me pôs arreio,
Nas pernas da minha amada...

No circo triste da vida,
Eu perdi a minha entrada.
Só encontrei despedida,
Só me restou minha amada...

Eu sofri tanto, bem sei,
A vida me deu esporada.
Aqui, ao menos sou rei,
No reino da minha amada...

Chora cavaco chorão,
A noite vai embalada.
Vai chorando o coração,
Lágrimas de minha amada...

Dançando xote e baião,
Danço até uma lambada.
Só não danço solidão,
Peço perdão, minha amada...

Errei demais, eu sei bem,
Minha vida é toda errada.
Sem você não sou ninguém,
Me desculpe, minha amada...

Feira boa é a que tem,
Muita coisa variada.
Só não encontro meu bem,
Onde estás, ó minha amada?

Te procurei num castelo,
E não passei da fachada.
Todo dia, então, eu velo,
Na busca da minha amada...

Eu tentei cantar um hino,
Vitrola tá enguiçada.
Quem me dera ser menino,
Para cantar minha amada...

Com varinha de condão,
Eu encontrei minha fada.
Só me restou ilusão,
Encantar a minha amada...

Trabalhei por tanto tempo,
Cavoucando com enxada.
Mas foi tanto contratempo,
Onde “plantei” minha amada?

Já tive tanto revés,
Eta vidinha azarada!
Lavei navio e convés,
O mar levou minha amada...

Mulher ficando nervosa,
Entra muda e sai calada.
Mas feliz, fica bem prosa,
Fala pra mim, minha amada...

Lá na casa que eu morava,
Dizem que é mal assombrada.
Mas era eu quem chorava,
Só por você minha amada...

De tanto amor nessa vida,
Eu a levo endividada.
Vou fazer a despedida,
Já cansei da minha amada!


A moça que se engravida
Do boto mais elegante
Anda de bem com a vida,
Vai sorrindo a cada instante..

A mocinha não sabia
Do que o moço desejava
Toda noite todo dia,
A minha alma se lavava...

A mocréia desfilando
Numa micro minissaia
E depois vai reclamando
Quer assovio vem vaia.

A mortalha que eu vestia
Esgarçada me permite,
Crer com toda a fantasia
Num amor sem ter limite.

De Denise quero o canto
De Renata essa alegria
De Luiza, seu encanto,
O paladar de Maria

Quero de Rita a delícia
Que conheci em Joana,
De Paulinha, essa carícia
Que só me deu Mariana...

a mulher quando é sacana
faz da gente o que bem quer
nos domina e nos engana
sogra também é mulher...


A mulher quando é safada
Se descobre rapidinho,
Se perdida é encontrada
Bem na beira do caminho.

A mulher se tem juízo,
Encontrei a salvação
Mas prefiro o paraíso
Neste amor de perdição.

A mulher tem seus segredos
Deles não sei nem metade,
Mas nas pontas dos meus dedos
Tu terás felicidade.


A mulher com muito afinco
Não podia descansar
De uma vez namora cinco,
Inda quer me namorar!


A noitinha vem chegando
E com ela vem a lua,
Vendaval onde era brando
Vendo você toda nua..

Ando sempre procurando
Quem na vida possa ter
Um carinho bem mais brando
Que permita o bom viver

Na amizade, com certeza
Uma luz que não se apaga,
Neste amor, delicadeza
De quem sabe e nos afaga

Eu te quero sempre aqui
Venha logo, minha amiga
Amizade eu concebi
A perfeita e forte viga


Vou lhe contar um segredo,
Não espalhe, por favor.
O galo levanta cedo,
Mas não é trabalhador...


Menina tome cuidado,
Não vá fazendo bobagem,
Cerca de arame farpado,
Nunca impede a paisagem.


Nesta tentação não caia,
Se bem que é bom de verdade,
Vestida de minissaia,
Só protege a propriedade!


A paixão que se comprova
Deve ter muita emoção.
Minha amada nesta trova
Eu te dou meu coração.


A paixão é traiçoeira
Feito cobra cascavel,
Descuidou e deu bobeira,
Sai do chão e cai do céu...

Eu te quero aqui comigo,
Minha prenda tão formosa
Pode vir não tem perigo,
Te prometo um mar de rosa...


A poesia nos traz
A beleza que desperta
Na dose que satisfaz
Amor na medida certa...


Perereca bem safada
Engolindo o passarinho,
Bem macia e depilada
Vai entrando de mansinho...


A saudade é matadeira
Não me deixa quase nada,
Nesta lua derradeira
No clarão de uma alvorada


a saudade é tão matreira
não se cansa e me maltrata
tomando a terra mineira
chega na Zona da Mata.


A saudade é traiçoeira
Mente, mente sem parar,
Um espinho na roseira
Vai salgando todo mar...

a saudade é uma doença
que faz bem ao coração,
no passado a gente pensa
aprendendo uma lição...

A saudade faz a festa
No coração de quem ama
Relembrando o que inda resta
Reacendendo esta chama.


A rosa-sangue vermelha
Acredita que o espinho
Não é mais do que centelha
De seu gesto de carinho...

Vi a saia da morena,
O vento já levantou,
Não deu pra ver a açucena,
A flor não desabrochou..


A saudade bate à porta,
Vem chegando sorrateira,
Esperança foge morta,
A lembrança é companheira..

A saudade bate ponto
No operário coração
Te procuro e não te encontro
Triste enredo da paixão...

Eu não canto uma esperança,
A saudade cala a voz,
A tristeza quando alcança
Me maltrata, tão feroz...

A saudade de quem foi
E não volta nunca mais
Ruminando feito um boi
A danada dói demais...

A saudade diz do sonho
Que jamais esquecerei,
Nela o barco quero e ponho,
Tendo em cais a antiga grei...

a saudade faz estrago
numa casa de sapê
da cachaça, cada trago
me faz lembrar de você


A saudade formigando
Lembra o tempo que se foi,
O amor vou ruminando
Coração tamanho boi.


A saudade me maltrata
Mas também me dá prazer,
Deixa eu entrar nessa mata,
Nessa mata me perder!


A saudade quando vem
Maltratando o coração,
Um amor tamanho trem
Arrastando até vagão...



A saudade recomeça
Quando a gente escuta a voz
Tão mansinha, assim sem pressa
De quem vive dentro em nós...


A saudade rodopia
Espiando o coração,
Nos braços da fantasia
Um abraço da ilusão..

A saudade sempre apronta
Com quem fica e sofre tanto,
A minha alma andando tonta
Não se esquece do teu canto...


A saudade traz cativo
O meu peito apaixonado,
Da saudade eu sobrevivo
Nela estás sempre ao meu lado.

A saudade é matadeira
Não me deixa quase nada,
Nesta lua derradeira
No clarão de uma alvorada

A saudade sempre cheira
Uma rosa perfumada
Que sem rumo ou estribeira
Por espinhos decorada.

Saudade é doce castigo
É vontade de saber
O que se foi eu persigo
Na meiguice do sofrer

No passado o meu abrigo
Desabrigo passo a ver
Com ferrão feroz amigo,
Amargo mel pra beber...


A saudade, tão arteira
Preparando uma arapuca,
Danadinha feiticeira
Deixa minha alma maluca...

O veneno desta seta,
Não tem cura não senhor,
Atingindo algum poeta,
O transforma em trovador...

A tristeza de um caboclo
Vem da saudade matreira
Vai minando pouco a pouco
E destroça a vida inteira.


A tristeza, na verdade,
É coisa que sempre dá,.
Quando eu sinto essa saudade,
Das terras do Paraná...

Se não cura, remedia
Toda trova tem valor,
Semeando a poesia
Na colheita encontra amor...

Faço trova de improviso,
Cantador e repentista,
Teu amor é o que preciso
Não te perco mais de vista...


a trovinha quando é feita
com ternura e sem pudor,
todo sonho não enjeita
deste tolo trovador...


A verdade é traiçoeira,
A mentira traz conforto...
Melhor sorte verdadeira
Do que mentiroso morto...

A verdade se escondeu
Na mentira que disseste,
Tanta lágrima choveu
No meu coração agreste.


A vontade é de ficar
Mas eu tenho de ir embora
Eu vou que trabalhar
De saudades peito chora...


Falar de tanta saudade
Que me invade e não me larga
Sanando a dificuldade
Com a voz que já se embarga.

Deste amor que sempre fora
Decoração de primeira
De coração que se chora
Pela morte da roseira.

Que não foi sequer clamada
Nem tampouco deu perfume
Mas queria ser amada
Por isso tanto queixume...

Andando pelas estradas
Demonstrando uma coragem
Sem estrelas na calçada
Inventou uma bobagem

Agora que vai sozinha
Sem ter mais lua pra ver
A rosa tanto se espinha
Que se esquece de morrer...

Ou melhor morre demais
Uma, duas, três, dez mil.
Tanta morte assim me traz
A face que não partiu.

Passeando sem juízo
Pelas sendas mais floridas
Tanto assim quanto preciso
Queria mais sete vidas...

Meu amor, eu dei azar,
Eu não voltarei do pó.
Vou por isso aproveitar
Pois bem sei, tenho uma só...

Mas agora que te vejo
Os anjos não comemoram
Um velho filme revejo:
A volta dos que não foram...


Minha vida vai passando
Pelos campos, devagar.
Tantos verbos conjugando,
Viver, sofrer e lutar...

Vivendo na poesia
Sofrendo por teu amor
Vou lutando todo dia
Pelo caminho que for.

Nos campos dessa saudade
Plantei a minha esperança
Não brotou sequer verdade,
Só restou uma lembrança;

Do jardim da minha vida,
Do rosal do meu caminho.
Minha alegria esquecida
Marcada por cada espinho.

Os teus beijos tão amenos
Os carinhos, meus remansos,
Os teus olhos mais serenos
Teus belos seios, tão mansos...

Nada mais aqui ficou
Só a dor de não te ter.
Pelos caminhos que vou,
A vontade de morrer...

A xoxota da Luzia
Já não quer saber de mim,
Mas eu soube que ela cria
Chato, pulga e até cupim...