sexta-feira, 1 de abril de 2011

101

Quem me dera ser semente
Da esperança, um raro grão
Que pudesse de repente
Explodir no árido chão.

102

Procurando quem me dera
Um momento em atenção
Já perdi a primavera
Já vai longe o meu verão.

103

Tenha ao menos piedade
De quem tanto desejou
O caminho que a saudade
Noutro passo destroçou.

104

Se eu falasse o que ora sinto
Não teria solução
Na verdade sigo instinto
Feito em sonho e em emoção.

105

Nada pude ou poderia
Contra todo o sentimento
Numa noite mais sombria
Enfrentar sozinho o vento.

106

Um momento que se tenta
Pouco mais quando se quer
Na verdade o quanto alenta
Tem a forma de mulher.

107

Ouso até saber do canto
De quem fez felicidade
O meu dia não espanto
Quando quer a claridade.

108

Na palavra que resume
Todo amor quando se dera
De teus sonhos o perfume
Traduzindo a primavera.

109

Meu caminho pela vida
Não permite qualquer medo,
Esta estrada construída
Traz dos sonhos o segredo.

110

Navegando mansamente
Procurando a bela trilha
Tendo sempre à minha frente
A divina maravilha.

111

Apresento o que mais quis
Num momento sem temor
Para ser sempre feliz
Há que conhecer o amor.

112

Outra vez em sentimento
Trago olhar em claridade,
Quando um passo novo eu tento
Sei da sorte que me invade.

113

Nada pude contra a sorte
Mais diversa e dolorida
Quem decerto me conforte
Traz em si a própria vida.

114

Marco com palavras sãs
Os anseios que protejo,
E viver belas manhãs
Traduzisse o meu desejo.

115

Mar imenso que atravesso
Na esperança de outro mar,
Tanto amor que te confesso
Sem regresso a se mostrar.

116

Ouço a voz de quem mais queira
Outro rumo em liberdade,
Tendo amor como bandeira
Encontrei felicidade.


117

O meu canto não pudesse
Ser diverso do que tenho,
A verdade se confesse
Quando além do sonho eu venho.

118

Bebo um gole da esperança
E deveras me inebrio
O meu mundo sempre avança
Onde a morte eu desafio.

119

Apresento noutro verso
O que tanto quis um dia,
E seguindo este universo
Vivo na alma a poesia.

120

Acolhendo cada engano
Nada mais se vendo após
Do meu sonho se me ufano
Traz nas mãos os nossos nós.

121

Ouviria cada raio
Em trovões e tempestades
E se tanto não me traio
Vejo em ti além das grades…

122

O meu tempo se desvenda
Nas vontades e procuro
Quem deveras sempre entenda
O que quero e em ti perduro.

123

Na verdade o que se faz
Outra sorte se apresente
O meu canto vive a paz
Ou decerto ainda a tente.

124

Percorrendo este caminho
Onde vejo a liberdade
Tento após o velho ninho
A real felicidade.

125

Coração domando a fera
Pela fresta traz a luz
E se possa enquanto espera
O meu canto reproduz.


126

Já não vejo outro momento
E se possa ser assim,
Ao sabor do manso vento
Trago o mundo dentro em mim.


127

A saudade maltratasse
Quem decerto sempre quis
Na alegria o desenlace
Que me faça mais feliz.

128

O meu mundo não permite
A tristeza como agora
Sem saber qual o limite
Quando a ausência me apavora.


129

Nas verdades que me trazes
Ouso mesmo acreditar,
Sei que a lua em tantas fases
Não sonega o seu luar.

130

O mergulho no passado
A vontade de um futuro
Tantas vezes desejado
Onde a paz eu asseguro.

131

A mentira traz apenas
O que tanto não se curta,
Mas decerto te condenas,
Pois tem ela a perna curta...

132

Jogo feito a vida expressa
O que tanto não se quis
A verdade se confessa
Quando sou seu aprendiz.

133

Bebo em goles com fartura
O que tanto desejei
Todo amor que se procura
Traz no sonho a sua lei.

134

Nada mais pudesse ver
Ou talvez mesmo tivesse
Tanta vida sem prazer,
A saudade nunca esquece.

135

A palavra mais sutil
O momento em tempestade
Cada verso que surgiu
Traz na dor realidade.

136

Sendo a vida sempre assim
O momento mais atroz
Procurando de onde vim
Bebo a sorte mais feroz.

137

Apresento o quanto passa
Desta vida sem sentido,
E nos termos da cachaça
Novamente estou perdido.

138

O meu canto diz do medo
E se possa adivinhar
Onde vivo em tal degredo
Sem saber onde ancorar.

139

Minha vida nada vale
Meu sorriso se desbota,
Minha voz, porém não cale
Nem a sombra me derrota.

140

Onde pude ter em mente
O que quero e não mais minta
Na aquarela que apresente
Do passado a triste tinta.

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