COM TODA MANSIDÃO
O verso na verdade quando flui
Com toda a mansidão de um rio plácido
Podendo ser audaz, temível e ácido
Ou mesmo a roupa velha que se pui
Castelo de esperança que já rui
Ou tombo que me mostra frágil, flácido
Acordo que já fora outrora tácito
Agora sem limites não influi.
O parto mal parido dói demais
O fim de todo barco é querer cais
Qualquer ancoradouro satisfaz
Temendo a minha sorte nesta história
Eu bebo teu suor e em tua glória
O fim deste soneto, o nada traz.
MARCOS LOURES
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