sexta-feira, 1 de abril de 2011

401

Trovador que não se cansa
Se apertar já não se arrocha
O meu nome de criança:
Caio Rolando da Rocha.

402

Faço trovas pra senhora
Pro senhor dou a banana
Se cheguei não vou embora
Fico mais uma semana.

403

Eu venci as minhas lutas
Com ternura e com paixão,
Pras mulheres mais astutas
Eu já dou meu coração.


404


Não quero se muito crítico
Com a tal politicalha
Mas conjunto de político
Eu conheço por canalha,


405


Beijo a boca de quem quero
O problema é todo meu
Se este amor é mais sincero
Mais prazer já conheceu.

406

Quantas vezes quis Maria
E Joana é quem me quis,
Uma à noite outra de dia,
Desse jeito eu sou feliz.


407


Faço trovas como quem
Traz amor dentro de si,
Beijo a boca deste alguém
Como fosse um colibri.

408

Não mergulho no vazio,
Nem tampouco quero a morte,
Se prazer eu propicio
Quero amor que me conforte.

409

Nasci numa noite fria
No Sertão de Jatobá
Vou buscando a poesia,
Seja aqui ou seja lá.

410

Trovador com a viola
Madrugada em lua cheia,
Passarinho sem gaiola
Nem amor mais me cerceia.

411

Fiz a casa sem dinheiro,
Não tem telha nem embolso,
O Amor mais verdadeiro
Gosta mesmo é do meu bolso...

412

Tanta luz que tu me deste
Nosso amor nunca se acaba
A saudade é tão agreste
Deste olhar jabuticaba,

413

Meninice é coisa boa
Não me canso de cantar,
A saudade da patroa
Faz a gente delirar...

414

Coração já não se engana
Tropeçou, quebrou nariz,
A mulher quando sacana
Todo o bem que já se quis.

415

Já não vou ficar calado,
Nem tampouco estou na minha,
Quem só vive do passado,
Canta a mesma ladainha...


416

Abandona este cigarro,
Pára de beber, amigo,
Na morena pra que sarro?
Se quiser, deixa comigo...


417


São caminhos diferentes
Para quem quer se encontrar,
Dos teus rios, afluentes
Desaguando no meu mar...


418


Peço a Deus e não me engano,
Sei que tanto merecia,
Por debaixo deste pano
Ela me dando alegria...

419

Sem saber se ainda posso
Perguntar sei, nunca ofende
Se o carinho for um troço,
Tudo bem, se não. Depende...

420

Joga a saia para lá
Quero ver tua calcinha,
No meu colo encontrará
O prazer de ser só minha...

421

Moça boa que me agrade
Já não fica de frescura,
Não controla uma vontade,
Se me deu, já teve cura.

422

Peço a quem puder me dar
As notícias deste bem
Que se foi com o luar
E sem ela o sol não vem...

423

Eu sabia desde já
Tudo quanto caberia
Quem mergulha encontrará
Meu calor em noite fria.

424


A saudade é traiçoeira
Mente, mente, mas reluz,
Do passado é mensageira,
Abençoa em dura cruz.

425

Não me esqueço deste olhar
Nem tampouco do sorriso,
Meu amor veja o luar,
Nele o nosso paraíso...

426


Se a verdade não escondo
Sendo franco; sim senhora
Este mundo é tão redondo,
Pra voltar nunca demora...


427

Bate o sino na matriz
Convidando para a missa,
A moçada vai feliz,
Se exibir com graça, atiça...

428

Pecadora esta menina,
Eu reclamo desde já,
Ela só quer e domina,
Só não sei quando dará.


429


A mulher clareia breus
Nos seus olhos a luneta,
Quando nova ela é de Deus,
Virou sogra? É do capeta!

430

Menininha sapequinha
Toda noite e todo dia,
Só não quero mais na minha,
Senão é pedofilia.

431

A paixão tem tantas faces
Enganando satisfaz,
Bem diverso que tu traces,
Num inferno vejo a paz.


432

Fofoqueira essa menina
Não se cansa de falar,
Sua língua não domina,
Mas só serve pra beijar...

433

Joga fora esta bengala,
Pára de ser indecente,
Quem te vê assim não fala
Que faz pose de doente.


434


Se num beco sem saída
Encontrei meu bem querer,
A razão da minha vida
Não me deixando escolher.


435


Catapora coça tanto
E coçando sigo em frente,
Tanta coisa não me espanto
Tudo muda de repente.

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