101
Quem me dera ser semente
Da esperança, um raro grão
Que pudesse de repente
Explodir no árido chão.
102
Procurando quem me dera
Um momento em atenção
Já perdi a primavera
Já vai longe o meu verão.
103
Tenha ao menos piedade
De quem tanto desejou
O caminho que a saudade
Noutro passo destroçou.
104
Se eu falasse o que ora sinto
Não teria solução
Na verdade sigo instinto
Feito em sonho e em emoção.
105
Nada pude ou poderia
Contra todo o sentimento
Numa noite mais sombria
Enfrentar sozinho o vento.
106
Um momento que se tenta
Pouco mais quando se quer
Na verdade o quanto alenta
Tem a forma de mulher.
107
Ouso até saber do canto
De quem fez felicidade
O meu dia não espanto
Quando quer a claridade.
108
Na palavra que resume
Todo amor quando se dera
De teus sonhos o perfume
Traduzindo a primavera.
109
Meu caminho pela vida
Não permite qualquer medo,
Esta estrada construída
Traz dos sonhos o segredo.
110
Navegando mansamente
Procurando a bela trilha
Tendo sempre à minha frente
A divina maravilha.
111
Apresento o que mais quis
Num momento sem temor
Para ser sempre feliz
Há que conhecer o amor.
112
Outra vez em sentimento
Trago olhar em claridade,
Quando um passo novo eu tento
Sei da sorte que me invade.
113
Nada pude contra a sorte
Mais diversa e dolorida
Quem decerto me conforte
Traz em si a própria vida.
114
Marco com palavras sãs
Os anseios que protejo,
E viver belas manhãs
Traduzisse o meu desejo.
115
Mar imenso que atravesso
Na esperança de outro mar,
Tanto amor que te confesso
Sem regresso a se mostrar.
116
Ouço a voz de quem mais queira
Outro rumo em liberdade,
Tendo amor como bandeira
Encontrei felicidade.
117
O meu canto não pudesse
Ser diverso do que tenho,
A verdade se confesse
Quando além do sonho eu venho.
118
Bebo um gole da esperança
E deveras me inebrio
O meu mundo sempre avança
Onde a morte eu desafio.
119
Apresento noutro verso
O que tanto quis um dia,
E seguindo este universo
Vivo na alma a poesia.
120
Acolhendo cada engano
Nada mais se vendo após
Do meu sonho se me ufano
Traz nas mãos os nossos nós.
121
Ouviria cada raio
Em trovões e tempestades
E se tanto não me traio
Vejo em ti além das grades…
122
O meu tempo se desvenda
Nas vontades e procuro
Quem deveras sempre entenda
O que quero e em ti perduro.
123
Na verdade o que se faz
Outra sorte se apresente
O meu canto vive a paz
Ou decerto ainda a tente.
124
Percorrendo este caminho
Onde vejo a liberdade
Tento após o velho ninho
A real felicidade.
125
Coração domando a fera
Pela fresta traz a luz
E se possa enquanto espera
O meu canto reproduz.
126
Já não vejo outro momento
E se possa ser assim,
Ao sabor do manso vento
Trago o mundo dentro em mim.
127
A saudade maltratasse
Quem decerto sempre quis
Na alegria o desenlace
Que me faça mais feliz.
128
O meu mundo não permite
A tristeza como agora
Sem saber qual o limite
Quando a ausência me apavora.
129
Nas verdades que me trazes
Ouso mesmo acreditar,
Sei que a lua em tantas fases
Não sonega o seu luar.
130
O mergulho no passado
A vontade de um futuro
Tantas vezes desejado
Onde a paz eu asseguro.
131
A mentira traz apenas
O que tanto não se curta,
Mas decerto te condenas,
Pois tem ela a perna curta...
132
Jogo feito a vida expressa
O que tanto não se quis
A verdade se confessa
Quando sou seu aprendiz.
133
Bebo em goles com fartura
O que tanto desejei
Todo amor que se procura
Traz no sonho a sua lei.
134
Nada mais pudesse ver
Ou talvez mesmo tivesse
Tanta vida sem prazer,
A saudade nunca esquece.
135
A palavra mais sutil
O momento em tempestade
Cada verso que surgiu
Traz na dor realidade.
136
Sendo a vida sempre assim
O momento mais atroz
Procurando de onde vim
Bebo a sorte mais feroz.
137
Apresento o quanto passa
Desta vida sem sentido,
E nos termos da cachaça
Novamente estou perdido.
138
O meu canto diz do medo
E se possa adivinhar
Onde vivo em tal degredo
Sem saber onde ancorar.
139
Minha vida nada vale
Meu sorriso se desbota,
Minha voz, porém não cale
Nem a sombra me derrota.
140
Onde pude ter em mente
O que quero e não mais minta
Na aquarela que apresente
Do passado a triste tinta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário