segunda-feira, 4 de abril de 2011

Eu bem fiz minha morada
Desse peito sofredor
No final, não deu em nada
Pouca coisa que restou

Foi somente essa saudade
Que me faz seguir em frente,
Amar, amei de verdade,
Me curei? Fiquei doente!

Quis um outro barracão,
Fiz de zinco, meu castelo,
Em você, a solução,
Amor batendo o martelo...


Manda as crianças pra cama,
Depois não vem reclamar.
Quando a gente acende a chama,
A censura vai pegar!

Pois tem gente que reclama
Quando a gente quer amar.
Misturando nossa trama,
Vai querer nos censurar.



Vi teu nome rabiscado
Marcado pela paixão.
Foi nesse tempo passado,
Onde tinha o coração

Um bater desesperado
Descompassado afinal
Tanto tempo já marcado,
Na árvore desse quintal...

Do quintal de minha história
Do tempo que fui feliz,
Se emoldura na memória
De um coração aprendiz

Que busca felicidade
Que é tudo o que sempre quis
Dar cabo desta saudade
Trazendo um novo matiz.

Mas ao ver teu nome ali,
Escrito num arvoredo
Foi então que eu entendi
A vida não faz segredo

Felicidade eu vivi,
Rabiscado na lembrança
Por tanto tempo esqueci
Esse amor de minha infância!


Eu bem sei que a vida passa
E com ela esse perigo,
De virar tudo fumaça,
Mas tratamento eu prossigo,

Com toda essa paciência
Que parece uma maldade,
Mas faz parte da ciência
Gotas dessa tal saudade.

O que importa no momento,
É preciso que convença,
Não é o medicamento,
Mas a cura da doença...


Não se esqueça que o remédio
Tem a dose e seu momento,
Não quero que vire tédio
A beleza e o sentimento.

Não se preocupe tanto
Com a falta deste vento,
Não é pra causar espanto,
Vou vivendo sempre atento.

Aos sintomas da doença
Que bem sei que traz tortura
Mas que boa a recompensa,
Quando o mal logo se cura.

O cuidado que se tem
Com a chuva e tempestade,
Ajuda muito também,
Precisa tranqüilidade.



Caleidoscópio diverso,
Amor muda seu matiz.
Cantando assim cada verso
Procurando ser feliz...

Porém no fundo, o poeta,
Finge mais que se imagina.
Mesmo quem fora profeta
Sabe a que amar destina.

Minha querida parceira,
Amar é mais que vontade.
Dor é também companheira,
Se juntar vira saudade.


Nada mais quero da vida
Senão ter o teu amor.
Venha logo aqui querida
Sem você tudo acabou.

Faço trovas, faço rima
Canto a lua e a poesia.
Meu amor tanto te estima
Ele é feito em fantasia.

Tua boca, amor, procuro
E não canso de beijar.
Clareando o céu escuro,
Nos teus raios de luar.

Moça bela, tão prendada
Vem comigo namorar,
Jogo de carta marcada,
Meu amor irás ganhar...



Tesoura cortando pano,
Me faz lembrar de você
Quando inda tinha esse engano
De nossa vida viver.

Mas tudo foi simplesmente,
Mentira sem serventia,
Hoje sei, completamente,
Que foi tudo, fantasia.


Amor batendo na porta
Vem fazendo estardalhaço,
Coração já não se importa
De ser feito de palhaço

No mar do amor, vida torta
Vai buscando o teu regaço.
Não queria naufragar
Nestas ondas, tanto amar.

Coibindo esta saudade
De chegar perto de mim,
Meu amor é de verdade,
Vai sangrando até o fim


Se trouxer felicidade,
Florescendo este jardim,
Os espinhos? Vou deixar,
Meu desejo é te encontrar...

Meu amor, tanta loucura
Se procura noutro amor.
Se no amor, encontro cura,
Quero amor, meu salvador...

Não se esqueça, de repente,
Quanto é preciso dizer.
Desse amor que é só da gente,
Que nos ajuda a viver...

Se caminho ou se flutuo
Meu amor sempre me ajuda.
De tanto amor, já me suo,
Se sou teu, amor me acuda...

Vivo sempre procurando
Este amor que amada tem.
Meu amor vou adorando,
Sem te ter, não sou ninguém...

Mas não deixe que me falte,
Tanto amor, tanto carinho.
Meu coração que se esmalte
Com teu brilho, passarinho...

Bem te quero, bem te vi,
Sempre espero teu amor.
Tanto amor tenho por ti,
Nosso amor, o meu senhor.



Só quem ama de verdade,
Sabe, deste amor, pintura.
Nosso amor, sem falsidade,
Merece qualquer loucura!



Vou falar uma verdade
Meu amor nunca se espante
Mineiro na realidade
Não quer nada num instante

É melhor tranqüilidade
Do que ter algum quebrante
Com total felicidade
Quero ser amado amante


Da mulher em liberdade
Coisa muito interessante
Se o amor agora invade
Não resista, siga adiante

Só não use qualquer grade
Um erro desses; gritante
Nunca ao amor desagrade
Ele é quase que um gigante


Belinha é muito bacana,
Todo mundo sempre diz;
Eta garota sacana!
Mas bem sabe ser feliz...

Não sou mais que cercania,
Quem me dera ser divisa;
Não consigo ver o dia,
Quero sentir doce brisa...

Poemas. não sei fazer,
De rimas não sei falar;
Meu amor, cadê você?
A procuro no luar...

A lua que brilha aqui,
Não é a mesma de lá;
Pois na terra onde nasci,
Rouba luz do teu olhar...

Quando nasceste, Ritinha,
Toda terra festejou;
Relampeou, de noitinha,
Até Deus comemorou!

Meu amor não tem segredo,
Nem precisa de recado;
Com você perco meu medo,
Coração descompassado...


Vi meu barco na calçada,
O meu carro foi pro mar;
A minha mulher amada,
Vive escondida ao luar...

O que quero sei de cor,
Mas não sei se isso é verdade;
A catinga da Loló,
Apaixonou o compade...

Aninha, quando menina,
Andava sempre fagueira;
Tentava dobrar esquina,
Banho de sol? Na fogueira...


Cabem tantos pesadelos,
Nos sonhos da minha amada,
Quem dera pudesse vê-los
Não sonharia mais nada...

A viola ponteada,
No canto do boiadeiro,
Viajando, corta estrada,
Nesse sertão brasileiro...

Rosa vermelha seduz,
A branca acalma o sentido,
O meu amor já reluz,
Sem ele, sigo perdido...

Trovas faço sem parar,
Meus versos trago n’ alforje,
Quero montar, no luar,
No cavalo de São Jorge...


Mariana passa leve,
Leve Maria pro mar,
Maria, a vida tão breve,
Mais breve, quero casar...

Temporal tem tempestade,
Raio, corisco e clarão,
O amor tem tempestade,
Faz tremenda confusão...

Quero beijar sua boca,
Mas você não quer mais não,
Minha amada ficou louca,
Maltratou meu coração...

Trago a tesoura do tempo,
Para cortar a paixão,
Não posso ter contratempo,
Vou cortando de raspão...

No meio da capoeira,
Caipora se escondeu,
Meu amor, na vida inteira,
Caipora já fui eu!

Me disseram, que maldade,
Que não posso mais amar,
Me negaram claridade,
Se esqueceram do luar...

Espada corta fundo,
Machucando de mansinho,
Tanta espada nesse mundo,
Mas me inundo de carinho...


Meu amor aqui tão só,
Espero por teu carinho;
Canta triste curió,
Tenta fazer o seu ninho...

No cantar duma graúna,
Encontrei meu bem querer;
É forte como braúna,
O meu amor é você!

Na viola canto primas,
Minhas primas, vou cantar;
Vou brincando com as rimas,
‘Té o tio reclamar!

Sei o gosto da tristeza,
Agostos quase setembro;
Maria foi a beleza,
Que eu encontrei em dezembro...


As marcas do meu passado,
Ficaram no que vivi;
Meu amor foi encontrado,
Jogado no CTI...

Amor que me traz saudade;
Isso digo, e ponho fé,
Doce coceira que arde,
Parece bicho de pé...



Quando o vento venta lá
Vento também venta aqui.
Sintonia vai pelo ar
Da forma que concebi.

Versejando noite e dia
Dia e noite versejando
Na completa sintonia
Estou te sintonizando.

Minha luz sem luz não brilha
Minha trilha é tua luz.
Todo amor que maravilha
Noutro amor se reproduz.

Tanto amor, tanta alegria
Que se faz neste compasso,
Vou vivendo noite e dia
Procurando passo a passo

O calor que prometia
A firmeza deste abraço
Nosso amor, pura magia
Estreitando cada laço.

Não quero mais um inverno
Que me traduza saudade
Meu amor se for eterno
Viverei eternidade;

Mas nada mais que enlouqueça
Que a dança que te propus
Não sai da minha cabeça
Reflete tanto esta luz.

Que espelhando o meu desejo
Tramando nestas areias
Seja meu salgado beijo
Na maciez das sereias.

A noite traz essa lua
Que guarda tantos segredos
Da mulher tão bela e nua
Dançando nos meus enredos.


Gerando os filhos que trago
Saídos da fantasia
Nas horas mansas de afago
Derramando poesia...



Amor intenso eu garanto
Que incendeia a noite inteira
Fazendo de ti meu manto
Na paixão mais verdadeira...


Amor não se determina
Somente é pra se viver,
No teu corpo encontro a mina
Porejando bem querer.


Amor não precisa rima,
Eu te garanto querida,
Muito mais vale uma estima
Que estimule a nossa vida...

Meu amor não tem mais jeito,
Enganou meu coração,
Quem falou de amor-perfeito
Nos jardins de uma paixão?

Amor que espera por rima,
Não tem muita serventia,
Amor não precisa clima,
Namora, assim, todo dia...


Minha amada já me disse
Desse amor que se escondeu,
Eu queria que tu visse
Claridade neste breu..


Amor que veio do mar
Do mar de amor que carrego
No mar que sei amar
Amar que quero mais não...

Se tanto amor que não nego
Não posso mais navegar
No mar que nunca navego
Mas que me ensinou a amar...

Galo cantando, manhã,
O sol vem devagar, manso,
Meu amor sem amanhã,
Maremoto no remanso...

Tanta vontade de ter
Teu carinho junto a mim,
Espalhando o teu prazer
Neste amor que não tem fim,

Encontrando em tua pele,
Em teu corpo esta alegria,
O querer que se revele
Esbaldando todo dia.

Toda a noite namoramos,
Com desejo e com tesão,
Pois assim comemoramos,
Nosso amor, nossa paixão.

Que é feito em tanta loucura,
Mil prazeres sem limites,
Eu te peço, na ternura
De nosso amor, acredites...


Eu te quero aqui comigo
Toda noite meu amor,
Teu amor é meu abrigo,
Contigo vou pr’onde for...

Eu só quero o teu carinho,
O meu desejo é só teu,
Vivo como o passarinho,
Amor-gaiola prendeu.

Eu te peço não te ausentes,
Nem me deixe mais tristonho,
Nos teus braços envolventes
Tanto amor, calor risonho...

Mas te peço minha flor,
Por favor e caridade,
Nunca minta ao seu amor,
Use só sinceridade!

Meu amor usa pantufas
Toda noite, é delicada,
Sua flor noutras estufas
Ela deixa bem guardada

Eu plantei minha saudade
Nos jardins do coração
Encontrei tranqüilidade
Espalhada pelo chão

Vagamundo, vagabundo
Coração sem serventia,
Rasgando rasgo profundo
Morrendo um pouco por dia

Cada dia sem Maria
Sem magia e sem valor
Trazendo tanta folia
Transbordando esse calor


Amor, palavra bendita
Mostra pra nós a saída,
Onde há um mar que reflita
Rajadas plenas de vida...


Minha sorte tá lançada,
Nos dados da solidão.
Amor é carta marcada,
Sempre sofre o coração...

Meu coração sofredor
Procurando o teu regaço
Vai vivendo sem amor
Vai secando sem abraço.

Todo o tempo que passei
Procurando o meu cantinho
Depois disso me entreguei
Ao teu calor e carinho.

Não me deixe mais à sorte
Deste sentimento ingrato,
Coração batendo forte
Apaixonado de fato.

Venha ser minha menina
Deixa eu ser seu bem querer,
Tua luz já me ilumina,
No teu fogo me aquecer.

Mas a noite que passou,
Tanto tempo te esperei
Teu amor se demorou
Outro amor eu encontrei.


Um caipira lá de Minas
Ao sonhar com a morena,
Procurando tocas, minas,
Mas ausência já me acena

Com vazio destas noites,
Que pensei tu fosses minha,
Bem sonhara com pernoites,
Muito embora nunca eu tinha.

Sou um pobre seresteiro
Um vadio trovador,
Que durante o tempo inteiro
Vive em sonhos, tanto amor...

Vou calar minha viola,
Que esta lua não virá,
A viola na sacola,
O que me resta? Guardar...

Os meus dedos digitando
Bem queriam percorrer
O teu corpo, eu não sei quando,
Poderei ter o prazer

De contigo namorar,
Obedeço ao teu aceno,
Bem queria te tocar,
Mas te falo, ele é pequeno

Não chega nem a um metro,
Tantas milhas nos separam,
Eu decerto perco o cetro,
Os teus versos desamparam...

Meu amor eu te confesso
Que gostei desta surpresa
Teu carinho eu já te peço,
Mas venha sem ter lerdeza


Todo dia de manhã
Na nossa cama, que festa,
Depois disso, nosso afã
Muito trabalho é o que resta


Já faz tempo que te quero
Muitos anos que te adoro,
No teu amor me tempero,
Sem o teu amor eu choro

Vou correndo te dizer
Desse amor que trago aqui
Tanta coisa por fazer,
Nesse amor eu me perdi

Tanto amor que encontro em ti
Não me cansa de encantar
Acalanto que esqueci
Eu lembrei no teu cantar.

Minha vida que era pranto
Nunca mais eu pranteei
Desde que me vi no encanto
Que em teu canto eu encontrei.

Se viver fora um espanto,
Espantei o mal querer,
Neste canto me agiganto,
E jamais irei sofrer.


Meu amor, eu te adianto,
Te quero tanto pra mim,
Minha voz eu já levanto,
Vou cantando até o fim.

No telhado de amianto
Cobertura de sapê,
Qualquer que seja o recanto,
Em me encanto com você;

Minheirinha eu me levanto
E te tenho tanto amor,
Fica aqui, chega pro canto,
Deixa eu ser teu cantador!


Amor bate no meu peito
Faz bagunça e me abandona.
Será que tem o direito
De fazer tamanha zona?

Eu sou quase um passarinho
Que prefere uma gaiola
Já não sei viver sozinho,
O teu canto me consola.

Vem comigo, moreninha,
Vamos fazer arruaça,
Tua boca sendo minha,
O teu corpo, uma cachaça.


Viciado no teu beijo,
Não me canso de beijar,
Vem matar o meu desejo
Venha logo namorar...

Amor comanda a minha alma
E sempre me desengana
A minha alma soberana
Já está perdendo a calma.

Amor sempre sem razão,
Não me deixa um só segundo,
Vou me perdendo, no mundo,
Em busca de um coração.

A minha alma tem pavor,
Pois sabe que nunca vejo
Esse amor do meu desejo.
Que livre essa alma do amor!


Tanto amor que a vida trouxe
Mas amor se foi, morreu...
Acabou-se o que era doce,
Mas antes ele do que eu...

Amor, palavra bonita,
Que tanta luz sempre traz.
Amando, a gente acredita,
Que esta vida satisfaz.

Eu plantei um pé de amor,
Fui colher felicidade,
Mas fui tão mal lavrador,
Que, no fim, colhi saudade...


Se Maria não me quer,
O quê que posso fazer?
Nos teus braços de mulher,
De tanto amor vou morrer.

Quero o gosto dessa boca
Nesta boca mergulhar.
A saudade dói, é louca,
A saudade quer matar!

Vivo em busca do futuro,
Não esqueço meu passado,
Presente em cima do muro,
Coração desembestado...



Saudade é no feminino,
É assim que a vida quer.
Desde o tempo de menino,
Esperei, você, mulher...

Você veio devagar,
Devagar tomou assento.
De tanto que quero amar,
Nesse amor já me arrebento...

Mas não deixo de tentar
Ser feliz por mais um dia...
Não canso de imaginar,
Montado na fantasia...


Vou buscando nos teus seios,
A delícia sem recato,
Devorando meus anseios,
Nos teus seios me retrato,

Vamos nessa que a vontade
De matar a sede, a fome,
De engordar felicidade,
Pois senão a dor nos come.

Sou teu par, o teu parceiro,
Companheiro de viagem,
Meu amor é verdadeiro,
Nunca foi uma miragem.

Vasculhando os meus caminhos,
Encontrei teu coração,
E bebi destes teus vinhos,
Teu perfume: sedução.

Hoje embriagado estou
E num vício tão divino,
Coração já te buscou
Deixe eu ser o teu menino!



Versifico com cuidado
Não pretendo magoar
Aquela que foi passado,
Nunca mais irá voltar

Não procuro por saudade,
Nem cheguei a perguntar.
Vago ruas na cidade
Esperanças de voltar.


Teus braços são meus descansos
Nas estradas que passei.
Os olhos são os remansos
Onde enfim eu descansei.

Quem quisera ser saudade
Dos meus braços sairá,
A canção da liberdade,
Todo pranto cantará.

Minha senda é sempre leve,
Meu caminho pesa cruzes.
Meu amor passou tão breve;
Nos espinhos e nas urzes.


Quem não quer ser mais sereno
Trovejando vai passar
Amor que não tem veneno
Serenatas ao luar.


Minha luta é sem destino,
Os meus olhos negam sol.
O amor desse menino,
Ilumina qual farol

Todo tempo que não tenho,
Nada fiz que não valia.
Quando em tristezas me lenho,
A noite não traz o dia.

Toda minha fantasia,
Se perdendo num abismo.
Quem souber da poesia
Esquece do fanatismo.

Quadro que pinto não nego,
Tenho as tintas que encontrei.
Toda dor que não carrego,
Nas espadas dessa lei.

Vi meus barcos naufragando,
Vi meu tempo sem remédio.
Meu amor já foi mudando,
A vida não quer mais tédio.

Toda trama me envolvendo,
Nunca pude revelar,
Minha dor pede remendo
Nas espreitas do luar.

Vacinei a tempestade,
Encampei a solidão
Esqueci felicidade
Fechei porteira e portão.

Menina não tenho prenda,
Não me prende teu amor.
Vestido de chita e renda
Nos cabelos, uma flor.

Na mão a rosa vermelha,
Certezas no coração.
A vida pede centelha,
Não terá mais solução.

O meu verso de repente,
Volta e meia não tem fim.
Todo amor que se sente,
Emana dentro de mim.

Quero o tempo sem certeza
Sem ontem nem amanhã
Tudo que tiver na mesa
Procurei com muito afã

A geléia e sobremesa
Vieram lá do quintal.
Só restou esta certeza,
Minha vida no varal

Quarando qual fosse sina,
Que não deixa seu recado.
A mão que cedo assassina
Não permite um belo fado

Recado que não foi dado
Às expensas da paixão.
Quando foi, foi malcriado
Esperando teu perdão

Navego por sete mares,
Oceanos sem penedos.
Minhas noites sem luares,
Meus pesadelos, segredos.

Na rosa que tu me deste,
Espinhos fincaram fundo.
Amor que tens não empreste
Meu coração viramundo

Sabe das horas sem rumo
Quem não sabe não deseja
Amor que não mede prumo
Nunca nega nem me beija.

Sempre vaga estrela morta,
Sempre rouba no final
Minha vida morre torta,
De tristezas, festival.

O canto do passarinho,
Na gaiola não se ouviu.
Buscando seu velho ninho,
Muitas saudades pariu.

Minha mão não tem as linhas
Nem da sorte nem da morte,
Migrando qual avezinhas
Procurando pelo norte.

Somos versos reversos,
Inversos e inversões
Não quero mais universos
Nem quero rebeliões

Quero o canto mais sensato
Da vida que não me leva.
O meu medo é do regato,
Alma triste já neva.

Sofreguidão traz demência
Não pode servir de alento.
É tudo coincidência
A mão da sorte no vento.

Um remendo sem sentido,
Um vaso que não se quebra
Um amor mal resolvido
Nunca nas danças requebra

Me empurrando do penhasco
Amor que não deve nada
Se no final me sobra asco
Amor de carta marcada.

Revezando meu barraco,
Sai Joana entra Maria
Na vida sei que sou fraco
Vivo errando pontaria

Meu descanso é trabalhando
No suor já fiz a cama.
Muito tempo procurando,
Esqueci como se chama.

O monte que não divide
A terra que não concebe
O medo que nunca tive
O resto não se recebe.

O dedo que não aponta,
A faca que nunca corta
Estrela que não tem ponta
Minha esperança é morta

Vizinho não sei o nome
Mortalha que não me cabe.
Se vou comendo sem fome
Meu mundo que não se acabe

Se viver virou meu mote,
Se não posso mais cantar
Enchi de fel esse pote,
Encharquei água do mar

Fiz desejo minha luta
A força que nunca tive.
A mão se anuncia bruta
O pranto que não contive.

O resto levo na vida
Na vida que não me resta
Liberdade sei perdida,
Observando pela fresta.

Vivendo sem ter juízo,
Não tenho medo ou saída
Vou morrer no paraíso
Preparando a despedida

Não quero choro nem vela
Nem discursos de mentira
A fita que tenho amarela
Não restou sequer a tira.

No velório que se preza
Defunto que não se enfaixa
Não quero nem mesmo reza
Derrame muita cachaça.

Quero dança e rapapé
Quero riso da viúva
Depois de ter rastapé
Que me caia muita chuva.

Mordida de jararaca
E de formiga saúva.
A sobra deixo de inhaca.
Pra sogra mostro essa luva.

O parto que nunca parte
Pois o resto fica aqui.
Molambo por toda parte
Dessa terra onde nasci.

Um gosto de rapadura
Um cheiro de café fresco
A noite que seja escura
Já pintei o meu afresco.

“Aqui jaz quem não jazera
Se jazesse a medicina”
Minha casa foi tapera
Minha morte, minha sina.

Defunto não fala nada
Minha voz já não tem força
Vai chegando a madrugada,
Por mais que torça e retorça

No final quase não sobra.
Vencida minha batalha,
Vestido couro de cobra,
Na ponta dessa navalha.

Eta corpo mais pesado,
Como pesa esse presunto.
Que pena não ser alado,
O danado do defunto...

A seca que aconteceu
Logo, cedo vai passar,
A chuva se prometeu
Lá do céu vai despencar

Trazendo muita alegria
E beleza pra essa flor,
Que se abrindo um belo dia,
Por falta d’água murchou.

Mas o tempo de estiagem,
Vai passar, vem invernada,
Chovendo em toda paragem,
Bela flor revigorada.

Primavera vai chegando,
Depois dela vem estio,
Eu bem sei que vai passando,
Bem depressa o tempo frio.

Jardineiro não se esquece
Da flor que um dia plantou,
Todo dia reza prece,
Pra essa flor que ele cuidou.

Mas a gente mesmo sabe
Que tudo na vida tem vez,
Toda a alegria se cabe,
Onde a tristeza se fez.


A vida se recupera
Em cada nova esperança,
Todo amor que se tempera
Nas forças desta aliança

Não pode temer mais nada,
Nem o frio nem a dor,
Depois desta madrugada,
O belo sol acordou.

Trazendo no vento breve
O perfume desta flor,
Deixando minha alma leve,
Este cheiro encantador!

Voa, voa passarinho
Procurando o seu descanso
Encontrando logo o ninho,
Na delícia de um remanso

Vai deitando de mansinho,
Nos teus braços eu me lanço,
Se me cobres de carinho
Meu amor eu te afianço...


De amar tanto e amiúde
De sofrer por tanto amor,
Sem ter amor que me ajude
Cada mulher uma flor...

Nos canteiros que esta vida,
Me ensinou a cultivar
Cada flor era querida,
Em cada cor quis me achar...

Mas não reclamo da sorte
E me dou por satisfeito
Se amar foi o meu norte,
Eu vou morrer desse jeito.



Passando pelo jardim
Das esperanças perdidas,
Que existe dentro de mim,
E que me mostram feridas


Amo-te tanto, querida;
É sublime, amar-te assim,
Não concebo despedida,
Te quero sempre, pra mim.

A vida não negaria,
Pois, tanta felicidade,
Minha maior alegria,
Poder te ter, de verdade...

Minha amada, doce canto,
Em tua boca traduz,
Tanta luz e tanto encanto,
Tudo, em ti, já me seduz...

Quero um momento contigo,
Pra poder me confessar,
Não quero mais o perigo
De viver sem te adorar.



Meus segredos? Sabes todos...
As esperanças também,
Não me permito os engodos
De viver sem ter alguém.

Quero, portanto teu beijo,
Quero carícias sensíveis...
És, portanto, meu desejo.
Meus prazeres mais incríveis...

Contigo, não temo a morte,
Nem a espero, contudo
Não quero perder a sorte,
Te perdendo, perco tudo...

Minha pobre namorada,
Minha rica companheira,
Companhia nessa estrada,
Minha paixão derradeira...



Agradeço tanto brilho,
O que emites para mim,
Te persigo, lindo trilho,
Perfumado de jasmim...

Nos cabelos tão macios,
Nos teus olhos tão bonitos,
Eu me prendo nestes fios
Dos amores infinitos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário