domingo, 3 de abril de 2011

Abelhinha faz seu mel
Espalhando a floração,
Mas inverte o seu papel,
Quando mostra o seu ferrão...


O moço no tatame
A moça no quintal
A vida traz enxame
De abelhas no bornal.


Acendendo o fogaréu
Da paixão que nos domina,
Encontrando em ti meu céu,
Da alegria a fonte, a mina.


Acendendo o meu cigarro
Nos olhos do furacão
Voltarei ao mesmo barro
Retornando ao velho chão...


Acendi esta lareira
Para o frio se aplacar;
Mas sem minha companheira
A lareira faz nevar...


Meu amor, minha morena
Como eu gosto de você,
Mas, por favor, tenha pena
Eu já cansei de sofrer...

De tanto amor que te tenho,
Moreninha minha flor,
Toda noite amor, eu venho,
Procurar o teu calor.

Eu te dou minha varanda
Eu te dou minha emoção
Vem logo meu amor, anda;
Pois é teu meu coração...

Meu coração não se cansa
De querer o teu carinho,
Eu te dou uma aliança
Já não vamos ser sozinho...

Sei que um dia vou morrer
Mas te peço, por favor,
Não precisa nem sofrer,
Eu não quero sua dor.

Mas me enterre bem ligeiro
Nem espere o sol raiar,
Sem teu amor verdadeiro,
Como é que eu vou ficar?


Após tanto procurar
Entre céus vagos, distantes
Mergulhei no teu olhar
Bebi luzes fascinantes...

Todo dia eu não me canso
De querer amar você
Coitadinho deste ganso
Afogado, vai morrer...


Meu amor, muito carinho
Só traz carinho pra mim,
Não quero viver sozinho,
Por isso te trato assim,

Quem semeia tanto vento
Colhe muita tempestade,
Tanto amor no pensamento,
Só traz amor de verdade...

Eu te beijo todo dia,
Toda hora se quiser,
Não há melhor melodia,
Pra se cantar pra mulher...

Meu amor, eu te amo tanto,
Nunca canso de te amar,
Tanto amor trazendo encanto
Tanto amor vou te cantar...

Toda manhã bem cedinho,
Antes de eu ir trabalhar
Não me esqueço do carinho,
Para sempre eu vou te amar!



Meu amor vê se vem logo
Eu espero por você
Na saudade já me afogo,
Tô doidinho pra te ver.

Todo final de semana
Meu amor vai passear,
Meu coração desengana
Esperando ela voltar,

No domingo tô sozinho,
Pé de cachimbo quebrou,
Volta logo pro seu ninho,
Passarinho avoador.

Minha casa não tem cama
A gente dorme é na esteira,
Coração ficando em chama
Chegando segunda feira.

Tô doidim pra dar um beijo,
Na morena mais formosa,
Tanto amor tanto desejo
Todo o espinho vale a rosa.


Meu amor reclama tanto
Nunca pára de falar,
Eu bem sei que não sou santo,
Pra que tanto reclamar?

Desde que casou comigo,
Eu agüento a ladainha,
Às vezes sei que não ligo
Deixo falando sozinha

Da minha mãe fala mal
Me chama de vagabundo
Sou pior que um animal,
Não descansa um só segundo.

Quando acordo já começa
Quando durmo nem termina,
É sempre a mesma conversa,
Será essa a minha sina?

E me chama de corisco
De diabo e Satanás,
Eu já tô ficando arisco,
Meu amor só peço paz.

Tô querendo me casar
Venha cá mulher faceira
Já cansei de namorar,
Eu te quero a vida inteira...

Todo dia vou pescar,
Minha rede tá na praia,
Eu só quero adivinhar
O que se esconde na saia...

Por isso minha morena,
Dona do meu coração,
Vamos agora, não tem pena
Celebrar nossa união!

Tanto amor quando deseja
Não precisa confissão,
Abasta ter uma Igreja,
Um padre e um sacristão.

A gente deita na rede,
O teto é constelação,
Na boca matando a sede,
Areia virando chão...

A tua boca tem mel
Gosto de cana caiana,
Estrelinha lá do céu,
Ilumina e não se engana...

E nós vai viver do amor,
Do jeito que Deus quiser,
Só te peço: por favor,
Venha ser minha mulher!



Eu nasci lá no sertão
Das mineiras cercanias
Minhas noites de verão
Com certeza são vazias

Vou tocando um violão
Serenatas/ fantasias
Procurando uma paixão
Enrolando assim meus dias.

Aluguei meu coração
Pra dezenas de Marias,
Mas ouvindo sempre o não
Sem ter outras melodias

Alaguei meu barracão
Nestas águas, mágoas frias.
Sou teimoso, mas então
Esqueci nas poesias

Já não quero nem o pão
Quanto mais as carnarias
Só me resta o duro chão
Nele vejo serventias

Sete palmos e enxadão
Sem amor e sem gurias.
Ariano em tentação
Vai morrendo das sangrias

Do amor em sedução
Esqueci as melodias.
Meu destino: escravidão
Minha sina assim cumprias.

Meu amor não me maltrate

Eu só quero o teu carinho...

Passei a vida a adorar-te

Agora estou tão sozinho...


Minha amada, é minha flor

Que perfuma o bem querer,

Eu só quero o teu calor,

Sem ele não vou viver...


Tanta tristeza me traz

Um amor que não deu certo,

Vou perdendo a minha paz

Meu coração tá deserto...


Tantas vezes eu chorei

Esperando a tua volta,

Por estrelas procurei

Meu pensamento se solta,


Não achei nem o teu cheiro

Nem teu rastro, nada teu...

O meu amor verdadeiro

Nos teus braços; se perdeu...


Sorte tem quem a merece,
Eu não nego essa verdade,
Meu amor, jamais se esquece
Dessa tal felicidade...

Toda noite no meu canto
Meu amor eu quero ter,
Vivendo sem ter espanto,
Coladinho com teu ser.

Beijo a boca e beijo a nuca,
Devagar, não me provoca
Se essa barba te machuca,
O tatu corre pra toca.

Minha amada meus receios,
Acho que tem jeito não,
Mal toquei nos belos seios,
Disparou o coração.

Se brigar, amor comigo,
Vou acendendo este facho
Te carinho lá no umbigo,
Cê me diz que é mais embaixo.

Meu amor que coisa boa,
Você diz que é maravilha,
Pensamento logo voa,
Vai chegando na virilha...

Depois disso, nada falo,
Fica quieta e me prometa,
Meu amor assim me calo,
Quando chega.. a carrapeta!


Devorando a madrugada,
Da poeira, companheiro,
Seguindo esse mundo inteiro,
Sem ter medo, sem ter nada!

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